Uriel me olhou com os olhos arregalados, parecia com um certo medo daquilo.
Balancei a cabeça rapidamente, tentando afastar essa ligação.
- Vamos, vamos achar a minha mãe e sumir daqui. – Eu disse para ele, que logo assentiu me puxando para fora do corredor da escola.
Passamos pela cantina indo para a parte de fora da escola.
Quando saímos ele me guiou até alguns metros longe da escola, estava tudo muito escuro, eu enxergava muito pouco aqui. Uriel parou de repente, fiquei uns segundo sem entender porque de me levar até ali.
Mas então consegui ver uma porta de ferro sobre o chão. Uriel soltou a minha mão indo até lá, e puxando com força as portas de ferro dublas que tinha ali.
Quando ele abriu, as portas, deu a visão de escadas velhas indo até um fundo do lugar. Era escuro demais, eu não via nada.
Olhei para Uriel confusa.
- Sabe pelo menos o que tem aqui? – Eu perguntei assustada.
Uriel olhou para mim e para a entrada do lugar.
- Nunca perguntei. – Ele disse encarando a escuridão dali. Eu dei um primeiro passo para entrar.
E fui descendo os degraus da escada, um por um. Eu não enxergava nada, apenas escutava Uriel atrás de mim.
Quando senti as escadas haviam chegado ao fim. Ainda estava totalmente escuro ali dentro.
O cheiro do ambiente era estranho, não dava bem para descrever como era.
Senti Uriel parar ao meu lado.
- Droga, eu nem pensei em trazer lanterna, está com o seu celular? – Uriel disse ao meu lado.
- Não, eu desliguei ele desde que sai de Ligonier. – Eu expliquei sentindo calafrios subir em mim.
Mamãe não poderia estar aqui, estava tudo muito escuro e frio.
Escutei Uriel dar batidinhas com mão sobre as paredes perto de nós. Como se procurasse sentir algo na parede.
- Acho que achei. – Ele disse, e logo ouvi um clique e a luz fraca se formou no ambiente.
Eu conseguia ver tudo, mas não com tamanha clareza.
Era um pequeno corredor, havia coisas velhas ali. Mesas quebras, objetos gastos. Mas ao final no lugar, tinha algo que parecia outro cômodo.
Fui até ali rapidamente, sentindo Uriel me seguir.
Logo percebi que o cômodo era na verdade uma cela gasta. Eu não conseguia ver direito o que tinha ali dentro. A cela estava fechada, mas não trancada.
Mas antes que eu entrasse ali, olhei de fora tentando ver o que tinha ali dentro.
- O que é aquilo? – Escutei Uriel dizer ao meu lado. Olhei para ele vendo seu olhar focado em uma direção da cela.
Logo olhei para o mesmo lugar, vendo algo que parecia ser uma pessoa, encolhida no canto da cela. Parecia alguém deitado em posição fetal.
Algo acendeu em meu peito, a velha chama da esperança.
- Mãe? – Eu chamei insegura encarando a pessoa. Mas logo percebi a roupa, era um tecido florido, parecia sujo e gasto. Mas reconheci o desenho, era um vestido da minha mãe. – Mamãe!
Eu exclamei abrindo a cela abruptamente, meu coração se encheu de esperança. Meu peito doía com a chance disso.
Quando me agachei até ela, virei seu corpo para mim rapidamente. E quando fiz tal coisa, senti a leveza do seu corpo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Falando no Diabo - Elo Ardente (Livro 1)
FantasiaSegredos Os segredos são chaves de muitas portas, sejam elas boas ou ruins. Eloise Jones Minha mãe morreu em um acidente de carro quando eu tinha 14 anos, eu estava no carro mas não me lembro de muita coisa. Só sei o que me disseram, não muito te...