• Capítulo Quarenta e Tres •

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Novembro, 2023

"Há quem diga que a lua e o sol se apaixonaram, e que num amor impossível ainda assim conseguiram uma forma de viverem juntos em um eclipse que acontecia de séculos em séculos. Eu nunca acreditei nisso, nunca acreditei que almas gêmeas poderiam ser separadas algum dia."

Havia dor, quase insuportável, havia cansaço, exaustão, mas não havia sequer um pingo de medo. Ana sentia como dentro de si tudo nela foi feito para aquilo, e como era automático amar Christian, também seria ter seus bebês porque ela nasceu exatamente para aquelas coisas.

Só não era fácil como amar seu alfa.

A garota apertou com força a mão de Christian quando sentiu o que Grace chamava de contração, era forte, pesado, doída, e parecia pior do que quando seus ossos se quebravam para que ela se transformasse.

Podia sentir o desespero de Christian ao vê-la sentindo dor, e odiava aquilo, não queria que ele se sentisse daquela forma, então quando mais uma vez a dor passava por um instante, ela o abraçava, tocava seu rosto, beijava seus lábios e suas bochechas, garantindo como tudo estava bem e certo dentro de si.

Foi engraçado como durante aquelas semanas ela havia expulsado todo mundo de perto de si, mas agora parecia uma necessidade ter toda a família naquele quarto, pelo menos Grace, sua mãe e vovó Ava, os homens ficando no corredor por privacidade, mas perto o suficiente para Ana sentir a aura poderosa deles.

Proteção.

Ela estava vulnerável e seus bebês ainda mais, não tinha qualquer poder de se defender naquele momento, e ela precisava desesperadamente sentir que havia pessoas a protegendo.

Foi naquela névoa de necessidade que eles ouviram o primeiro uivo, todo mundo muito ligado a Ana, não conseguindo se preocupar com mais nada, mas os sons foram altos e perto demais para ignorarem.

_ Ai, meu Deus - Carla quem falou, observando pela janela.

Ela estava um pouco afastada por conta dos apertos fortes de Ana, a menina quase havia quebrado sua mão quando ela estava perto demais em meio a uma contração, então a mamãe estava ali a sua vista e lhe dando forças, mas tendo de se manter fora de seu alcance.

_ O que está acontecendo? - Grace perguntou, ela verificava se estavam com tudo o que precisavam, toalhas limpas, água quente, tesouras.

_ São lobos - Christian quem respondeu mesmo sem precisar olhar, seus olhos brilhavam tanto e agora tinham uma iris completamente cinzenta, nem um pouco humano. - Parece que todos os alfas da cidade estão nossos quintal agora, transformados.

Carla saiu de perto da janela, a fechando, como se realmente aquilo fosse impedir alguma coisa.

_ Eles não querem machucar - Ana murmurou, sentindo todos eles, quase suspirando e ronronando em alívio, era como se ela engolisse e fosse possuída fpor todo aquele poder que eles irradiavam, aquela proteção absoluta. - Eles só querem proteger.

Christian rosnou, pressionando a cabeça contra o travesseio. Ele suava, talvez até mais do que Ana agora, e tentava se concentrar em tudo menos em si mesmo. Seu lobo estava gritando dentro de si, tentando sair, mas ele não queria deixar Ana daquela forma, e nem tinha porque Lobinho querer assumir o controle agora, mas era tão, tão irresistível.

50 Tons de um ImprintingOnde histórias criam vida. Descubra agora