ATENÇÃO!
Eu considero os capítulos que se passam sob a visão do Hongie bem pesados... Se sentir algum tipo de desconforto, por favor interrompa a leitura....
Hongjoong não queria comentar.
Não queria algo sobre seus interesses no garoto novo da cidade, porque sempre que comentava qualquer detalhe com Wooyoung acabava rendendo o detalhar de todo um novo plano idiota e extenso. Qualquer mínimo comentário era desculpa para que desmoronasse, quando se tratava do melhor amigo.
Quando os pais de Hongie morreram, por exemplo. A noite em que ele decidiu desaparecer, e Wooyoung o encontrou escondido entre os galhos da copa de uma das poucas árvores da avenida principal e se escondeu junto dele — para fugirem de Minho, Changbin e Junkyu, que estavam irritados atrás de Hongjoong há mais de duas horas. Honnie sempre se lembraria, claramente, da forma como Wooyoung o pediu por silêncio com um gesto e vigiou seus hyungs e sua noona se afastarem para que só então estendesse os braços em sua direção e o pedisse para falar.
Hongjoong falou por horas, chorou por horas. A confiança que Wooyoung despertava em seu peito... Ele sentia que era injusta. Ele não queria se expor, por isso sempre evitava Young quando estava realmente mal.
Bom... era o caso.
Hongjoong não disse mais nada ante o questionamento de Wooyoung no aplicativo de conversa. Ele deixou o celular bloqueado em baixo do travesseiro e se virou em direção aos galhos retorcidos da macieira além da janela de seu quarto em Mency. Esmagou outra vez — como vinha se tornando um maldito costume — o incomodo nó que a garganta guardava, o enfiando para o centro apertado do próprio peito.
Hongjoong contou carneirinhos. Tentou respirar de alguma forma minimamente aceitável, mas mil e uma coisas passavam em sua mente, então pensava ser justo respirar mil e uma vezes por minuto.
— Porra — praguejou baixinho depois de pouco tempo.
Pensou em correr até o velho piano no quarto de sua Noona, mas Hyunsuk estava dormindo pacificamente no quarto ao lado mesmo que o maldito computador ainda estivesse ligado e os gritos vindos do fone de ouvido acabado fossem audíveis através da parede fina que dividia os cômodos em que estavam.
Tentou me imaginar ali. Fiel aos seus pés. Tentou se lembrar de como era sentir meu toque. Honnie tentou, e tentou. Depois, tentou um pouco mais. A concentração fazendo o ritmo agitado de seus pulmões abandonarem a insistência sufocante — seus olhos pesando, se entregando ao cansaço.
Mas então, tudo estava azul.
Não era o brilho familiar e confortável de sua luminária, mas o calor intensificado dos fogos que nunca o queimavam. Oh... E eles iluminavam dessa vez. Iluminavam um horizonte vazio e seco, sem nuvens ou sóis — ou luas e estrelas. Iluminavam seu corpo e seus pés descalços que o atraíam demais — o deixava curioso, como se o chamassem para conferir mais de perto algo que não estava vendo.
Um calor descomunal o rodeou, como uma tarde ridiculamente abafada do meio do verão. Hongjoong puxou a camisa, abanou o próprio peito porque todo o clima quente como o inferno parecia vir dali — parecia vir dele. Tentou ignorar a sensação claustrofóbica que limitava sua vista por um motivo que não saberia explicar — afinal o horizonte praticamente se exibia em azul profundo à sua frente —, enquanto se abaixava para ver seus pés mais de perto ao que meu aperto imaginário se tornou real demais.
Uh-oh... De fato, ali havia algo que não tinha visto anteriormente. A suspeita de que não se tratava de algo bom, no entanto, começou a surgir apenas quando se deu conta de que talvez não fosse uma boa ideia se abaixar para ver mais de perto.
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Modo Índigo |• MinSeongJoong (Concluído)
FanficConcluído|•|MinSeongJoong|•|+18 Se existisse uma maneira de proteger todos os que ama, arrancar toda a dor que não merecem sentir, tomar para si cada gota de pensamento ruim e cada palmo de sentimento lacerante. Se pudesse poupá-los de toda a amargu...