Capítulo 03

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A garota não soube reagir muito bem à minha presença, ficava mais incomodada que qualquer coisa mas de princípio me pareceu muito feliz por me ver. Nem conseguia racionar direito, mal consegui respirar aliviada por mero instante, para acabar ouvindo uma garota idêntica à Rafaella se dizer minha filha, só podia ter escutado errado.

- Do...do que você me chamou?

Se afastou de imediato se recompondo, seu sorriso simpático desapareceu e estendeu a mão formalmente.

- Desculpe-me, esqueci que não gosta que te chamemos de mãe — pôs um sorriso forçado no rosto — Gizelly.

- Por que me chamou de mãe?

- Gizelly, eu já pedi desculpas. — pôs as mãos nos quadris falando entendiada.

- Você... — sentenciei devagar - É minha filha? — certamente eu estava parecendo uma louca da maneira que estranhava tudo o que pra ela parecia uma conversa casual, meus olhos arregalados mantinham fixos em sua imagem.

- Claro... desde que eu nasci, qual é seu problema hoje? — me olhou torto, franzindo o cenho.

- Eu tenho uma filha... — sussurrei para mim mesma enquanto andava em círculos.

Como isso é possível?

A sósia de Rafaella, no caso, minha possível filha abriu a boca e assentiu como se algo lhe viesse às claras. Atrás dela, do mesmo lugar que a mesma surgiu, na área da piscina, veio andando um rapaz alto, de cabelos castanhos, pele muito pálida e olhos verdes assim como os de Rafaella, ambos os jovens aparentavam ter exatamente a mesma idade. Depositou sua mão no ombro dela e se manifestou sério.

- Pensei que sua visita seria só mês que vem. — olhou para a mocinha procurando a resposta e por sua vez ela negou com a cabeça. Mas lhe murmurou em resposta.

- Acho que ela deve ter bebido demais, não sei dizer.

O rapaz pálido me ceifou em pensamento ao me fitar, empurrou a garota para trás de si querendo protegê-la.

- Se está bêbada ou drogada saiba que seu lugar não é aqui. — seu tom ameaçador me fez dar um passo para trás e seu olhar não me abandonou um segundo.

- Eu não estou bêbada, eu só preciso falar com a Rafaella. Eu não faço ideia do que está acontecendo eu... eu... Droga!

Eu tenho uma filha, eu sou casada com alguém que nem sabia o nome, sou presidente de uma grife. Mas eu tenho dezessete anos! Quer dizer... Eu acho que tinha.

O garoto se aproximou, chegou bem perto de peito aberto, me ameaçando só com a expressão do corpo.

- Se é sobre eu me tornar seu herdeiro pode desistir, eu me recuso. — foi puxado pela moça e recuou - Não é porque sou seu filho que sou obrigado a ser sucessor da sua vida miserável e amarga. — era nítido seu choro de raiva crescendo dentro de sua estrutura, escarrou as palavras com nojo.

Meu filho?

Meu dia estava sendo definido como um conjunto de perguntas ruins, constantes e de respostas piores ainda. E não conseguiria ficar pior de maneira alguma. 

- Você é meu filho? — estonteada era pouco para descrever a situação em que me encontrava. Por algum motivo ele riu sarcástico tentando me confrontar.

- Então só porque me recusei a ser um monstro que nem você não sou mais seu filho? — a boa e velha ironia me atingiu como uma tola pois nem conhecimento dos fatos tinha para me explicar - Acredite Gizelly, eu não queria ser seu filho.

De Repente Nós (Girafa/G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora