Feiticeira. Feiticeira. Feiticeira. Feiticeira. Feiticeira.
A palavra ficava ecoando em minha cabeça, como se fosse um eco infinito.
- Por favor, não surta – escutei a voz de Tory no fundo da minha cabeça, me fazendo voltar a realidade.
Olhei para ela sem conseguir dizer uma palavra, era demais para mim.
Estou mais assustada que ontem, sinto que todos estão escondendo algo de mim agora.
Damon e agora Tory. Quem mais estava escondendo algo de mim.
Além de obvio, meus pais adotivos.
Olhei ao redor do refeitório olhando para as pessoas ao meu entorno. Voltei o meu olhar para Tory.
- Quem mais? – Perguntei um pouco mais baixo.
Ela me olhou sem entender a minha pergunta, mas logo vi o entendimento surgir em seus olhos.
- Bom, se você está achando que existim muitos de nós aqui em Ligonier, está enganada. – Ela disse meio sem jeito comigo.
- Quem mais? – Eu disse dessa vez pausadamente e entre dentes.
Ela me olhou por uns milésimos de segundos a mais, com sua mandíbula cerrada.
- Não posso dizer, não agora. – Ela disse olhando ao meu redor.
Suspirei irritada com ela.
- Certo, se me der licença eu vou para minha sala. – Eu disse me levantando.
Ela abriu a boca para me dizer alguma coisa, mas fechou ela logo em seguida sem dizer nada.
Me virei e indo para a sala.
Quantos seres diferentes há no mundo? Quem são essas pessoas?
Olhei em volta olhando no rosto das pessoas enquanto passava, vendo se teria algo de diferente.
Mas não, todos pareciam pessoas normais.
Assim como Tory parecia.
Senti alguém colocar a mão em meu ombro me fazendo pular de susto. Olhei para trás vendo Zac sorrir para mim, mas seus olhos estavam estreitos.
- Estou te chamando a um tempo e você não me escuta. – Ele andando ao meu lado.
Olhei para ele de cima a baixo ainda andando.
- Você é o que diz ser? – Eu perguntei sem conseguir segurar minha língua, e me arrependendo lodo depois.
Ele riu de leve.
- Não. – Ele respondeu ficando serio de repente. Parei de andar abruptamente olhando para ele com os olhos arregalados, mas ele logo abriu um sorriso mexendo as sobrancelhas sugestivamente e disse - sou bem melhor.
Eu soltei a respiração aliviada.
- Seu idiota. – Eu disse rindo voltando a andar. E como magica Zac conseguiu trazer um pouco do meu bom humor de volta, como ele sempre faz.
Eu e ele fomos rindo até a sala.
Ao entrar na sala sentamos na nossa mesa de sempre, com ele atrás de mim.
Ao decorrer da aula, senti a angustia e sentimentos confusos tomarem conta de mim outra vez.
E como se sentisse isso, Zac disse:
- Ei, que tal se a gente saísse no Tommy Mel's. – Ele sussurrou atrás de mim.
Pensei por alguns segundos no que ele disse. Ela nunca sai para comer aqui, e eu preciso pensar em outras coisas a não ser os segredos de Ligonier.
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Falando no Diabo - Elo Ardente (Livro 1)
FantasySegredos Os segredos são chaves de muitas portas, sejam elas boas ou ruins. Eloise Jones Minha mãe morreu em um acidente de carro quando eu tinha 14 anos, eu estava no carro mas não me lembro de muita coisa. Só sei o que me disseram, não muito te...