Capítulo 25

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O sono já estava tomando conta de mim, mas enquanto isso Sanzu parecia estar cheio de energia e quanto mais ele tomava energético, mais a situação piorava.

Nesse exato momento ele estava em meio a um monólogo sobre a existência dos dinossauros ou sobre como eles haviam se transformado em galinhas domésticas. E a situação apenas piorava a cada instante.

— Finalmente cheguei a minha conclusão. – ele disse cheio de si, ficando de pé em uma pose vitoriosa. — Quer saber Cup?

— Não me interesso por suas loucuras, Haruchiyo idiota.

— Hey, qual é? Eu te trago aqui pra recarregar suas baterias e você fica esgotada mais rápido? – reclamou fazendo bico. — Vamos lá cupcake, ânimo! Vamos, dê um lindo sorriso assim.

Observei Sanzu colocar os indicadores em cada lado da própria boca e puxar para que imitasse um sorriso e infelizmente eu acabei rindo da situação.

— Viu por que te chamo de idiota? – falei dando risada. — Você é muito bobo.

— É, hoje em dia pode-se dizer isso. – ele suspirou sentando no chão e dando um belo gole na latinha que tinha em mãos. — Mas nem sempre eu fui assim.

— É difícil de acreditar, você tá sempre sorrindo por aí e fazendo graça com as pessoas…

— Por trás de belos sorrisos, existem grandes tristezas. – Respondeu pensativo olhando para cima.

— Caramba, você deve ter pensado muito para dizer uma coisa dessas. – falei sentindo o verdadeiro peso daquelas palavras. — Não se esforça muito para usar o cérebro ou sua cabeça pode pegar fogo.

— Ai aí ai, a cada vez que você me chama de burro, isso só me deixa ainda mais empolgado.

— Empolgado pra quê?

— Te mostrar tudo o que sou capaz de fazer. – Ele riu de um jeito engraçado.

— Bom, não tenho o menor interesse em descobrir as coisas que você sabe fazer. – falei ficando de pé e batendo os resquícios de areia que tinham em mim. — Estou indo dormir, boa noite Haru.

— Okay, boa noite. – ele riu dando tchauzinho. — Vou ficar aqui mais um pouco e depois vou deitar.

— Lembre-se de respeitar o meu
espaço. – Falei e ele apenas riu e se jogou para trás, deitando por completo no chão.

Em poucos passos eu já estava na barraca, apesar da embalagem falar sobre caber 4 pessoas ali dentro, ela tinha ficado pequena com nossos pertences e colchões.

Aproveitando que ele estava entretido com seja lá o que estivesse passando naquela cabeça oca, troquei de roupa e coloquei um shortinho e uma blusa. Eu não sabia como seria a noite, se faria frio ou calor e por isso decidi não usar calça comprida.

Me aconcheguei o suficiente para ficar confortável naquele colchão e fiquei ali pensando. Sanzu realmente estava se mostrando diferente do que eu por tanto tempo imaginei, apesar dele estar forçando uma aproximação, não era do tipo que me fazia mal ou que me machucava. Ela era simples e até mesmo divertida, ao julgar pelas coisas que ele se metia para me fazer rir.

E aquelas palavras  dele, "Por trás de belos sorrisos, existem grandes tristezas." Me fizeram refletir um pouco, será que no fim Sanzu também se escondia atrás de uma máscara ou isso era apenas uma impressão estranha?

— Psiu, tá dormindo? – Ele sussurrou abrindo o zíper da barraca.

— Morri! – Respondi mostrando o dedo do meio.

— Sendo assim, vou cavar um buraco e te jogar dentro!

— Sanzu, você é cruel. – falei virando o rosto para o encarar. — Você teria coragem de fazer isso?

— Sim. – ele respondeu entrando para a barraca e fechando todos os zíperes. — Você vive me ameaçando e quando faço a mesma coisa você me chama de cruel. Hipocrisia, não?

— Não. Você está ficando rebelde. – reclamei semicerrando o olhar. — Não gosto disso. Prefiro você me obedecendo.

— Eu nunca obedeci você!

— Mas vai!

— Haha! No dia que alguma mulher mandar em mim, eu com toda certeza vou casar com ela. – Ele disse dando risada.

— Nesse caso, continue desobediente comigo. – Respondi e ele em automático parou de rir, me encarando com desgosto.

— Se importa se eu trocar de roupa aqui? – perguntou mexendo na mochila. — É que lá fora tá frio e eu não quero pegar um resfriado.

— Tudo bem. – respondi e virei o rosto para o outro lado. — Pode ficar à vontade, até para dormir.

— Posso mesmo dormir à vontade? – Ele perguntou dando uma risadinha.

— Pode Sanzu! – falei irritada. — Você é muito chato.

— Suas palavras são ordens para mim, docinho!

Observei o zíper da mochila ser fechado e as roupas que ele estava usando voarem para o outro lado, mais especificamente para o lado que eu estava olhando e aquilo fez eu me arrepender das minhas palavras.

— Só não vou dormir pelado como eu faço em respeito a você! – Ele riu deitando ao meu lado.

— Você não tem vergonha nessa cara? – perguntei o encarando. — Eu te digo pra ficar à vontade e você inventa de dormir de cueca?

— Exato! – ele sorriu travesso. — Você mesma mandou eu ficar à vontade! Então docinho, saiba que isso pra mim é ficar à vontade. E digo mais, em casa eu durmo completamente nu, pois somente assim eu fico à vontade.

— Você é nojento… – Falei esboçando uma careta e me virei.

Sanzu deu outra de suas risadinhas travessas e senti apenas uma pressão em minha cintura me puxando para junto dele. Haruchiyo empurrou meu cabelo de lado, deixando o pescoço completamente livre e depositou um rápido beijo no local fazendo todos os meus pelinhos arrepiarem e meu coração acelerar.

— Pode me xingar o quanto quiser, mas hoje vamos dormir assim. – Ele riu afundando o nariz no lugar e se arrumando em uma conchinha improvisada.

— Seu cara de pau, um dia vou arrancar o seu braço e… – mais uma vez, Sanzu depositou outro beijo no mesmo lugar mas dessa vez um selar demorado. — Para com isso, Sanzu!

— Ah, é legal ver você se arrepiando quando eu faço isso. – ele respondeu meloso. — Sempre que reclamar enquanto estivermos assim, eu vou fazer isso.

— Eu odeio você.

— Vou fazer de novo e dessa vez eu vou te morder… – Ele disse dando uma risadinha.

— Sanzu… Você é muito chato!

— Tá bom. – ele disse suspirando pesadamente e me causando arrepios. — Vou te deixar em paz. Boa noite cupcake.

— Boa noite, Haru.

Sanzu não fez nada além de ficar ali, abraçado comigo. Nada de toques sem permissão ou de passar a mão em locais onde não devia, não dava pra saber o que se passava com ele, mas a tensão em seus braços era nítida e talvez ele tinha medo de fazer algum movimento brusco e isso custar caro.

Por fim, quando eu estava quase adormecendo Haruchiyo deu outro beijo em meu pescoço.

— SANZU!

— Tá, foi mal… – reclamou com uma voz triste e logo em seguida deu uma risadinha. — Foi mais forte que eu.

— Um soco meus também vai ser forte, seu idiota. — Falei o ameaçando.

— Vai dormir, cupcake. – ele disse dando risada. — Boa noite.

— Boa noite.

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Vai q sai outro capítulo ainda hoje. 🤭

Look at the Camera • Sanzu Haruchiyo | Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora