Capítulo 04

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Quem é essa gente toda aqui? 😰

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Depois de um tempo, minha respiração já estava regulada e meus pulmões recebiam o ar com alívio. Meus olhos ainda ardiam devido as lágrimas e agora a vergonha tomava conta de mim.

Não que eu tivesse feito um escândalo, felizmente aquele desabafo desnecessário ficou apenas entre Sanzu e eu. Mas como a pessoa que ele era, certamente iria divulgar aquilo nas redes sociais dele e eu sairia com a pior imagem possível.

Que decepcionante.

Fiquei encostada no banco, sentada e admirando a lua. Eu não iria atrapalhar a noite de Vyctoria, ela mais do que ninguém merece se divertir, e eu faria de tudo para aquilo acontecer. Mas por azar, não notei o par de olhos felinos que estavam colados em mim.

— Por que tá sozinha aí, gatinha? — Falou o rapaz de cabelos médios e pretos, vestido com roupas semelhantes às que meu pai usava, logo eu sabia a qual tribo ele perguntou.

— Nem me conhece e me chama de gatinha. — rebato o encarando com desdém. — Patético.

— Eita, não precisa ser grossa assim.  — ele diz e abre sorriso que deixam as presas à mostra. — Vi você sozinha aí há um tempo e resolvi vir falar com você.

— Que tipo de psicopata stalker você é? — pergunto desconfiada. — Um serial killer?

— Não sou nada disso, sou apenas um cara comum. — ele diz dando os ombros. — Me chamo Keisuke, Keisuke Baji.

— Me chamo [Nome]. — respondo esboçando um sorriso. — Vou te dar um voto de confiança, Keisuke.

— Então, agora que te "conheço" posso te chamar de gatinha? — Ele pergunta descarado.

— Céus, eu não tô com cabeça para gracinhas.

— Percebi, você parecia estar chorando. — ele fala pensativo e senta na outra ponta do banco. — O que houve?

— Eu só acabei desabafando no local errado e com a pessoa errada. — Respondo suspirando fundo.

— Desabafou algo que possa ferir sua imagem? — Ele pergunta compreensivo.

— Em partes sim. — respondo receosa. — Mas em partes não.

— E sobre o que você desabafou?

— Você faz perguntas demais, Keisuke.

— Eu tô tentando te ajudar!

— É que eu tenho um canal no YouTube e não tenho tanto reconhecimento quanto eu gostaria. – respondo esboçando um sorriso amarelo. — E eu meio que me irritei com algo que eu não devia. Acho que todo o estresse da minha vida se acumularam em um só momento.

— Entendi… – ele diz suspirando. — E que tal se você me falasse o nome do seu canal?

— Por quê você se importaria? – Questiono incrédula.

— Só me mostra. – ele responde e estende o celular. — Aí eu digo se você tem talento ou não.

O encaro com os olhos semicerrados e mais uma vez aquele sorriso ladino que deixava as presas à mostra. Uma característica exótica, mas que não deixava de se tornar um charme a mais para ele.

— Aqui. – digo e estendo o celular. — Escolhe um e assiste se quiser.

— Vejamos…

Keisuke começou a deslizar o dedo na fria tela do celular, até que encontrou algo que parecia ter chamado a sua atenção. Um outro sorriso se formou nos lábios do rapaz e então a melodia de Aerials - System of a Down começou a tocar.

Look at the Camera • Sanzu Haruchiyo | Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora