No dia seguinte, Apolo avisou que Quíron havia concordado em ser mentor dos dois novos deuses, mas que eles precisariam de treinar a esconder sua verdadeira forma, mantendo um tamanho aceitável para mortais.
O que significava mais uma coisa para treinar.
Percy realmente não se importou.
O treino o ajudava a focar a mente.
As orações das crianças ficavam cada vez mais fortes, e como alguns dos deuses anunciaram, em sonhos, para seus seguidores sobre os domínios de Percy e Annabeth, as orações relacionadas aos seus outros domínios também surgiam com frequência.
Ele tentava separar a sua consciência o máximo possível para atender a todas as suas responsabilidades e ele sabia que a prática levaria a perfeição, mas ainda era difícil de controlar.
Um ponto positivo era que agora Annabeth visitava sempre que podia, então ele não estava sozinho nessa batalha para aprender a lidar com seus novos poderes.
O progresso era lento, mas certeiro, a cada dia que passava, eles ficavam mais próximos de obterem domínio total de seus poderes.
Um dia, Percy estava novamente treinando o controle das correntes, quando Poseidon se aproximou.
O deus do mar havia participado ativamente do treinamento do filho (assim como o resto da família real), o guiando sobre os domínios que intercediam com o seus, mas hoje, ele havia decidido que Percy estava pronto para tentar controlar as correntes sem auxílio.
- Você está indo bem, filho – afirmou Poseidon.
Percy se surpreendeu com a voz do pai, já que não havia percebido a aproximação dele, mas sorriu e disse:
- Obrigado pai. Aconteceu alguma coisa?
Ele perguntou isso porque a expressão do deus do mar era séria.
- Nada de ruim – disse Poseidon – mas...
Uh-oh. Havia um "mas".
- Mas...? – pergunta Percy, se sentindo ansioso.
- Percy o que você sabe sobre os nossos objetos de poder? – pergunta o deus.
Percy franziu a testa, mas respondeu.
- Eu sei que cada deus tem um – respondeu Percy.
- Na verdade, cada um tem vários símbolos, mas para alguns de nós o símbolo principal que seria chamado de "objeto de poder" pode não ser necessariamente um objeto, mas um animal, que seria um de seus animais sagrados, como é o caso de Afrodite, com a pomba, ou de Atena, com a Coruja.
Poseidon pausou, para ver se Percy estava tendo alguma dúvida, e ao perceber que o rapaz estava entendendo até aí, ele continuou:
- O Objeto de poder, quando realmente é um objeto, ajuda o deus a realizar suas tarefas como deus e a ser reconhecido, como é o caso do meu Tridente, que me auxilia na criação de terremotos e no controle de corpos de água, ou da concha de Tritão. Se for um animal, ele representará seus domínios. De qualquer forma, todo deus precisa de um.
- E como eu consigo um Objeto de poder? – pergunta Percy, percebendo a onde o pai queria chegar.
- O meu Tridente foi forjado pelos ciclopes, mas o que os mortais não sabem é que, um dos materiais foi um pouca da minha energia divina, que eles utilizaram e forjaram o tridente utilizando essa energia como base. No caso de Afrodite e Atena, essa energia que elas separaram, apenas assumiram a forma de um animal que os mortais já haviam começado a associar a elas, como eles já associam as carpas a você, ou iriam passar a associar, com o tempo.
Era verdade que Carpas haviam se tornado animais sagrados de Percy, ele conseguia sentir.
- Como faço para separar essa energia? – pergunta o jovem.
- Primeiro, vamos para a forja dos ciclopes – diz Poseidon – A energia é difícil de ser transporta fora de um recipiente, seja seu corpo o objeto de poder.
Enquanto eles se encaminhavam para as forjas, Percy não pode deixar de se lembrar de Tyson. Ele sentia muita falta de seu irmãozinho.
Chegando lá, os ciclopes interromperam o que estavam fazendo para recepcionarem os dois, se curvando.
Depois de explicar para os trabalhadores das forjas o que os dois estavam fazendo ali, Poseidon instruiu Percy sobre como isolar sua energia.
O jovem deus precisou concentrar muito, até finalmente conseguir.
Ao verem que a energia não havia formado um animal, os ciclopes se puseram imediatamente ao trabalho.
Talvez fosse porque a energia os ajudava a na criação do objeto ao redor, talvez fosse a experiência dos ciclopes, mas não demorou muito para que estivesse pronto.
Era um objeto estranho, que nenhum deles nunca haviam visto nada parecido, apenas Percy, que sabia do que se tratava devido a sua vida passada e uma maravilha chamada internet.
Era uma esfera, com 8 pontas parecendo setas saindo em todas as direções. As setas se movimentavam pela superfície, além de aumentarem e diminuírem. Não possuía uma cor fixa, sendo uma mistura de azul, preto e roxo se movendo pela superfície do objeto como tinta na água. O bronze celestial, de algum modo havia se tornado maleável e fluido.
Uma vez que ele estava pronto, os ciclopes passaram a ter dificuldades de segurar o objeto e rapidamente o entregaram para Percy, que o segurou, maravilhado.
- O quê... o que é isso? – perguntou Poseidon, olhando o objeto com curiosidade.
- Uma Caosfera – diz Percy – representa o caos, o vazio do cosmos, o universo e as oito direções, quatro das setas representam os elementos, terra, água, ar e fogo, e as outras quatro representam os quatro estados intermediários da matéria, seco, úmido, frio e quente.
Percy não sabia como ele sabia tudo isso, mas sabia que estava certo. Seu pai não questionou, nem os ciclopes, mas eles pareciam impressionados.
É nesse momento que Annabeth aparece na frente deles.
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Uma ascensão no passado
FanfictionPercy e Annabeth são levados para o passado onde renascem como deuses, mas ainda com suas memórias. Os dois tentam se acostumar com seus novos dominios e habilidades ao mesmo tempo que vivem aventuras, que logo se tornariam mitos para os mortais, e...