Capítulo 32

839 93 35
                                    


ATENÇÃO!!!

Este capítulo pode conter alguns gatilhos.


Empurrou-me com força me fazendo cambalear para trás.

— Pare de falar somente desse maldito caso, sua cretina! Eu sei exatamente o motivo de você estar nos paparicando, é por causa daquela sua maldita obsessão! Eu descobri, mãe... — se referiu à Rafaella. — Descobri que o José é totalmente e cem porcento estéril! Ela está aqui porque descobriu muito antes de mim que o Theo é filho dela!

Uma bomba novamente caiu em meu colo.


O coração em meu peito bateu violento e pareceu palpitar em cada milímetro do corpo que me pertence, eram palavras lúcidas e carregadas, livres de efeitos alcoólicos e mais distante ainda de dúvidas. Seu subconsciente fundiu-se com o máximo de sua consciência, parágrafos concretos de peso absurdo que forçam a cabeça exausta de quem vos fala. Não há felicidade ou raiva. Não há resultado no que não fora digerido, me empanturraram de denúncias e desnutriram-me das explicações, fizeram-se assim os tapas não literais da verdade inesperada que me pegou de surpresa.

— O...O que disse? — murmurei fraquejando.

Rafaella ficou pálida e sem vida, assim como os fantasmas ou até mesmo suas moradias abandonadas: os defuntos! A confusão estava presente em seu rosto, transpirava mais medo que qualquer outro sentimento instável em terreno arenoso, preferi não dar razão à possível verdade que mordeu-me faminta e necessitada. Gabriel achou o silêncio constante e irresistível.

— Diga à ela! Diga à mim! — exigiu com austeridade. — Mereço, ao menos uma vez na vida, ouvir a verdade, apenas uma verdade. — expressou seu desgosto sem exitar. — Pensei que... — seus olhos esmoreceram. —  Poderia confiar na Gizelly, porém...vejo que não posso confiar em ninguém.

Estático e pensativo lhe escorreu pelo rosto uma solitária lágrima. Sua raiva, desilusão e desgosto me eram familiares de tal maneira que, sem tentar, os próprios fizeram-se presentes se assemelhando ao caos adolescente que abandonei no passado, bem adormecido nos calendários, porém mais memorável na extensão do que jamais esqueceria. Presenciava a miragem de quem eu desejava não voltar a ser, compartilhamos da mesma lágrima.

— Fala mãe! — veio do fundo dos pulmões. — ... E o José? Sabe que foi enganado por essa safade...?

Em meio segundo, Rafaella estendeu o braço em cima da cabeça e liberou a força do palmo na lateral do rosto do filho, que recuou tropeçando indo para trás segurando o mesmo com ambas as mãos sofrendo o queimar, os cinco dedos marcaram em tintura vermelha o seu rosto branco.

— Nunca mais use essas palavras comigo! — disse com a voz carregada. — Não sou suas namoradinhas de escola! O Zé soube exatamente o que estava fazendo quando se casou comigo. — disse sem discrição.

O garoto ficou meramente mais controlado. O rosto com a marca da mão da mãe e garganta fraca pelos berros, o deixaram ofegante e mais em si. Ainda esfregando a bochecha e muito indignado.

— Se são tão harmoniosos e amigos qual teria sido o motivo da raiva dele? Na briga da madrugada ele estava aos berros! Deixou escapar tudo.

— Do que está falando? — o indagou em rebate.

— Será que terei de refrescar sua memória? Pois bem... — começou.

(Flashback On)

Gabriel dormia sereno em seu quarto, quando sentiu uma mão gelada em seu tornozelo. Obviamente acordou assustado, nunca se sabe os horrores escondidos nas noites de tormenta com essas tempestades, o rapaz ainda confuso tentou enxergar quem estava a lhe fazer a visita noturna. Em meio a um relâmpago, o quarto se iluminou meramente e o rosto o acalmou.

De Repente Nós (Girafa/G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora