Falando no Diabo - Elo Ardente (Livro 1)

Onde estão suas asas?

Arcanjo?

Voltei meu olhar para Zac outra vez, em busca de ver algo que me fizesse perceber isso.

Mas a única coisa que eu vi, foi Zac sendo Zac. Ele não me parece um ser mesquinho como eu imagino que os Arcanjos seja.

Voltei meu olhar para Tory meio perplexa.

- Isso não pode ser verdade. – Eu disse seriamente.

- Olhe para ele, Elo. – Tory disse baixinho. E eu voltei o meu olhar para onde Zac e seus colegas estavam. – Veja como todos praticamente se derramam aos seus pés, todos parecem deslumbrados com sua presença.

Tory me disse enquanto eu ainda olhava para Zac. Olhei para a mesa cheia de gente que Zac costuma se sentar, as meninas não tiravam o olho de Zac, e seus olhos brilhavam de puro encanto. Os meninos pareciam mais alegres perto dele, sorridentes e animados. Como se só a presença de Zac bastasse para eles ficarem felizes.

Vivo perto de Zac na faculdade, e só agora posso ver como todos que estão perto dele parecem...

Com algum tipo de magia.

Voltei meu olhar para Tory em estado de choque ainda.

- Como...? Como diabos ele faz isso com as pessoas? – Eu perguntei quase sem folego pelo choque.

- Os arcanjos tem diversos dons, um deles é o que chamados de "influencia" faz com que os humanos fiquem anestesiados na presença dos arcanjos. – Tory me explicou. – Dependendo do tanto de força que ele coloca em seu dom, deixa você ainda mais encantado por eles.

Isso era bizarro. Há alguns dias atrás descobri sobre os vampiros, e agora simplesmente não paro de conhecer cada vez mais seres diferentes.

Parece um pesadelo.

Senti os pelos da minha nuca arrepiarem, como se alguém estivesse me olhando. Como se Zac estivesse me olhando.

Mas não ousei olhar para trás, se não ele leria tudo que está acontecendo dentro de mim, só de olhar para o meu rosto.

Então me lembrei de algo, algo que aconteceu e eu não tinha entendido na hora.

"- Se quiser conversar, eu estou aqui. - Zac disse, e como um piscar de olhos eu queria contar tudo para ele, queria desabafar, senti que se abraçasse ele finalmente iria me acalmar. "

- Ele usou esse dom dele em mim! – Eu disse para Tory, assim que me dei conta de porquê aqueles sentimentos vieram de forma tão avassaladora em mim do nada. – Ele tentou me fazer contar coisas para ele.

- Eu sei, meu irmão disse que impediu de você contar. Mas sabe qual é a grande questão, Elo? – Ela disse e eu neguei para ela. – Meu irmão disse para nós que o tanto de força que ele usou com o dom em você, era capaz de fazer qualquer um se matar por Zac.

Tory disse e eu olhei para ela assustada com o que Zac poderia fazer se quisesse.

- Mas mesmo usando esse tanto de influência em você, você ainda resistiu muito bem. De uma forma que nenhum humano conseguiria. – Tory disse e parecia tão confusa quanto eu nesse aspecto. – Além que o seu deslumbre por Zac é leve.

Assim que fui perguntar mais sobre isso, escutei a voz de Angeline se aproximando da gente.

- Tive que esperar as moças da cantina fazer mais suco, por isso demorei. – Ela se sentou com seu suco na mão, intercalando o olhar entre eu e Tory. – Vish, que bicho mordeu vocês? Parece que descobriu a morte da bezerra.

Eu e Tory rimos sem graça por ela ter reparado o clima no ar.

Depois que o horário da próxima aula chegou, tentei fugir de Zac. E de início até tive sucesso.