Capítulo 17

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Não demorou muito para o dia da viagem finalmente chegar e como a boa ansiosa que sou, as malas já estavam prontas desde a semana passada. Minha mãe passou o tempo todo falando sobre o que fazer em caso de inúmeros tipos de acidentes diferentes, já meu pai me incentivava a fazer várias aventuras, mas no fundo eu sabia que ele morria de medo de algo acontecer comigo.

Vyctoria estava um poço de ansiedade, já o pobre Mitsuya acabou sofrendo um interrogatório nas mãos do pai da morena. Eu tentei de todas as formas possíveis convencer Keisuke a ir junto, pelo menos assim eu teria alguma “distração”, mas ele não podia ir. Não quando o melhor amigo dele, Chifuyu Matsuno, estava voltando da temporada em Londres.

— É, o universo me odeia. –falei pegando a mochila e colocando-a nas costas. — Eu finalmente percebi e aceito isso.

— Você é muito reclamona [Nome]. – Vyctoria fez careta ao arrastar minha mala. — Amiga, por acaso você vai de mudança e não me avisou?

— Não, eu estou indo precavida! –respondi sinalizando para sairmos do quarto. — Muitas coisas podem acontecer por lá, e eu só quero ter como me resguardar em caso de alguma emergência.

— Entendo você, mas a única coisa que eu vou levando é camisinha e remédio para dor de cabeça. – Ela disse dando risada e me acompanhando para fora.

— Bom, pelo menos você é prevenida. – Falei dando risada.

— E você, hein? O que vai levando para usar com o Sanzu? – Perguntou sugestiva gesticulando com as sobrancelhas.

— Spray de pimenta e se ele chegar perto demais, um canivete!

— Você só maltrata o coitado!

— Coitada sou eu, Vyctoria. – falei descendo as escadas. — Me meti nessa furada e tudo! Mas é como você mesma disse, eu vou aproveitar cada momento.

— Isso aí, essa é minha garota!

Ficamos no andar debaixo à espera dos meninos, meus pais haviam saído e deixado todas as recomendações para nosso bem estar, eu levaria a chave da casa para o caso de acabar chegando cedo ou em um momento em que eles não estivessem.

Vyctoria ao meu lado já falava inúmeras coisas sem o menor sentido e muitas vezes desconexas, mas nada que atrapalhasse a nossa boa convivência. Se bem que era quase normal isso entre eu e ela.

Ficamos trocando mais algumas conversas e ouvimos a buzina de um carro do lado de fora, muito provavelmente era aquele tapado, mas esperei a confirmação pelo meu celular.

— São eles. – falei esboçando um sorriso para Vyc. — Deixa as coisas aí que o Sanzu coloca no porta-malas.

— [Nome] nunca perdendo a chance de escravizar alguém. – Respondeu dando risada.

— Claro que não.

Abri a porta e já dei de cara com Sanzu em um Porsche branco, os vidros abaixados, Mitsuya e Senju no banco de trás. O rosado estava de óculos escuros e os abaixou para me encarar com um sorriso sarcástico.

— Vai descer pra pegar minhas coisas ou eu vou ter que ir aí te puxar pelos cabelos? – Perguntei impaciente.

— Amo uma mulher mandona. – Ele responde em meio a risadas enquanto desce do carro.

— Anda logo, Sanzu! –Reclamei enquanto ele fica parado olhando para mim.

— Se está com tanta pressa, porque você mesma não coloca? – Questionou arqueando as sobrancelhas.

— Por que o cavalheiro aqui é você, anda, pega aquela mala e as duas mochilas.

— Vai se mudar e eu não tô sabendo, cupcake?

— Vou! –Respondi irritada e ele deu risada.

Depois de guardar as malas, nos acomodamos em nossos respectivos assentos e por mais que eu tivesse implorado, Senju não trocou de lugar comigo. E infelizmente todo o caminho foi com ele ao meu lado.

Chegamos no hotel quase no final da tarde, apesar de tanto admirar fotos daquele lugar, nenhuma nunca seria capaz de expressar a beleza que eu via naquele momento. As palmeiras, o som das águas jorrando nas piscinas e saber que mais no alto da montanha tinham as fontes termais, meu corpo ansiava por aquilo.

— Finalmente, minha coluna já estava ficando dormente. – Vyctoria disse assim que saiu do carro.

— Minhas pernas então… – Mitsuya deu risada passando as mãos na calça que estava vestido.

— Vocês são muito altos, por isso sentem dor. – Senju sorriu vitoriosa ao sair do carro.

— Você que é uma anã desbotada. – Sanzu disse dando um tapa leve na cabeça dela. — Venham, o mensageiro vai levar as malas depois.

— Mas eu quero pelo menos a minha mochila. – falei o encarando. — Ou você acha que eu não vou subir até às termas?

— De noite? – Perguntaram em uníssono.

— Sim, de noite! – respondi abrindo um sorriso. — É o melhor horário para estar naquele lugar.

— Não tem medo de cobras? – Sanzu questionou com um mínimo sorriso no rosto.

— NÃO!

— Então você gosta de cobras [Nome]? – Mitsuya perguntou dando risada.

— Amo elas, minha melhor amiga é uma. – Respondi e dei risada quando Vyctoria confirmou a minha fala.

Sanzu em meio a risadas e piadinhas pegou minha mochila e a colocou no próprio ombro e me estendeu a mão com um olhar debochado, entendi que precisávamos passar um tempo de mãos dadas por aí para manter as aparências.

Logo na entrada do resort fomos abordados por alguns fãs, fotos e autógrafos para todo lado. Até mesmo com Senju, Mitsuya e Vyctoria, por um lado eu estava gostando daquele tratamento, por outro me sentia mal por mentir para tantas pessoas.

— Sejam muito bem-vindos. – o gerente nos cumprimentou assim que chegamos no balcão. — É uma honra receber vocês, aqui estão as chaves dos quartos e se possível senhor Sanzu, deixe sua chave para o manobrista guardar seu carro e o mensageiro levar as malas.

— Obrigado pela cortesia. –Haruchiyo disse com um sorriso bastante simpático. — Sabe, minha namorada sempre quis visitar esse lugar. Eu ficaria imensamente grato se vocês desse atenção especial aos pedidos dela.

— Oh sim, claro que sim. – o homem disse juntando as mãos na frente do rosto. — Será uma honra atender aos pedidos da senhorita, teria algo que eu poderia fazer nesse momento?

— Poderia me dizer onde ficam as termas? Eu queria dar uma passada lá ainda hoje. – Perguntei sentindo toda a vergonha e timidez me atacarem naquele momento.

— Podemos deixar uma guia para levar a senhorita até lá, por favor, depois que conhecer seu quarto venha até aqui. – O homem respondeu sorridente.

— Claro que sim, obrigada.

— Nós é que agradecemos.

Continuamos andando enquanto Sanzu conversava com os outros e muitas vezes fazia algumas fotos com outros fãs. Minha ansiedade já estava a mil e eu queria o quanto antes ir para as termas, se eu deixasse para ir apenas durante o dia, era certeza eu morrer até lá.

— Sanzu… – chamei ao parar de repente no meio do corredor. — Qual o número do meu quarto?

— 1202. – respondeu pensativo. — Por quê?

— Eu tô prestes a desmaiar de ansiedade, eu preciso ir nas termas. – falei mudando de peso entre as pernas. — Pode me dar o cartão da minha porta?

— Tá, só promete que vai tomar cuidado. – Ele pediu entregando o cartão.

— Vou tomar.

Look at the Camera • Sanzu Haruchiyo | Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora