Capítulo 13 - "Uma estrada boa e espaçosa"

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É como se eu tivesse acabado de levar uma surra.

Minhas costas doem, e meu pescoço dói, e meus pés doem. Na verdade, eu não saberia apontar um lugar onde não sinta dor.

— Mingi? — a voz familiar me chama.

Preciso me esforçar para abrir meus olhos. Estão pesados como chumbo.

— Yeonsang? — eu reconheço seus olhos. Ele está praticamente em cima de mim. — Onde estamos?

— Estamos em uma cidade do interior às costas de Mency. Realmente precisamos mudar o trajeto, era perigoso demais continuar pela rota que você contou ao Matt.

— Matt? — Me esforço para levantar, minhas costas reclamam e ele me ajuda. — "Às costas de Mency"? Mas... Estamos voltando? — Minha voz está rouca.

Noto que ainda estou no carro, mas o banco ao meu lado está vazio. Não há ninguém, e eu me desespero por isso.

— Está tudo bem. Tudo bem... — Yeonsang massageia minha coluna quando me curvo em um espasmo. Ele da alguns passos para trás. — Eu e Yunho os levamos para dentro. Ainda estão dormindo. Eu voltei para te buscar, mas você acordou.

Sou o primeiro a acordar? Deveria me sentir orgulhoso por isso?

— Estou enjoado — digo, preciso abraçar meu estômago.

— Venha. Vamos sair do carro, primeiro. Ele não é meu. Se sujar esses bancos, não quero imaginar os gritos que vou ouvir por semanas.

Eu aceito sua ajuda para sair. Quando ele me encosta contra a lataria, pergunto:

— De quem é esse carro?

Ele me entrega um sorriso lindo. Eu me arriscaria em dizer que é o primeiro sorriso sincero que vejo vindo de Yeonsang em todos os anos que passamos juntos.

— Jongho — é o que responde.

O nome flutua em minha mente, rebate pelas paredes que parecem distantes demais. Meu estômago da mais uma volta inteira e eu preciso me debruçar para vomitar o que quer que ainda haja aqui dentro.

Yeonsang espalma minha testa. Está grudenta de suor e eu quero afasta-lo, mas ele nega minhas tentativas.

— Pronto. É o jeito mais rápido e se livrar disso — me tranquiliza.

— O que colocaram na minha bebida?

— Eu não faço ideia. Não vamos falar sobre isso, por favor. Sinto que posso partir Matt em metades se chegarmos a vê-lo outra vez.

— Matt, outra vez?

As carícias de Yeonsang em minhas costas perdem intensidade. Quando me viro em sua direção, o que ronda seu olhar é quase pena.

— Você realmente não sabe de nada, não é?  — pergunta.

— Do que eu deveria saber?

Ele morde os próprios lábios.

— Essa verdade não me pertence para que possa entregá-la.

— Se eu deveria saber, então a quem ela pertence?! — me irrito.

— Mingi, por favor... Fale baixo.

— De que merda de verdade estamos falando? — Mal espero quando o soluço emerge minha garganta, outro espasmo me lançando para frente.

— Eu sinto muito...

"Eu sinto muito...".

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— Meus pêsames.

Modo Índigo |• MinSeongJoong (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora