Acordei na mesma poltrona, o quarto estava iluminado pela luz do dia, a porta aberta assim como a janela. Esfreguei os olhos e bocejei, olhei curiosa dentre as grades do berço à minha frente, estava vazio.Passei a mão em meu tronco, o estranhando como se algo estivesse fazendo falta. Minha mente começou a trabalhar e lembrei-me que Sofia adormeceu no meu colo noite passada.
Ok, eu concebi a coisinha mais adorável do mundo.
Joguei a cabeça para trás ainda sem forças para levantar, certamente meu cabelo estava bem bagunçado, nem sinal do meu terno, blusa amassada e um tanto desabotoada e não fazia ideia de onde estavam meus sapatos. Sentia claramente o tapete debaixo dos meus pés e o perfume suave e natural que só os bebês têm, ruídos vindo do andar debaixo, pelo menos não estava sozinha.
Presumo que Rafaella estivesse enfurecida, começando por eu ter entrado para passar no máximo uma hora e acabar dormindo na casa dela, segundo por não conseguir dar o recado que alguém da casa deveria cuidar do Theo. Levando em conta tudo o que eu tenha feito durante esses tempos de "malvada" deve ter sido preocupante deixar o filhinho dela em meus cuidados. O lado bom é que devo ter provado que não sou uma ameaça.
- Trouxe isso pra você! - a mocinha apareceu de repente em minha frente segurando uma muda de roupa. E como sempre um sorriso bem animado e sincero.
Fiquei contente com sua ação, acho que nunca senti tanto orgulho na vida.
Não consigo acreditar que fiz uma coisa tão perfeitinha... E nosso filho... Nossa! Deve ser o garoto mais cobiçado da escola. Bem que eu e a Rafa poderíamos fazer mais deles.
Peguei a muda em minhas mãos com uma cara idiota, típica das mães corujas.
- Obrigada, bebê minha. - falei olhando para ela como se visse a criança miúda do retrato.
- Junto com as roupas tem uma escova de dentes nova, um sabonete e uma toalha. - gesticulou mostrando dentre as peças - Tem uma blusa e uma boxer pra você. - sorriu eufórica como se fosse uma criança mantendo uma boneca em sua casa.
Eu não me aguentava de tanta graça, ela é exatamente igualzinha à Rafaella quando tinha essa idade, toda boba e espontânea, parecia mais criança que adolescente. Pelo que vejo, nosso plano se concretizou.
Flashback On
Olhando para as estrelas distraídas, Rafa e eu estávamos deitadas numa manta sobre o gramado do jardim de sua casa. A lua iluminava o suficiente para que uma aproveitasse a imagem da outra. Seus pais estavam em casa e logo eu deveria voltar para a minha, aproveitar cada segundo romântico era essencial. Ela deitou-se agarrada à mim, aproveitando ao olhar as estrelas, o silêncio e o brilho lunar.
- Gizelly, depois que a gente casar vamos ter bebês, certo? - perguntou pacífica quase adormecendo em meus braços.
Suspirei e desci o olhar para que fosse de encontro ao seu.
- Você e essa história de novo, não é? - bufei transtornada - Eu lhe falei milhares de vezes que não posso ter filhos.
- Só por isso não vamos mais casar? - chateou-se e fez aquela carinha magoada.
- Não digo isso, meu amor, - beijei o topo de sua cabeça - É que eu não quero que você se decepcione por criar expectativas com algo que não vai acontecer.
- Casar ou ter filhos?
- Os dois... - ela se abateu rapidamente - Digo... Você vai conseguir alguém melhor para se casar, e se quiser realmente ficar comigo, não lhe darei filhos.
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De Repente Nós (Girafa/G!P)
FanficO que acontece quando você acorda anos depois e descobre que sua vida mudou completamente? Aviso! Gizelly G!P