(OBRA DE ÉPOCA EM PROCESSO DE REVISÃO)
Londres, abril de 1822.
━ Então sou a sua melhor amiga?
━ Para sempre.
Filha do falecido barão, Katherine era uma menina alegre, mesmo após a perda dos pais. Amava correr pelos campos e subir em árvores; ela ti...
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Ian
Ao me deparar com aquele caixão de carvalho cheio de pedras me tirou o peso dos ombros, me devolveu o ar e me trouxe de volta a esperança.
Vejo Alex emocionado pelo alívio que tomou conta de nós, Marie tem sorte por ter Alex em sua vida, ele é um homem bom. Um homem admirável que é deveras calmo e estrategista na maior parte do tempo.
Não posso mentir, sinto inveja dele.
Isso que eu sinto por ela, sempre me desestabilizou e é extremamente intenso e é como se só quando estamos juntos isso entrasse em harmonia. Não sei se a considero uma amiga ou se estou apaixonado, e sei que ela nunca irá me amar.
Mas amigos não fazem o que nós dois fizemos e o que conversamos, não sei que conclusão tenho.
Mas o que fizemos foi algo espetacular. Não foi apenas uma noite, foi uma soma de tantas que sinto que virão.
E as suas palavras naquela intensa noite, não posso ignorar e muito menos esquecer.
Saber que a fiz sentir coisas que ela nunca sentiu por ninguém, eu queria tê-la cortejado na manhã seguinte, como bem prometi. Infelizmente ela me perdoou e aceitou, sabendo que não estaria no dia seguinte comigo.
Não ter a certeza de se seu perdão é verdadeiro, é devastador.
Estou destinado a sobreviver sem ela, ela é o ar que respiro.
E estou maluco para encontrá-la e a apresentar para Anne, meu maior desejo é que elas se deem bem.
-Ei vocês! Saio de meus devaneios em um pulo e olho para Alex que me encara assustado.
-Vamos! Ouço ele me chamar e vamos correndo até as portas do cemitério, sinto gotículas de água em meu rosto e percebo que começa a chover, o céu está em comemoração por esse segredo revelado.
Seguimos correndo e a chuva só aumenta e sinto a alegria me dominar e gargalho alto e sigo saltitando em meio ao temporal, não sei se é o temporal que cai do céu ou o que bate forte em meu peito.
-Você está louco? Alex me olha incrédulo.
-Eu sou o homem mais feliz desse mundo! Grito aos quatro ventos, e pulo em meu cavalo e acompanho Alex em um galope rápido, tão rápido quanto a chuva nos permite.
-Você é completamente biruta! Ouço ele sussurrar, mas ignoro.
Amanhã essa invasão estará nos jornais e o que sinto é que não me importo com o resto, só ela importa, mesmo que tudo esteja indefinido.
E Anne, quero compartilhar tudo com elas.
Acho que estou me precipitando, nem a encontrei e já estou em devaneios sobre o futuro.
Tenho que ir com calma. Ela é uma mulher forte, mas também é frágil e cheia de traumas.
Meu lar está a duas quadras e então percebo que algum tremor assola Alex, seu semblante cansado e seus ombros caídos. O que estranho é que ele está sempre falante, e nos últimos dias está tão calado.
