Capítulo 22 - Ao rei do inferno

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Arson é uma lenda.

Uma cidade superlotada, superprodutiva. Está como uma das primeiras na colocação de cidades em expansão do país. Conhecida por seus pontos ultra movimentados durante as madrugadas, o que a move para frente e acima são suas casas noturnas sempre cheias, alvos de grande parte dos jovens turistas que cruzam a fronteira em busca de divertimento.

É algo parecido com Las Vegas, com menos cassinos e mais casas noturnas temáticas espalhadas pelas esquinas espaçadas por menos de treze metros. Olhando de cima, seria quase como uma porção de blocos de concreto extremamente iluminados e compridos, isso se não for sua imagem refletida pelo topo espelhado dos prédios de alta classe.

Os semáforos em Arson não têm uma lanterna verde para abrir passagem. Na verdade, a paleta de todas as luzes em volta é limitada ao segmento monocromático de base alaranjada.

A cor quente, refletida pelas joias caras e lantejoulas das roupas pomposas, em combinação ao calor extremo da proximidade excessiva obrigatória que nos abraça junto da nova noite assim que descemos do carro para nos misturar à multidão de corpos suados e agitados, trás a sensação mais próxima de estar no inferno. Me pego rindo enquanto penso que, então, sempre houve um bom motivo para eu chamar Mency de fim de mundo "a cinco passos do inferno" tendo Arson como uma cidade às suas margens.

— Uhuuuu! — Baran grita, erguendo os braços e os punhos fechados acima da cabeça o quanto o blazer permite. Seus olhos brilham, refletem as cores em nossa volta. — Eu poderia ser o rei desse lugar! Amo essa maldita cidade!

— E pensar que fui eu quem negociou o ingresso de Matt como um dos sócios da Day Dream... — Comento, quase orgulhoso.

— Day Dream? — San pergunta.

Baran o abraça pelos ombros.

— Day Dream fica mais próxima das margens de Arson, onde tudo parece estar mais incendiado do que no centro. Afinal, sabe como são os jovens de hoje em dia... Têm preguiça demais para seguir até o centro. Basta uma casa noturna com faixada bonita às margens e é o bastante.

— Com certeza a localização é indubitavelmente a melhor — orgulho ainda entona minha voz.

Faz Baran bater palmas, morder os lábio e erguer as sobrancelhas enquanto assente de um jeito exagerado.

— O Língua Presa tem razão, amigo. — Ele empurra San com o ombro. — Vamos aplaudi-lo por ser tão genial, o que acha? Foi um ótimo feito ele conseguir parte dos títulos de uma ótima casa noturna, em uma ótima cidade, para nosso ótimo grande amigo Matt! — Todo o silêncio mantido por nosso amigo durante o dia extenso e ininterrupto de viagem de Ateez até Arson é compensado pela ironia em sua voz. — Devemos também dar graças a ele por Hongie ter "agido" para convencer os outros dois sócios a desistirem de suas parte e entregar tudo para o filho da-

— Matt! — San o interrompe.

Eu apenas me calo. Porque não deixa de ser a verdade, mesmo que apenas boa parte dela.

— Desculpa, okay?! — Baran passa os dedos nos cabelos, os jogando para trás. — É só que a pose orgulhosa dele me irrita demais.

Eu rio pouco. É escárnio.

Olha só quem fala...

— Isso não te lembra um pouco seu reflexo? — pergunto.

— Há alguns anos, talvez — é o que ele diz. — Mas eu não sou quadrado, eu aprendi a me mover. Eu soube mudar. Mas você... Só saiu gritando hipocrisias a torto e a direito enquanto esteve em Mency, para carregar os seus para Halazia em busca da mesma vida medíocre que o seu criticado pai levava!

Modo Índigo |• MinSeongJoong (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora