Capítulo 08

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A mulher exalou o ar com um olhar frustrado e entediado como se soubesse que a filha iria soltar alguma proposta desconsertante, por mim passaria semanas aqui para estar com meus filhos e perto da minha mulher, entretanto a casa não é minha e é a dona que decide quem entra, quem sai e quem permanece.

Revirou os olhos e nos respondeu...

— Sim. — Sofia se animou me abraçando com mais força — Mas...! — nos recompomos de imediato — Somente até o Zé chegar, depois disso eu quero os visitantes fora. Entendido? — me deu seu olhar intimidador.

Assentimos freneticamente e Rafaella acenou com a cabeça para que entrássemos, logo que pusemos nossos pés dentro da casa, ela deserdou a própria filha em seu pensamento mas na realidade estava mais brava consigo mesma por receber debaixo do próprio teto alguém que desgosta só para fazer as vontades da filha.

As mães são todas assim mesmo.

Ouvi a porta sendo fechada atrás de mim, Rafaella em sua postura fina e seu espírito frio e de alta classe passa por nós e se pronuncia.

— Sofia Kalimann, a visita é sua, a responsabilidade é sua — me olhou com desdém e voltou para a moça — Eu irei subir.

Na última parte sua expressão aparentava um pouco de desconfiança, como se algum tipo de possível ameaça estivesse presente. Posso constatar que a ameaça que ela temia era eu mesma, por milhares motivos óbvios (no qual nem sei as primeiras dezenas). Subiu as escadas rapidamente ajustando o cinto do seu roupão.

Suspirei pela imagem daquela mulher maravilhosa, pelo que vejo, Kalimann consegue me afetar tanto sendo uma adolescente tímida quanto uma mulher formada, ela conseguiu ficar ainda mais linda. O pensamento dela era mais que o suficiente para atiçar minhas fantasias internas e meu amor nunca adormecido. Independente de eu ter sido uma vadia sem coração, certamente não houve um dia em que eu não a amasse e que não pensasse nela.

Meu maior desejo é beijá-la, tocá-la e fazer o que sempre fazíamos, nossas manias, conversas aleatórias, rotinas. Esquecendo as intrigas passadas.

Flashback On

Minha respiração descompassada me impedia de pensar direito, me larguei na cama de peito aberto, com braços e pernas fraquejados concentrando toda minha energia restante em capturar ar, em meio a esse caos meu rosto moldou um sorriso cansado de satisfação, ao meu lado minha namorada, Rafaella, demonstrando estar no mesmo estado e com exatamente o mesmo sorriso.

Nossos corpos nus aqueciam um ao outro, sua cabeça descansada sobre meu peito e seus cabelos bagunçados espalhados sobre o mesmo, o penteado pós sexo. Fazer amor havia virado uma atividade nova em nosso relacionamento. Demorei bastante para deixá-la ver o meu corpo, Rafa não fazia pressão e colocava meu conforto em primeiro lugar, aos poucos fomos tomando liberdades. Deixando aos poucos os beijos esquentarem, arranjando desculpas para tirar algumas peças de roupa, posteriormente eu não tinha nada a esconder e muito a desejar.

Nossa primeira vez acabara de ser perfeita, era tanto a minha como a dela, nos pertencíamos de corpo e alma.

— Gizelly...?

— Sim, Rafa. — respondi em quase sussurro.

— Como eu me saí? — ergueu o pescoço para fazer contato visual.

A resposta era tão óbvia que me deixei fraquejar totalmente, emiti uma gargalhada escassa enquanto entrava em devaneios sobre o prazer, que até o momento era capaz de sentir. Deitei de lado para ficar de frente à ela, encarei com carinho aqueles olhos verdes e capturei seus lábios num beijo meigo, sem demora arrastei a ponta da língua na abertura de seus lábios e ela, por si, cedeu passagem transformando-o em algo vigoroso, cheio de fogo conforme nossas línguas se massageavam. Nos separamos lentamente.

De Repente Nós (Girafa/G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora