Capítulo 18 - "Ele é um bom irmão mais velho, não acha?"

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"Hongjoong!" Não foi a voz de Jin hyung, dessa vez.

O punho de Hongjoong parou no ar.

Hyunsuk, agarrado às roupas de sua noona, ergueu os olhinhos assustados para o gesto amedrontador. Sob os olhares assustados e amargurados dos irmãos, deu dois passos para a frente, se livrando da proteção que sua irmã para expor o peito apertado ao irmão de quem era mais próximo.

— Quando o hyung voltar ao seu normal, por favor me procure — foi o que disse antes de se retirar.

Hongjoong encarou, confuso, o punho congelado no ar. Franziu o cenho e abaixou o braço, apertando o próprio punho, abrindo e fechando os dedos.

O ar à sua volta parecia se afunilar, pôde jurar ouvir o som agudo de um pavio de explosivo a meio caminho de implodir antes da devastação.

Oh, esse sim era Jin hyung. 

 — Seu pirralho mal caráter! Qual é o seu problema, Hongjoong?! — O grito do mais velho o fez se encolher por instinto, porque apesar de Jin hyung sempre ameaçar sua existência ele nunca gritava.

Honnie se assustou com a altura, com a voz rachada e meio embargada que não esperava ouvir. Piscou uma porção de vezes, tentando entender como chegara àquele ponto, espalhou lágrimas fininhas por suas bochechas. 

— Que merda está te incomodando?! Se você não me disser, então espero que afunde no seu poço enorme de merda e se afogue! — Jin sentenciou.

— Jin! — Junkyu pedia por calma.

— Meu ovo! Esse pirralho não aprendeu nada com mamãe e papai?! Nós não vivemos do silêncio! Não sabemos, nem fomos feitos, para viver no escuro, Hongjoong! Mas se é a porra do caminho que você quer escolher, então quem sou eu para impedir, não é? Eu nem pareço seu irmão!

— Hyung... — ele tentou chamar baixinho, mas Jin o encarava com puro ódio. 

— Eu não esperava que minha família diminuísse ainda mais em tão pouco tempo! — Jin gritou, se livrando das mãos afobadas de Junkyu para seguir até o andar de cima atrás de Hyunsuk. — Papai e mamãe estão puta orgulhosos da gente, agora!

A calmaria após a tempestade é sempre a mais medonha. O silêncio após a série de gritos, por fim, foi o mais amedrontador para Hongjoong. 

Ele fungou, secou com pressa as lágrimas de suas bochechas. A irritação foi embora, como se algo tivesse passado por ali e arrancado todo o acumulado de emoções indecisas de suas entranhas. 

Os olhos embargados e assustados foram de imediato para a última pessoa presente no cômodo. Junkyu, no entanto, mordia os lábios e manteve a cabeça baixa. 

— Noona — ele chamou uma vez. 

Chamou mais uma, e na terceira tentativa a voz se quebrou em um soluço em sua garganta. 

— Não, Hongie — foi o que ela disse. Ela o encarou por um milésimo de segundo, tentou sorrir mas falhou miseravelmente. Hongjoong se perguntou se ela podia ouvir seu coração se quebrando dentro do peito. — Não se procure. Fique bem, querido. 

Ela também se foi. Apagou a luz ao sair. 

Hongjoong nunca se sentiu tão sozinho. 

...

Seu sono se foi outra vez. Não por causa dos pesadelos — eles não voltaram —, mas pela culpa.

Ele não foi mais aos nossos cafés da manhã.

Na quinta manhã em que ele não apareceu para tal refeição, eu me sentei no lugar atrás do seu na sala de aula e cutuquei suas costelas para entregá-lo meu melhor sorriso. 

Modo Índigo |• MinSeongJoong (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora