San o recebeu em seus braços. O abraçou e o confortou como de nada adiantava.
— Hongjoong hyung — Baran o chamou assim pela primeira vez. Ele também chorava. — Hyung, por favor... Nós temos que ir.
Mas San chorava e soluçava, Baran mal podia conter os murmúrios lacerantes que escalavam seu peito. Hongjoong, no entanto, não conseguia mais.
Ele não podia mais chorar, porque não sentia nada. Ele mal via nada.
Quando as coisas se acalmaram — quando nós nos fomos — Hongie desceu a encosta repleta de árvores como se seus olhos estivessem vendados, confiando seus passos apressados aos dois amigos recentes.
— Jeongin, preciso que me ajude. Eu nunca te pedi algo tão difícil, mas vai ter que confiar em mim. — Quando voltou a ouvir algo, foi Baran ao telefone. — Preciso de detalhes suficientes para para provar um falso suicídio.
As ligações duraram horas. Também foi o tempo que Hongjoong levou para entender que estavam na estrada, que já tinham deixado Halazia para trás.
— Para onde pensa que está nos levando? — Baran perguntou assim que finalizou uma quarta ligação.
Encarava San, que se concentrava em dirigir pela estrada.
— Vou levá-lo até Wooyoung.
Hongjoong sentiu a dor aguda no peito. Ele queria tanto ter Wooyoung em seus braços...
— Vira a próxima esquina — mas Baran ordenou.
— Se virarmos a próxima esquina não vamos chegar até Auten — San disse, confuso.
— Mas vamos seguir as instruções de Jongho. Vire a próxima esquina, agora.
— Baran, Wooyoung... Ele... Eles precisam diss-
— San, entende uma coisa. Para todos os efeitos, Hongjoong está morto. Se quisermos que Matt compre essa ideia, tem que haver luto. O luto de Wooyoung é essencial aqui. Deixe o enterro acontecer primeiro. Temos um julgamento para enfrentar, também. Vou apressar o processo de divórcio e entrar com a acusação de estupro. Vamos envolver Young o mínimo possível nisso, só preciso dele em um primeiro momento. Isso vai acabar, então trarei ele para você, Hongie.
San suspirou. Encarou Hongjoong através do espelho e fungou mais uma vez:
— Me desculpe, Hongjoong hyung — pediu. — Vai ter que esperar.
— Confie em mim, Hongie hyung. Me dê só algumas semanas. — Baran pediu. — Agora me diga. Como faremos isso?
Hongjoong engoliu o nada. Respirou fundo e olhou para a estrada além da janela ao perguntar:
— Já não fizemos? Eu estou morto.
Baran socou o painel. Não por impaciência, mas por frustração.
Hongie fechou os olhos e inspirou o sentimento.
— Você não entendeu, Capitão. — Seu amigo tentou soar leve, mas nada seria leve na ocasião. — Essa é a porra de uma maldita liberdade, Hongjoong. Mas você finalmente está livre.
— Não estou — Hongjoong não pôde fazer mais do que deixar em um suspiro. — Se estou morto, então como os verei outra vez? Como os terei outra vez, Baran?!
— Esse, sem dúvida, não era o meu plano. Eu sinto muito por isso, hyung. Eu te prometi algo e falhei enormemente. Me perdoe de verdade — ele pediu. Era quase desesperado. — Mas eu posso tentar compensar.
Hongjoong não conseguia acreditar:
— Como?
— Me diga quem você quer envolvido nisso. Eu não posso trazer todos, não posso tirar todos da vista de Matt sem colocá-los, ou colocar você, em perigo. Mas, hyung... Se eu não puder te tirar disso para te devolver a eles, então vou mover Deus e o mundo para trazê-los até você.
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Modo Índigo |• MinSeongJoong (Concluído)
FanfictionConcluído|•|MinSeongJoong|•|+18 Se existisse uma maneira de proteger todos os que ama, arrancar toda a dor que não merecem sentir, tomar para si cada gota de pensamento ruim e cada palmo de sentimento lacerante. Se pudesse poupá-los de toda a amargu...