-· Descobertas ·-

1.7K 157 58
                                        

Lisa Manobal

Era segunda-feira, cinco horas da madrugada quando Rosé me jogou da cama e me enfiou em seu carro, tinha café quente em um copo daqueles de papel e algumas rosquinhas, uma caixa de vinte para ser exata. A loira dirigia com calma, uma música clássica tocava enquanto ela manobrava seu Jeep Renegade.

Iríamos a cena de crime, ela queria rodar aquela florestas e vira-la de cabeça para baixo, eu ajudaria, faria qualquer coisa para achar e prender aquele desgraçado. Dando a ceta para virar a direita, Rosé entra na estrada de terra que leva até o local onde achamos os corpos, vejo com o canto dos olhos seus pêlos dos braços arrepiando.

- Vai dar certo, Rosie. - Murmuro enquanto acaricio seu braço, ela solta um suspiro e estaciona o carro, abre a caixa de rosquinha e começa a comer em silêncio, acompanho ela porque estava varada de fome. - Você foi no KiKim essa semana?

- Eu tenho um recorde pessoal, sabia? Beijei trinta mulheres mês passado e queria muito passar ele. - Olho abismada para a loira que fitava a floresta a frente, um olhar perdido. - Só que tem essa mulher... a dona do KiKim, eu estou tentando dobra-la e quando eu penso que vou conseguir algo ela... ela regride e então estou no 0 a 0.

- Talvez você deva tentar outras pessoas? - Arqueio a sobrancelha tentando entender a tristeza repentina dela, querendo rir por ela levar um fora e triste por saber que provavelmente ela estava sendo feita de idiota. - Ela não deve ser pra você.

- Lisa, querida, entenda. - Rosie me olha nos olhos, suas pupilas negras engolindo suas iris. - Todas as mulheres do mundo, foram feitas para mim!

—————

Eram exatas 17 da tarde quando, basicamente no meio da floresta, encontramos uma cabana, não era grande coisa, parecia vazia e não tinha sinais de que alguém morava ali, pelo menos não para mim.

Rosé tinha outra perspectiva sobre isso.

- Aqui, veja. - Me agacho ao seu lado e vejo no chão de terra batida uma marca quase apagada de sapato. - Esse desgraçado esteve aqui.

- Vamos arrombar? - Me levanto já alongando o corpo, Rosé puxava sua câmera e tirava fotos da marca no chão, ela me olha e abre um sorriso. - Ótimo, foi para isso que vim.

- Faça as honras, gostosa. - Deixo a risada escapar e vou até a porta, tento primeiro a maçaneta e vejo que estava realmente trancado, pego minha arma no coldre e me afasto um pouco, primeiro chuto a porta, com toda a força que tinha, vendo que ela deu uma guinada para frente, vou com o ombro, batendo duas vezes até abrir. O cheiro podre logo sobe e eu me afasto com rapidez.

- Mais que merda. - Me afasto e cubro o nariz com a camiseta, volto a me aproximar um tempo depois e abro mais a porta, ligando a lanterna. Dentro da cabana havia um enorme martelo, provavelmente usado para quebrar o crânio das vítimas, tinha resto de massa encefálica para todo o lado, sangue e fezes. No meio de tudo aquilo, um corpo, não parecia estar desconfigurado igual aos dos outros encontrados. - Ligue para a equipe.

- Certo, não vamos entrar ainda, mas que caralho nojento. - Rosé murmura ao meu lado, logo descendo as escadas pequenas e se afastando um pouco, vejo que nas paredes havia alguns símbolos estranhos, em vermelho, provavelmente sangue. Continuo passando a lanterna ao redor e vendo que era o mesmo padrão em todas, não mudavam. Continuo passando os olhos pelo local até vê com o canto dos olhos um movimento, volto rapidamente a lanterna para o corpo no canto, se mexendo.

- Ajuda... por favor.

[...]

- Qual seu nome? - Rosé pergunta a garota, ela estava sentada nos fundos de uma ambulância, magra e muito pálida, seus lábios estavam rachados, a pele com várias escoriações leves e algumas graves, sua perna estava engessada. Uma médica média o pulso, taxa de glicose e várias outras coisas. - Se lembra de alguma coisa?

My Ex's SisterOnde histórias criam vida. Descubra agora