Sýndesis

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Sýndesis (s. f.):
Movimento de junção, união, conexão, costura.

Point Of View Engfa

- Eu te amo, Charlotte Austin. - Puxei Charlotte pra um beijo intenso sem dar chance de resposta a ela. Depois de tudo o que ela já disse, nem precisava. Seus lábios corresponderam aos meus sem hesitação e ela me empurrou de leve até estar deitada sobre mim, diminuindo o espaço entre nós. O beijo se tornou mais urgente, a mão dela apertou minha pele pela abertura lateral do meu macaquinho, espalhando ondas de calor por todo o meu corpo. Mordi seu lábio inferior de leve, ao mesmo tempo em que descia uma das alças de seu vestido vermelho e expunha um de seus seios aos meus toques. Charlotte arfou baixinho quando apertei seu mamilo entre meus dedos brincando com seu piercing e eu aproveitei pra mudar o foco dos meus beijos para o seu pescoço, na região que eu sabia ser a mais sensível pra ela. Usei a distração que isso lhe causou para inverter nossas posições, surpreendendo-a com a mudança brusca. Posicionei uma perna de cada lado de seu corpo, me inclinando sobre ela novamente, que me olhava com um misto de desejo e diversão nos olhos. Voltei a beijar seu pescoço.

- Pensei que você fosse querer a sobremesa... - Ela provocou com a voz rouca de desejo e quando me afastei vi que exibia um sorriso travesso nos lábios.

- Ah, mas eu ainda quero. Quero demais. - Respondi sem tirar os olhos dos lábios dela.

Me abaixei sobre seu corpo, devorando novamente sua boca e provando seu gosto com minha língua. Charlotte gemeu com o beijo e a fricção de nossos corpos, apertando minha bunda por cima da roupa, fazendo meu quadril se mover involuntariamente. Tinha roupa demais nos atrapalhando, eu queria sentí-la por inteiro, precisava daquilo. Passei todo o jantar querendo tirar aquele vestido vermelho dela e agora não havia mais nada que me impedisse. Movi minhas mãos para suas costas, encontrando o zíper e começando a abaixá-lo devagar, enquanto descia meus beijos por seu queixo e pescoço. Subi as mãos de suas costas pra seus ombros, escorregando as alças do vestido por seus braços, descendo meus lábios pro seu colo e seus seios. Beijei cada um deles demoradamente, alternando com mordidas leves em seus mamilos que a faziam gemer cada vez mais alto. As mãos dela apertavam minha bunda, pressionando meu quadril contra ela.

- P'fa, pelo amor de Deus, tira essa tua roupa que eu não aguento mais esse negócio no meio do caminho. - Pediu impaciente.

Achei graça do desespero dela, mas eu mesma também já não aguentava mais de vontade de sentir a pele dela contra a minha, então me livrei rapidamente das minhas roupas, ajudando ela a terminar de retirar o vestido em seguida. Voltei a beijá-la, acariciando seus seios com as mãos. Charlotte entrelaçou os dedos em meus cabelos, me arranhando de leve e me arrancando um gemido. Suguei com força seu pescoço e provavelmente eu acabaria deixando uma marca ali pela manhã, mas ela não pareceu se importar.

Continuei a explorar seu corpo com meus lábios, descendo por seu tronco e abdômen, enquanto ela puxava meus cabelos, me empurrando delicadamente pra direção em que ela me queria. Me demorei em seu umbigo, tocando-a por cima da calcinha, a única peça de roupa que ainda lhe restava. Quase que instantaneamente, seu quadril veio de encontro aos meus dedos em um rebolado lento, enquanto ela mordia os lábios. Segui distribuindo beijos por seu abdômen, afastando a calcinha dela para o lado, finalmente tocando-a como eu queria. Encontrá-la tão molhada pros meus toques me fez gemer contra sua pele, acrescentando uma nova urgência aos meus gestos. Comecei a tirar a lingerie e ela me ajudou apressada, voltando as mãos pros meus cabelos logo em seguida. Abracei suas pernas, beijando, chupando e lambendo a pele sensível da parte interna de suas coxas, até chegar aonde ambas desejávamos. Charlotte arfou, arqueando sua coluna e arranhando meu couro cabeludo com uma das mãos, enquanto puxava os lençóis com a outra. Dar prazer a ela já havia se tornado uma das minhas coisas favoritas a se fazer e assistir o prazer dela era uma das coisas mais lindas que eu pude observar. Era digno de uma pintura renascentista, eu só queria poder olhá-la por toda a vida.

Escalei seu corpo novamente, distribuindo beijos pelo caminho, até chegar a sua boca e percebi que ela me olhava confusa por eu ter parado o que estava fazendo antes. Voltei a beijá-la sem dizer nada, eu não queria explicar o que tinha em mente, queria apenas sentir. Fazer amor com Charlotte dessa vez estava sendo diferente da nossa primeira vez. Nenhuma de nós disse nada, mas eu sei que ela também notou a diferença. Dessa vez não houve diálogo, apenas nossos corpos conversavam, os únicos sons no quarto eram nossas respirações ofegantes e nossos gemidos e, de alguma forma, nossa comunicação apenas não verbal fazia o momento ainda mais intenso. Puxei uma de suas pernas pra cima e me posicionei sobre ela, encaixando nossas intimidades. A sensação de nossas peles se tocando enviou arrepios por todo o meu corpo. Comecei a me movimentar lentamente sobre ela, que respondia meus movimentos em uma sincronia quase ensaiada. O ritmo de nossas respirações aumentava na mesma proporção que a velocidade dos nossos quadris. O prazer atravessava em ondas por todo meu corpo, eu podia sentir a tensão aumentando em meu ventre e sabia que Charlotte também não estava longe do ápice. Ela me puxou pra mais um beijo quente, mais uma vez afundando os dedos em meus cabelos, enquanto massageava meu seio com a mão livre. Gemi em seus lábios, aumentando o ritmo do meu quadril até me faltar o ar e eu ter que parar de beijá-la em busca de oxigênio. Mantive minha testa na dela, nossos narizes se tocando, perdida no meu par de olhos favoritos. Suas pupilas estavam tão dilatadas de desejo, que quase escondiam por completo as mil cores de sua íris que eu nunca soube definir em um único tom, apesar do castanho-mel sobressair, não era apenas castanho. E saber que todo o desejo e o prazer que ela sentia naquele momento eram por mim e pra mim teve um efeito tão poderoso no meu corpo, que quase atingi o orgasmo só de olhar em seus olhos.

- Engfa, eu... Eu vou... - Charlotte tentava falar, ofegante.

- Shhhh... Eu sei, eu também. - Acariciei seu rosto de leve, sem desviar meus olhos dos dela e sem diminuir nosso ritmo. - Goza comigo, amor.

Senti Charlotte estremecer em meus braços logo em seguida, perdendo o controle de seus movimentos e chamando meu nome com a voz rouca de desejo, enquanto atingia um orgasmo violento. Era a visão mais linda que eu já tive na vida e dois segundos depois eu a segui no precipício.

Point Of View Charlotte

Fazia alguns minutos que Engfa estava inerte em meus braços, com o rosto escondido na curva do meu pescoço enquanto eu acariciava suas costas e ambas recuperávamos o fôlego. Ela havia acabado de me proporcionar novamente um dos momentos mais intensos da minha vida sexual e eu me perguntava, não pela primeira vez, se isso que nós tínhamos era tão intenso porque era sempre assim com uma mulher ou se é porque era com Engfa. Minha Engfa. Aquele pensamento um tanto quanto possessivo me assustava um pouco, eu nunca tinha pensado em ninguém como meu antes. Mas o que eu tinha com a P'fa não era um sentimento de posse, era como pertencer ali. Minha melhor amiga, minha irmã de alma, minha namorada de mentirinha, minha amante, meu amor. Ela era minha na mesma medida que eu era dela e ao mesmo tempo, continuávamos livres pra ser o que quiséssemos. Juntas, nos pertencendo, evoluindo, caminhando lado a lado. Uma onda de amor pela pequena nos meus braços atravessou todo o meu corpo e eu a apertei mais no abraço. Engfa respirou fundo em meu pescoço, me abraçando mais forte também.

- Que você tá fazendo? - Perguntei em um sussurro.

- Te respirando. Guardando esse teu cheiro que só você tem em mim, pra quando a gente não estiver juntinhas assim.

Afastei o rosto dela delicadamente do meu peito para poder olhá-la nos olhos e foi como se um filme de tudo o que vivemos até aqui passasse na minha mente. Mais uma vez o amor que eu sentia por ela tomou conta do meu corpo e dessa vez eu precisava me expressar com palavras.

- Eu te amo tanto, P'fa. - Os olhinhos dela se acenderam na penumbra do quarto.

- Também te amo, Lotte. - Ela se abaixou sobre mim, deixando um selinho demorado em meus lábios antes de se aninhar novamente em meu peito sonolenta.

Nunca pensei que fosse me apaixonar pela minha melhor amiga, mas olhando pra trás, não mudaria absolutamente nada em nossa trajetória. E pensando nas palavras de Engfa de mais cedo, durante o nosso jantar, eu vi que ela estava certa o tempo todo. Alguns clichês realmente tem suas razões de ser.

Presente de GregoOnde histórias criam vida. Descubra agora