Capítulo 14

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Chequei o celular uma última vez, várias ligações daquele número misterioso e uma só mensagem de texto.

Chequei o celular uma última vez, várias ligações daquele número misterioso e uma só mensagem de texto

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Então era a loira ninfomaníaca me ligando?

Levando em conta as informações que Ivy me passou sobre meu "casamento", as inúmeras traições que minha "esposa" nem se importou, não estranharia não ter seu número salvo em meu telefone celular. Isso só reforça a ideia de que esse casamento aconteceu por interesse, resta saber se meu ou dela, ou ambas.

Entrei no carro e segui de volta para minha moradia, tirei as roupas e fiquei com as roupas debaixo, pus a carteira sobre a mesa de centro e segui para meu quarto, tudo com máxima monotonia.

Estranho imensamente como a noite muda com essa nova rotina, uma hora estou brincando, com os ouvidos cheios de barulhos e ruídos, andando louca pela casa procurando algo para meus filhos comerem, conversando com um e outro.

Em outra hora estou sozinha num carro, indo para um apartamento luxuoso mas por estar solitário não há valor algum. Temendo muito mais minha esposa maluca do que a solidão.

O tempo voa, e eu estou dando passos curtos e lentos, o que pode ser bom e ao mesmo tempo preocupante. Eu não tenho absolutamente nenhuma ideia de quem seja essa mulher, minha esposa. Não sei se é boa pessoa, se é uma ameaça, se há algum esquema por trás de nosso casamento. Me encontro inteiramente à mercê de qualquer golpe.

Sei dela somente o fato de ser uma maníaca sexual, quase me engole viva quando estamos no mesmo ambiente, nunca nem sequer a beijei... Se bem que devo ter a beijado milhares de vezes porém não lembro de nenhuma delas, não sinto o instinto primitivo de beijá-la, não sinto borboletas no estômago quando a vejo, uma completa estranha.

Tudo o que não sinto por ela sinto por Rafaella, sinto as borboletas no estômago, sinto o instinto primitivo de beijá-la tendo a sensação que seu sorriso vale o mundo, mesmo que o mundo não fosse o suficiente para comprá-lo. É surreal saber que quase transamos há pouco tempo atrás, nem se ela me implorasse eu a levaria para a cama. Estava bêbada como um marinheiro deprimido.

Ter intimidades com uma mulher sem consciência é abuso sexual, palavras fortes, eu sei, mas é a verdade. Como uma louca apaixonada que sou, jamais abusaria dela, eu quero que ela me queira em sã consciência, para que seja plenamente recíproco. Sinto que tudo se desencadearia se houvesse um único beijo, e não poderia arriscar que fosse o último mesmo podendo ser tão bom quanto o primeiro.

Flashback On

Mais um dia que Rafaella veio dormir em minha casa. Os catorze anos tem me maltratado bastante, sinto coisas esquisitas, meu corpo está esquisito, meus pensamentos estão esquisitos... Não entendo os outros, não entendo o mundo e nem entendo a mim mesma. Ando reparando em fatores que antes não me eram preocupações, principalmente alguns pontos da Rafa.

De Repente Nós (Girafa/G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora