(OBRA DE ÉPOCA EM PROCESSO DE REVISÃO)
Londres, abril de 1822.
━ Então sou a sua melhor amiga?
━ Para sempre.
Filha do falecido barão, Katherine era uma menina alegre, mesmo após a perda dos pais. Amava correr pelos campos e subir em árvores; ela ti...
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Londres, junho de 1840
— Papai! — ouço a voz doce da minha filha Anne me chamar.
Quando dou por mim ela entra em meu escritório como um furacão, saio dos meus devaneios com Anne puxando meu paletó.
— Papai! Papai! Papai! — seu tom de voz é eufórico.
— O que foi, meu amor? — pergunto antes de ela entrar em colapso de tanto repetir a mesma palavra.
— Caiu, papai! — grita empolgada com o primeiro dente de leite em suas mãos, nos seus 5 anos, quase 6.
— Que alegria, filha! Meus parabéns! — a parabenizo feliz.
Esse pequeno ser me salvou no momento que eu mais necessitava. Mesmo com tudo, ela foi o meu pequeno ponto de luz.
— Olhe só como é branquinho! — Anne diz, com o seu semblante repleto de orgulho.
— É verdade! À noite ponha embaixo do seu travesseiro.
— Acho que a fada do dente me pagará bem! — diz pensativa.
— Sei que sim. — confirmo e ela me lança um sorriso banguela.
— Mas não irei dormir, quero conhecer a fada do dente que tanto George diz. — eu solto uma gargalhada.
George é filho de meu vizinho, o duque de Mason. George tem um ano a mais que Anne, os dois são inseparáveis. Não sei se continuará dessa forma quando ele for para a universidade.
— Claro que irá dormir, mocinha! Se não, a fada do dente não virá. Ela é uma fada muito tímida e por isso só vem quando as crianças estão em sono profundo, filha.
— Mas papai! — ela faz uma cara de choro que me quebra por dentro, mas finjo que não sou afetado.
— Anne, não seja teimosa. Vá até Lurdes e se arrume para o passeio que faremos ao parque. — ela se vira indo em direção a porta — Mocinha, não está se esquecendo de nada?
Quando ela se vira para mim, mesmo com a carranca de ter sido contrariada, corre na minha direção me dando um abraço e um beijo, em seguida sai correndo porta a fora.
