Eu devia ter me esforçado mais, para que passasse em despercebido.
Aparentemente ter ciência da data do meu aniversário pareceu virsr uma chave no ânimo de Hongjoong e, intensificado como vinha acontecendo com seus sentimentos ultimamente, é claro que conseguiu arrastar todo mundo para o mesmo estado de espírito com muita facilidade.
No fim, o mundo inteiro parecia radiante com uma maldita data, menos eu.
— Nós não temos que fazer isso — eu disse, mas uma de suas pernas estava entre as minhas, suas mãos pressionando meus braços contra a parede de meu quarto, e estávamos há um suspiro de distância.
— Não precisamos? — ele perguntou, sorrindo sem dentes... Daquele jeito...
— Não precisamos ir para a festa.
— Não foi isso que eu perguntei. Eu perguntei se não precisamos fazer isso. — Seus olhos desceram por meus ombros, os dedos ágeis tomando pressa para me livrar da camisa suja e batida do restaurante no qual passei a trabalhar durante as tardes de sábado que tinha como folga da cafeteria. — Não precisamos, Mingi?
Fechei meus olhos quando seu nariz inspirou a pele atrás de uma de minhas orelhas. De perto, ele cheirava ao suor de mais um dia tenso no trabalho, e eu não deveria estar diferente.
Eu livrei meu punho de seu aperto, apenas para colar as palmas de nossas mãos. Entrelaçando nossos dedos.
— Que acha de um banho? — eu perguntei e ele se afastou um pouco.
O som de um riso emergiu, junto do suspiro soprado contra meu rosto tamanha nossa proximidade.
— Você pode ir primeiro — ele disse.
Quando notou minha chateação, um beijo me foi deixado entre os lábios. Sua mão livre de meu aperto subiu para prender os fios dos meus cabelos por cortar atrás de minha orelha.
— Me deixe te ajudar um pouco, sim? — Mas, por mais que suas ações levassem os dedos à bainha de minha blusa, o arquear de sobrancelhas deixava claro que não era apenas a me despir que pretendia ajudar. — Você parece tão tenso... É seu aniversário, querido. Me deixe começar a distribuir meus presentes?
Ele estava pronto para se ajoelhar, mas eu o contive. Apertei forte seus ombros para mantê-lo no lugar.
Outro sorriso em um suspiro. A forma como ele se distribuía por seu rosto para chegar em seus olhos, porém, vacilou.
— O que é? Muito cansado para que eu possa te chupar?
— É meu aniversário — eu disse. E talvez por ser a primeira vez que me ouvisse falar aquilo sem adicionar mais alguma reclamação, Honnie assentiu animado enquanto o sorriso grande voltava a tomar sua feição. — Eu posso te pedir um presente?
Ele não pensou muito para responder:
— Claro, tudo o que quiser!
Eu sorri de verdade, da maneira sem mostrar os dentes como vinha aprendendo com ele e com Hwa. Uma de minhas mãos viajou por instinto até ter os fios de cabelo da parte de trás de sua cabeça firmes entre meus dedos.
Foquei seu sorriso, tão próximo, quando sua testa também pareceu seguir sua vontade e apenas se juntou à minha.
— Me deixe te ver, Honnie? — eu pedi, baixinho.
De todas as nossas breves peripécias tendo Hwa à distância, e mesmo durante todas as vezes em que ele "me ajudou a relaxar" após um expediente árduo — ou quando eu o fiz por ele –, eu não o tinha visto mais despido do que a falta de suas calças e da peça intima podia proporcionar. E ele soube do que eu falava, sem que eu precisasse insistir.
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Modo Índigo |• MinSeongJoong (Concluído)
FanfictionConcluído|•|MinSeongJoong|•|+18 Se existisse uma maneira de proteger todos os que ama, arrancar toda a dor que não merecem sentir, tomar para si cada gota de pensamento ruim e cada palmo de sentimento lacerante. Se pudesse poupá-los de toda a amargu...