... do começo.

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A morte.

Bom, antes de eu morrer, acreditava que a morte era algo calmo e silencioso.

Mas não era esse o caso agora.

Eu estava parada em algum lugar ao ar livre. Havia grama, bancos e crianças brincando por todo lado.

O sol não estava forte, mas ainda batia em meus olhos. Como o sol de quatro horas da tarde.

Olhei ao redor confusa por estar ali.

Mas logo reconheci uma criança. Seus cabelos estavam presos em maria chiquinhas, ela tinha um short jeans e uma blusa de arco íris.

E logo percebi que essa garotinha era eu.

Meu eu criança.

Eu estava sobre uma bicicleta, e bem ao seu lado havia uma mulher muito bonita.

Minha mãe.

Eu fui rápido até perto delas, mas eu já sabia que elas não me ouviriam ou veriam.

- Você sabe o que fazer certo? – Mamãe perguntou para o meu eu criança com um sorriso genuíno no rosto. Ela estava bonita.

Quer dizer, mamãe sempre foi bonita. Mas quando ela estava relaxada ela era mais linda ainda.

Ela tinha um vestido florido cor de rosa, seu cabelo estava preso em um coque frouxo, e seus olhos brilhavam olhando para mim.

Já eu, estava encima da minha bicicleta roxa, aquela que eu havia ganhado do Sr. Smith. Eu nunca ganhava nada de ninguém, pois não ficava em uma cidade por tempo o suficiente para criar laços com alguém.

Mas o senhor Smith estava afim da minha mãe, e ele tentava me fazer gostar dele para chegar até ela.

Ele tinha me dado essa bicicleta por eu fazer onze anos.

- Eu sei, mamãe. – Eu disse muito animada. Mamãe nunca saia comigo na rua mais que o necessário.

Então eu nunca brincava com ninguém.

- Certo, vamos lá. – Ela disse segurando uma mão no guidão e a outra do selim. Ela começou a correr comigo encima da bicicleta.

Meu eu criança deu um grito muito animado com isso, sentindo o vento em meu rosto.

Eu tinha os pés nos pedais, e eles giravam de acordo com a velocidade que mamãe ia. Minhas mãos estavam no guidão também, de maneira firme.

Eu corria atrás das duas para acompanhar o que estava acontecendo, e o porquê eu estava aqui.

Logo quando mamãe pegou impulso o suficiente, ela me soltou e eu continuei.

Eu parei ao lado de mamãe, me vendo pedalar pela primeira vez. Eu me lembro muito bem sensação.

Meu coração batia rápido demais, e a adrenalina corria em minhas veias. Meu sorriso excitado era largo e alegre.

Eu continuei pedalando sem cair.

E alegria de conseguir tal coisa batia em um peito.

- Mamãe eu consegui! – Eu gritava levantando às duas mãos para cima de tamanha alegria.

Mas como tirei as mãos do guidão, a bicicleta virou para o lado, batendo em uma arvore.

Meu eu praticamente saltou da bicicleta caindo na grama da praça em que estávamos.

Lembro de sentir a dor em meu joelho nesse momento, mas eu nem mesmo liguei para aquilo.

A minha mãe começou a correr atrás de mim, e eu corri atrás da minha mãe indo até o meu eu criança caída no chão.

Falando no Diabo - Elo Ardente (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora