(OBRA DE ÉPOCA EM PROCESSO DE REVISÃO)
Londres, abril de 1822.
━ Então sou a sua melhor amiga?
━ Para sempre.
Filha do falecido barão, Katherine era uma menina alegre, mesmo após a perda dos pais. Amava correr pelos campos e subir em árvores; ela ti...
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Nunca pensei em como seria quando tivesse de enterrar mais uma pessoa importante de minha vida. Hoje enfim descobri e a forma como ele foi retirado de mim, sem o apoio dele, eu jamais poderei me reerguer novamente.
Meu vestido preto é sem graça e sem vida, assim como tudo em minha volta. Ver Anne dormindo de exaustão por tanto chorar. A carruagem se move, é como se o nosso destino não fosse chegar nunca.
Ao olhar pelo vidro frio e ver os portões do cemitério, sinto a realidade bater mais uma vez em minha porta. Aquele homem monstruoso, tirou absolutamente tudo de mim. Mas a minha esperança é que Ian esteja em um lugar melhor, mesmo quando a morte me assolar e eu ir para o extremo oposto. Eu ainda o amarei até a eternidade, para o resto da minha infeliz vida.
Pisar no chão frívolo, me causa mais um baque. Meus pés, assim como eu, não querem aceitar o nosso fim. Papai e mamãe me amparam. Meu reencontro com ela devia ser feliz, mas está sendo devastador. Eles me ajudam a entrar no local, onde deixarei meu eterno amor.
Nos aproximamos de seu caixão, sua pele pálida e sem vida, me desestabiliza e eu me curvo e o puxo para um abraço desesperado.
-Não me deixe, por favor! -minha voz sai em súplica, em meio a lágrimas. -Você prometeu que estaríamos juntos para sempre! Volte para mim!
Sentir a sua pele que um dia foi calorosa, seu rosto sem o seu sorriso e não poder mais o encarar sua íris azulada. Não sei o será de mim, mas não me importo mais.
-Katherine, acorde! -ouço a voz doce de minha mãe, em um pulo me sento no colchão e só então percebo que tudo não passou de um sonho e que a bala pegou de raspão em seu tronco. -Levante, é o dia de seu casamento!
Ouço sua voz, o alivio percorre meu corpo e eu choro pela paz que sinto em minha alma. Mamãe, se aproxima de mim e me abraça.
-Senti tanta saudade. -soluço em meio ao abraço.
-Eu te amo tanto, mamãe! -sorrio, o abraço caloroso que senti tanta falta.
Ela se levanta e me da um beijo na testa.
-Suas damas estão na porta, mandarei que entrem. -minha mãe se retira e as damas entram, se desatam a aprumar meu banho e passar meu vestido de noiva rosado. O mundo passa diante de meus olhos, mas dessa vez eu me sinto tão completa e feliz.
Me encaminho para a banheira com água morna, logo saio e elas me secam. Visto meu roupão branco, e elas começam minha maquiagem leve. Em meu cabelo, elas fazem lindos cachos, depois prendem a parte de cima e deixam o restante solto.
Minha mãe, seguida por Cami adentram o meu quarto. Vejo uma caixa de veludo avermelhada em sua mão.
-Você está linda, filha! Notei que não usa joias, além do anel de noivado que ganhou de Ian... -ela abre a caixa e eu avisto o conjunto que está presente em seu pescoço e orelhas, na pintura de recém casada com o papai.
