Depois de saírem do local da competição, Atena levou Annabeth para o Olimpo.
O lugar era tão lindo como sempre, mesmo que algumas coisas tivessem mudado entre o Olimpo daquele tempo e o de antes da guerra contra Cronos.
Tudo parecia bem mais brilhante, talvez porque nesse tempo os mortais ainda os cultuassem.
Atena a leva primeiro ao seu palácio no Olimpo, onde ela ordena à algumas ninfas para prepararem um quarto para Annabeth, antes de levar a filha para sua biblioteca particular.
O lugar era, na opinião de Annabeth, o paraíso: pergaminhos e mais pergaminhos, histórias de deuses, heróis e monstros, planejamentos de invenções e plantas de edifícios.
Dizer que a jovem deusa estava encantada era um eufemismo.
Para a surpresa dela, Atena a deixou explorar o lugar por um tempo, antes de começar uma extensa explicação sobre o papel dos deuses, sobre os heróis e sobre os monstros, sobre os mortais e como as oferendas vindas deles eram importantes. Sobre o Conselho Olimpiano e os deuses menores, sobre os domínios, sobre as alianças e rivalidades entre os deuses.
Annabeth já sabia de tudo isso, mas era legal aprender as coisas do ponto de vista dos deuses, e ter a sua mãe explicando isso, ao invés de Quíron ou seus irmãos e irmãs mais velhos no Acampamento Meio-Sangue era um bônus.
A jovem percebeu que neste tempo, os deuses prestam muito mais atenção em seus filhos mortais do que no futuro. Eles continuam sem poder interferir muito (muito embora eles interfiram ocasionalmente, dando armas e artefatos), mas seus filhos cresciam sabendo quem eram, e os deuses apareciam em seus sonhos e escutavam as suas preces.
As duas passaram um bom tempo nessa aula, e Annabeth estava feliz, até que Atena disse:
- Sua conexão com o filho de Poseidon é algo que não deveria existir.
- Mãe, a conexão é importante, se não devesse existir, então não teríamos nascido com ela.
Mas Atena não cedeu:
- É algo que deve ser eliminado. Nada de bom pode vir de uma cria do mar.
Annabeth se sentiu ficar com raiva.
- Se não fosse essa conexão, eu não teria nascido – ela diz entre dentes – eu sei disso tão bem quanto sei que mortais precisam de comida e água para viverem.
Atena não se abalou:
- E agora que você já nasceu, essa conexão é indesejada.
- A conexão é importante! – exclamou Annabeth – Eu e Perseu completamos um aos outro, nós não seriamos completos sem o outro. Essa conexão pode ser a única coisa que nos mantenha sãos.
- Bobagem – disse Atena – Tenho certeza de que você pensa assim por causa da conexão, assim que nos livrarmos dela, você verá que tenho razão.
É nesse momento que Annabeth escuta a voz preocupada do namorado:
"Ei, sabidinha, tá tudo bem?"
"Minha mãe está me deixando louca. Ela parece não entender que eu e você nos completamos e que precisamos um do outro. Ela diz que vai tentar encontrar um jeito de interromper a conexão" Annabeth respondeu, decididamente furiosa.
A garota sentiu que Percy estava ficando furioso também, e tentando se controlar.
"Isso é impossível. "diz ele se acalmando "Foi determinado pelo próprio Caos e pelas Parcas"
"Eu sei, mas ela não sabe" responde Annabeth, antes de dizer para a mãe:
- As Parcas decidiram que nasceríamos com essa conexão. Não é possível quebra-la.
- Tenho certeza de que há um jeito – respondeu Atena com teimosia, muito embora ela parecesse estar considerando as palavras da filha pela primeira vez
- Não há. – garantiu Annabeth, se voltando para a voz suave de Percy que dizia:
"Minha família aqui não parece se incomodar com isso. Tritão disse que você é bem-vinda aqui."
A raiva que Annabeth sentia diminuiu.
"Pallas?" ela perguntou, parando para pensar, sua mãe havia evitado a história de Pallas completamente.
"Pallas." concordou Percy "Mas ele não a culpa. Só... Acho que pensar na sua mãe é muito doloroso para ele.
"Eu sei" Annabeth respondeu, suavemente "Ele me contou, antes de cairmos na fonte."
- Bem, esse é um problema para pensarmos como consertar depois – dizia Atena – No momento, devo te preparar para uma audiência com Zeus.
Annabeth respirou fundo e, ao invés de responder a mãe, disse para Percy:
"Suponho que tenha algum motivo pelo qual você demorou para me perguntar se eu estava bem"
"Tritão e Rhodes estavam me dando um tour pelo palácio e perguntaram da conexão, eu expliquei o melhor que pude e disse que eu podia sentir que você estava irritada."
Annabeth se forçou a não sorrir, sua mãe certamente entenderia errado o motivo.
"E suponho que Tritão tenha ficado curioso e perguntado o porquê." Ela disse, divertida
"Acertou na mosca"
Ela riu, mentalmente, antes de dizer, revirando os olhos:
"Tenho que ir. Ela quer me preparar para uma audiência com Zeus."
"Até mais sabidinha" Percy respondeu com um sorriso.
"Até mais, cabeça de alga. Mande meus cumprimentos para Tritão e Rhodes".
Ela então, voltou a atenção para mãe, que estava descrevendo como ela deveria se comportar perante o rei dos deuses.
Annabeth suspirou.
Ia ser um longo dia.
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Uma ascensão no passado
FanfictionPercy e Annabeth são levados para o passado onde renascem como deuses, mas ainda com suas memórias. Os dois tentam se acostumar com seus novos dominios e habilidades ao mesmo tempo que vivem aventuras, que logo se tornariam mitos para os mortais, e...