POV MARÍLIA:
Acordei cedo como todos os dias, sinceramente, eu já nem sei quando foi a última vez que acordei tarde, mas pensando bem, provavelmente foi antes de Ana.
Não tenho do que me queixar sobre minha filha, exceto talvez que ela tenha vindo cedo demais pra minha vida.
Eu tinha apenas 17 anos quando minha menina nasceu. Sei que você deve estar me achando uma irresponsável, que engravidou cedo e teve uma filha solteira, mas todo mundo tem suas fazes.
Hoje minha pequena tem sete anos e graças a Deus é uma miniatura minha, por mais que eu tenha tido uma paixonite por aquele verme do pai dela, não aguentaria que Ana tivesse um traço sequer do maldito que me largou grávida e sumiu no mundo sem nunca conhecer a filha.
Separo minha roupa, uma saia em estilo tubinho preta e uma blusa social de botões na cor azul. Os saltos são pretos e depois do banho faço uma maquiagem leve, arrumando meu cabelo em um rabo de cavalo, pra só então sair da paz do meu quarto.
Automaticamente meus ouvidos se enchem de ruídos, ouço o miado do gato de Ana, Luiza, minha irmã "aborrecente" fala no celular com alguém. Da cozinha minha mãe chama todas pro café da manhã.
Entro na cozinha e vejo dona Ruth ajudando a empregada a colocar a mesa, mesmo nós sempre tendo dinheiro, minha mãe insiste em ajudar e cuidar de todos os afazeres da casa.
-Bom dia mãe.
-Bom dia filha. - Ela respondeu com um sorriso.
Dei um leve beijo na bochecha de minha mãe e me sentei, puxando pra perto um prato de ovos com bacon e começando a comer.
Logo Ruth se juntou a mim, comendo uma tigela de cereais.
Uma pequena entrou na cozinha, com o uniforme da escola, uma saia cinza e um blazer vermelho, meias 3/4 brancas e sapatos da cor do blazer. Seus cabelos ondulados estavam presos em um belo rabo de cavalo, muito parecido com o meu, e ela carregava a mochila rosa.
Se aproximou de mim com os olhos de cor chocolate brilhando, sentou no meu colo e me deu um gostoso beijo na bochecha.
-Bom dia mama.
-Bom dia Ana. - Digo lhe devolvendo o beijo.
-E a vovó, não ganha um beijo? - Perguntou Ruth.
Ana desceu do meu colo e foi até minha mãe lhe dando um beijo. Depois se sentou e tomou seu café.
Logo Luíza também entrou na cozinha, com o uniforme igual ao de Ana, mas os cabelos elegantemente arrumados soltos, batendo na altura da cintura.
-Bom dia.
-Bom dia. - Respondemos eu, Ana e Ruth juntas.
Luíza tem 15 anos e não nega, tal qual minha filha, a semelhança comigo.
Na verdade, na escola muitos acreditam que Ana e Luíza são irmãs.
Minha mãe nos observava de forma carinhosa enquanto tomávamos café.
Logo estávamos todas pegando nossas coisas e dando tchau a Ruth.
-Bom dia Gustavo. - Disse ao meu motorista enquanto Ana o abraçava.
-Bom dia dona Marília.
-Gustavo, por favor, você me conhece desde que eu tinha cinco anos, pare de me chamar de dona.
-Perdão dona Marília, mas seu pai jamais aceitaria que eu lhe tratasse de outra forma.
Meu coração deu um pequeno solavanco, lembrar de Mário e sua trágica perda ainda me doía.
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A PROFESSORA DA MINHA FILHA.
FanfictionMarília Mendonça é a dona de um grande império, a editora mais famosa do país. Sua arrogância só se compara a sua beleza e ao seu amor por livros. Mas como todos, Marília não é perfeita. Seu passado lhe deixou marcas profundas, e viva. Ana Luiza é u...