Silêncio.
Ele é mais fácil do que começar uma discussão, e todos parecem entender bem isso, porque respeitam minha quietude como fosse sagrada.
A paisagem passa correndo do lado de fora, da forma como não sei dizer se somos nós a deixar a pequena cidade para trás ou se é o passado que luta para se desemaranhar de nossas tripas para seguir caminho. É como se o mundo me mandasse seguir, mas o passado está no banco da frente atento à estrada...
Eu nunca pensei que encontraria San outra vez. Não tive tempo para pensar no que diria, mas duvido que nos restaria chance para dizer quaisquer linhas ensaiadas na situação que se desenrolou ao nosso reencontro.
Parece errado ante toda a situação, mas cheira ao meu lar. Cheira como se fosse a melhor época da minha vida, apesar de ser confuso para um caralho.
Passamos mais de uma hora em silêncio total, até que Yeonsang espreme os olhos para a estrada e pergunta:
— Para onde estamos indo?
San bufa em meio a um risinho.
— Já vai cantar vantagem? — é o que ele pergunta.
Eu não entendo, mas já desisti de perguntar. É mais interessante assistir como tudo se desenrola.
— Não fique irritado — Yeonsang diz, suspirando pesadamente e apertando as têmporas contra a base de suas palmas. — Não vamos começar uma discussão.
— "Não vamos começar uma discussão"?!
Ah... Aqui está. Mais algo que não se perdeu com o tempo.
San continua sem jeito para negar a própria opinião. A única coisa que parece menos condizente a tudo o que lembro é o fato de ele sequer tentar evitar defender seu ponto de vista.
Era falho, mas ele realmente procurava manter as coisas tranquilas antigamente. Agora, parece desejar que se explodam.
— "Não vamos começar uma discussão, Sannie! Porque não é minha culpa terminarmos encolhidos contra um muro menor que minha cintura enquanto uma porção de armas à frente de olhos extremamente treinados miram nossa direção! Claro, não esquecendo de mencionar que tinham a intensão de nos matar!" — San forçou uma voz irritante. — Porra hyung!
— Onde enfiou sua educação? — Yeonsang também parece irritado, mas fala baixo como é de costume.
Ao contrário do meu antigo amigo e, aparentemente, seu conhecido, que explode em exclamações:
— No meu cu, cacete! É onde você deve ter enfiado seu bom senso, também!
— No seu cu? — Yeonsang pergunta, é engraçado mas parece uma discussão extremamente séria.
— No do seu marido, aquele arrombado! Você e Yunho sabiam no que isso ia dar! Era mais fácil deixá-los tomar o caminho sozinhos, eles estavam indo bem! Se era mesmo a intensão levá-los até Ateez, então não deviam ter se envolvido!
— Não nos envolvemos atoa, seu idiota! Acha mesmo que nos aproximaríamos sabendo que traríamos problemas?! Sabe o que Matt fez no Bangtan na última madrugada?! Encontramos eles e as crianças praticamente dopados!
San parece atento e interessado.
Ele se dispõe a ouvir.
— Eu sabia que seria perigoso. Sei que Matt tem seus olhos sobre nós dois há um tempo, e que apenas esperava um passo em falso para nos colocar sob sua mira. Mas, porra! O que nos restava?! Conseguimos encobrir bem os primeiros dois dias em que Mingi esteve fora, ele já estava ciente da briga com Hwa, foi fácil encontrar uma desculpa. Mas sabe como aquele filho de uma puta é. É meio óbvia a forma como ele veio perdendo a confiança que tinha em mim e Yunho. Deve ter pego algum comentário que não deveria ter ouvido, então nos tornamos suspeitos demais. Não foram poucas as vezes em que peguei os homens de Matt me seguindo pelas ruas de Halazia. Você faz ideia do que passamos?! Acha mesmo que foi escolha nossa parar de reportar as notícias?
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Modo Índigo |• MinSeongJoong (Concluído)
FanfictionConcluído|•|MinSeongJoong|•|+18 Se existisse uma maneira de proteger todos os que ama, arrancar toda a dor que não merecem sentir, tomar para si cada gota de pensamento ruim e cada palmo de sentimento lacerante. Se pudesse poupá-los de toda a amargu...