Capítulo 10

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Eu sei oq fizeram na noite passada 🧐

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Quando os primeiros raios de sol começaram a invadir o cômodo, meus olhos foram se abrindo um pouco, em meio a várias piscadas para me acostumar com a iluminação do novo local.

Olhei para o lado e Keisuke estava dormindo calmamente, sentei-me na cama e aproveitei para observar os detalhes que passaram despercebidos na noite anterior, as paredes em um tom de cinza escuro, algumas decorações remetentes a bandas de rock e uma cama de gatinho no canto do quarto.

Fiquei de pé com todo o cuidado para não acabar o acordando, a blusa que ele me emprestou para dormir era perfeita pra um belo vestidinho. Peguei minhas roupas que estavam espalhadas pelo quarto e fui em direção ao banheiro.

Depois de um bom banho para despertar, tratei de vestir minha roupa assim que me sequei com uma toalha que me foi dada na noite anterior, e quando saí notei que Keisuke havia mudado apenas de posição, mas continuava dormindo como um anjinho.

Aproveitei para olhar mais de perto as fotos que tinham em um mural perfurado, reconheci as fotos de infância, ou melhor, quase todas. Mikey que parecia não ter crescido muito, Mitsuya com um corte completamente diferente dos dias atuais, Draken o mais alto de todos como sempre, Baji com seus cabelos curtos e um garoto loiro de cabelos curtos.

— Ele é tão parecido com o Haru… — Falei estreitando o olhar para a foto.

Os olhos azuis tinham a mesma intensidade perigosa que os de Sanzu, mas algo diferente chamou minha atenção. Cicatrizes. O garoto da foto tinha cicatrizes nos cantos da boca e parecia mais acanhado para sair na imagem do que os outros, completamente diferente do Sanzu que eu conhecia. Exibido e que adorava chamar a atenção.

— Já tá de pé, gatinha? – a voz sonolenta de Baji soou pelo quarto me tirando dos meus devaneios estranhos. — Hoje é domingo, deita mais um pouco…

— Bom dia, gatinho. – respondi e me virei para ele. — Preciso ir pra casa descansar um pouco mais já que a noite teremos outra apresentação.

— Ah, por favor gata… – ele pediu sonolento tentando ficar sentado na cama. — Só mais cinco minutinhos.

— Não posso Kei, aos domingos costumo ajudar minha mãe no jardim e depois no almoço de domingo que meu pai faz.

— Sendo assim, eu vou deixar você em casa. — Ele diz e se espreguiça deixando todos os músculos do abdômen e braços em um belo destaque.

— Fico muito agradecida com isso, gatinho.

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Depois que fiz tudo o que precisava ser feito desde que cheguei em casa, fomos para o nosso almoço em família. Não que aquele fosse diferente ou especial, mas sempre que possível, buscamos ter nossas refeições juntos como uma maneira de demonstração de afeto e assim aproveitar para colocar a conversa em dia.

Minha mãe como sempre falava sobre coisas relacionadas a botânica e pinturas em tela, até mesmo planejou uma visita à uma exposição de arte que teria na próxima semana, já meu pai, ficava me zoando por ter aberto a porta no exato momento em que Keisuke me abraçou e fez o pobre garoto gelar.

— Não ligue pra ele querida. –a mulher diz em meio a risadas. — Ele mudou de cor no dia que precisou falar com o meu pai.

— AHA! – Falei apontando para ele.

— Não tem graça. –ele diz e faz um bico chateado. — Eu era medroso mas ainda assim fui em busca da mulher que eu amo.

— Ah não, sem demonstrações de afeto melosas. – Reclamo quando os dois dão um breve selinho na minha frente.

— Já que não podemos demonstrar todo o nosso amor. – o homem diz em um tom de brincadeira. — O que acha de nos falar sobre a sua experiência, hein? O que sentiu na primeira vez estando no palco.

— Nossa pai, eu senti um frio na barriga que achei que iria desmaiar ali mesmo. –respondi cobrindo o rosto com as mãos. — Mas aí eu tentei fazer como os meninos disseram e focar em dar o meu melhor e eu finalmente consegui!

— Você nos dá tanto orgulho, querida. –a mais velha diz sorridente. — Fico muito feliz que tenha tido uma boa experiência.

— Isso me faz lembrar os velhos tempos. – o homem diz pensativo. — Que saudade eu tenho de tocar naquele lugar, de ver as pessoas entusiasmadas e de cantar músicas fora da minha bolha para sua mãe.

— É, eu vivia pedindo músicas das minhas bandas hippies favoritas para seu pai cantar. – Ela responde sorridente.

— Então era assim que vocês flertavam? – Perguntei sugestiva.

— Essa era uma das maneiras que fazíamos isso. – ele respondeu dando risada. — Mas e agora meu bem, o que você pensa em fazer com o dinheiro?

— Bom, quero investir em mais equipamentos para os meus vídeos e instrumentos novos. – respondo pensativa. — Mas também quero repaginar meu quarto, comprar uns livros e roupas novos e juntar o restante pra formatura da faculdade.

— Não se esqueça de fazer uma poupança para o futuro. – minha mãe diz em um tom de atenção. — E não pense em gastar mais do que o que ganha para não se endividar.

— Exatamente por isso que eu andei pensando em voltar a dar aulas de instrumentos. – Falei inclinando a cabeça.

— É uma boa ideia, lembro que você era seguida por uma legião de pessoinhas. – a mulher dá uma risadinha. — Aquelas garotinhas eram tão fofinhas.

— Eram mesmo. – concordo e bebo o restante do suco. — Mas por enquanto só estou pensando, até porque eu não quero ficar sobrecarregada.

— Muito bem filha, mantenha sempre esse pensamento na cabeça e não esqueça de tirar um tempo pra descansar. –o homem diz afirmando com a cabeça enquanto retira os pratos da mesa. — Não quero ver minha princesa exausta pelos cantos.

— Pode deixar pai, prometo que vou me cuidar.

— Ótimo, agora vá lá pra cima descanse meu bem. –a mulher diz acariciando meu rosto. — Pode deixar que eu e seu pai cuidamos do restante das coisas.

— Obrigada gente, de verdade. – sorrio para eles. — Vocês são os melhores pais.

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• Amanhã tem mais amores 🤡❤️
 

Look at the Camera • Sanzu Haruchiyo | Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora