Capítulo 24

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Haruchiyo Sanzu

Nossa estadia na praia estava mais calma do que o esperado, principalmente depois que comemos alguma coisa no que deveria ser o horário de almoço.

Os xingamentos gratuitos e as ameaças que ela me fazia tinham diminuído, e ela ficava apenas em um cantinho sentada rabiscando a areia. Cada vez mais que eu via esse lado "frágil" que ela demonstrava, ficava cada vez mais complicado para tentar entendê-la.

— Hey, por quanto tempo vai ficar sentada aí?

— Não começa… – Ela reclamou virando o rosto para mim.

— Só quero saber se quer comer alguma coisa. – falei apontando para a fogueira. — Tem alguns petiscos e marshmallows ali.

— Eu aceito os marshmallows. – Ela respondeu esboçando um sorriso.

— Vou pegar alguns pra você.

Caminhei de volta para junto da pequena fogueira e apanhei uns dos espetos que tinham os doces e caminhei de volta para ela.

A ofereci um e ela aceitou de bom grado, o ponto em que ela estava sentada era perfeito para observar as ondas e o céu começando a ganhar tons alaranjados.

— Posso perguntar o que está achando desses dias aqui? – Perguntei sem a olhar, admirando apenas a imensidão azulada que estava à minha frente.

— Estou gostando. – ela respondeu dando um suspiro longo. — Apesar de tudo, eu gosto daqui. Tem paisagens bonitas e pessoas agradáveis.

— Eu fico feliz por você estar se sentindo assim. –respondi e deu um sorriso para ela. — Você parece completamente diferente do monstrinho que tenta me matar.

— Deve ser porque eu tô planejando te matar. – Ela disse me encarando e deu um sorriso.

— Se ameaçar me matar de novo, eu vou te beijar.

— Você não é louco, você não encosta em mim não. – Ela disse dando um tapinha em mim.

—  Ah qual é, cupcake?! Até parece que é ruim. – Reclamei fazendo bico.

— Ruim é apelido. – ela deu risada. — É horrível.

— Mentirosa!

— É…Talvez eu esteja mentindo. – ela riu mostrando a língua. — Ou talvez eu esteja falando a verdade.

— Quer tirar a certeza? – perguntei me aproximando e ela me deu um tapa. — Isso dói, sabia?

— Sim! Por isso eu te bato.

Fiquei em silêncio pois dessa vez ela realmente tinha um ponto, o silêncio permaneceu ali sendo quebrado apenas pelo som das ondas se chocando.

E quando pensei que mais nada poderia me surpreender, ela apenas se aproximou e deitou a cabeça em meu ombro e ficou ali, de olhos fechados porém com uma respiração pesada.

— Você está se sentindo bem? – Murmurei calmamente.

— Só estou um pouco cansada e ansiosa. – ela respondeu cabisbaixa. — Nada demais.

— Tem certeza disso?

— Tenho…

Em silêncio, o tempo foi passando. Admiramos juntos o pôr do Sol e fomos preparar alguma coisa para o jantar, cada coisa que levei teria uma serventia para aquilo, então nada mais justo que pedir a opinião dela a cada coisa que eu fizesse.

Enquanto ela arrumava a barraca e as outras coisas, eu preparei o jantar. O lado bom é que fizemos uma curta viagem para um vilarejo próximo, tomamos um belo banho para tirar o sal do corpo e retornamos para cá.

Depois do jantar, ficamos apenas sentados na areia, observando aos poucos a fogueira ir se apagando e por mais que demorasse, as chamas ainda estavam iluminando bem o local.

— Sanzu… –Ela chamou jogando uma pedrinha em mim.

— Que foi?

— Obrigado por esses dias, eu realmente estava precisando dessa paz.

— Não precisa me agradecer por isso. – Respondi sorrindo para ela.

E mais uma vez ela deu um daqueles sorrisos, tão iluminados que pareciam transmitir os raios do sol. Por puro reflexo me aproximei e a puxei para mais perto de mim.

Sem nem ao menos resistir, nos deixamos levar pelo momento, o que antes era uma distância, agora parecia não existir mais. Ao ver que eu me aproximava, lentamente ela começou a fechar os olhos.

Estávamos imersos em um beijo tão intenso e caloroso que a distância se tornava cada vez mais incomoda e ruim. As mãos dela deslizavam gentilmente em minha pele, deixando algumas pequenas marcas de unhas.

A puxei para meu colo e o contato ficou ainda mais caloroso, passei a distribuir beijos em seu pescoço e observando como o corpo dela reagia aos meus contatos simplistas, desci uma de minhas mãos até a barra da blusa e antes que eu colocasse a mão por baixo, ela a segurou com força.

— Tem algo de errado? – Perguntei a encarando.

— N-não… Pode continuar…

— Você está mesmo confortável com isso?

Ela não respondeu, apenas mordeu o lábio inferior tentando não demonstrar a frustração que sentia e para qualquer pessoa, aquilo era uma resposta. Uma bela resposta.

— Olha, se você não está se sentindo confortável é só dizer. – falei colocando uma pequena mecha de cabelo dela atrás da orelha. — Eu não vou fazer nada que você não queira, sempre te falei e sempre farei questão de repetir isso.

— Tem certeza de que você não vai… – As palavras pareciam travar em seus próprios lábios.

— Brigar com você? Te tratar mal? Fazer sei lá o que? –falei a interrompendo. — Eu não sou esse tipo de pessoa [Nome]. Por mais que eu roube beijos seus, eu não farei nada que possa te prejudicar e muito menos contra a sua vontade.

— Desculpe por isso… – Ela respondeu cabisbaixa saindo do meu colo.

— Não se desculpe, ok? Não tem motivo pra isso. – disse e fui em busca de alguns doces próximos a fogueira. — Pega…

— Obrigada.

— Já experimentou olhar pro céu? Ele tá lindo com essas estrelas.

— Está mesmo, tão iluminado que nem parece que é o mesmo céu que vemos na cidade… – Ela disse sorridente olhando para cima como uma criança em um parque de diversões.

— Vamos procurar pelas constelações.

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• Será que tá vindo um hot aí? 🤡

Look at the Camera • Sanzu Haruchiyo | Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora