— Devem ter feito uma longa viagem — é o que Hongjoong diz. — Por favor, comam. Vou pedir para alguém levá-los para casa, sim?
Hwa foi erguida com cuidado, foi trazida até mim e apenas por isso não me afastei ou fugi do toque breve dos dedos de Hongjoong. Ele não olha em meus olhos quando pede:
— Por favor, garanta que ela coma qualquer coisa.
— Eu vou — é o que eu digo.
Ele não tem coragem de olhar em minha direção. É apenas isso que tenho como certeza agora. Eu não acho, de qualquer forma, que deveria ter alguma porção de coragem para isso se mesmo eu não a tenho — porque sei que se olhar em seus olhos agora por muito tempo, nada além de ira e frustração vai me conduzir para um lugar muito ruim. Vai nos conduzir para o pior lugar em que já estivemos durante nossos anos em Halazia, e eu não quero isso — não agora que finalmente o tenho ao nosso lado, outra vez.
— Eu não quero ir — Hwa diz, o rosto contra minha camisa. Ela está confusa. — Mingi, eu não quero ir para casa. Honnie... — Ela ergue seus olhos em sua direção, eu posso vê-lo no espelho de suas lágrimas. — Por favor...
— Não vou mandá-los embora, querida... Não... — ele a tranquiliza. Se abaixa em frente aos nossos joelhos e acaricia as pernas de Hwa devagar. — Vou pedir para que os levem para a casa que os espera há anos, Hwa. Para nossa casa.
— "Nossa casa". — Ela assente uma porção de vezes. Talvez para se convencer de que não é, de fato, um sonho. Hongjoog não é um sonho agora, não é parte de um de nossos pesadelos. — Você esteve nos esperando?
Hongjoong morde os lábios.
— É complicado — diz.
Seus olhos deixam os dela, vem de encontro aos meus mas eu não correspondo. Ainda não posso.
— Mas eu vou dizer tudo. Eu posso contá-los tudo isso. Mas eu preciso que descansem primeiro, okay? — ele continua. — Preciso que consigam me ouvir... Como eu os ouvi uma vez. É tudo o que eu peço.
Oh, sim... Isso é para mim. O "Como os ouvi uma vez" não deveria estar no plural.
Eu não sei o que dizer. Então, apenas entrego um assentir breve.
É o suficiente para que ele se levante, e eu possa respirar.
Quando ele se afasta, apenas então noto o quanto estou tenso. Minha mandíbula dói como o inferno e meus ombros estão rígidos como rocha.
Hongjoong passa pela bancada em frente à cozinha, depois de deixar um beijo na bochecha de Junkyu noona. Ele abre uma porta ao lado da passagem que dá para a cozinha e Yunho é o primeiro a sair com suas roupas extremamente amarrotadas, tropeçando não próprios pés. Yeonsang vem depois, com os cabelos de pé e o rosto amassado. O último eu não conheço.
Quem sai por último daquele armário de vassouras tem quase a mesma altura de Honnie, talvez seja um pouco mais alto. Diferente dos outros dois, tem tudo perfeitamente alinhado em seu lugar quando caminha calmamente para fora, e ainda assim alisa a camisa clara por baixo da jaqueta jeans preta. Ele sorri grande assim que vê Yeonsang contra as luzes e se apressa para ajeitar seus cabelos.
— Vocês não têm outro lugar para fazer isso? — San brinca, ele está rindo quando Yunho cruza os braços e para ao seu lado. — Sério, Jongho, o armário de vassouras não é muito apertado? — ele olha para o cara de roupas monocromáticas.
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Modo Índigo |• MinSeongJoong (Concluído)
FanfictionConcluído|•|MinSeongJoong|•|+18 Se existisse uma maneira de proteger todos os que ama, arrancar toda a dor que não merecem sentir, tomar para si cada gota de pensamento ruim e cada palmo de sentimento lacerante. Se pudesse poupá-los de toda a amargu...