• Capítulo Vinte e Sete •

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Setembro, 2023

"Fica comigo. Me proteja. Me abraça. Deita aqui comigo e me acolha em seus braços. Com seu coração contra o meu peito, seus lábios em meu pescoço. Estou apaixonado por você, mas seu corpo ainda não me conhece. E com esse sentimento que nunca vai diminuir, eu estou te amando agora. Então apenas me beije como se quisesse ser amada.

Ana havia mudado a foto de perfil da rede social, agora condizendo com o cabelo novo, cortado no ombro, com mechas soltas, os fios de tom negro e impressionantes nunca sendo deixados de lado, mas agora ela tinha aquela aparência de mais velha, e não de uma garotinha que sorria mostrando todos os dentes e piscava os olhos devagar quando queria alguma coisa.

Mais velha.

Prestes a fazer dezoito anos logo logo. Somente minutos.

Christian mirava o celular em sua mão, o aplicativo no número de Ana, na última conversa que tiveram, onde ela explicitamente enviou algo como "mamãe saiu com o novo namorado, vamos tomar café da manhã de aniversário juntos amanhã, vou dormir mais cedo, adoro você".

Adoro você.

Dez benditos anos juntos e ela se ateve a mandar um adoro você.

Ele não queria um adoro você.

Não mesmo.

Não depois de tê-la levado até a faculdade e ela conhecido pessoas, falado com pessoas e sido alvo de olhares de garotos cheio de hormônios. E depois ainda teve a capacidade de discutir com Christian por conta dele ter fechado a cara por ela ser simpática com aqueles brutamontes viciados em futebol e mulher.

Audácia!

Pestinha!

Gostosa para caralho naquela foto de perfil!

Christian bufou. Era um homem adulto, bem sucedido, um empresário respeitado em todo o mundo, não tinha para que ficar se irritando com aquele tipo de coisa. Mas não dava. Até a respiração de Ana o tirava do sério.

Ultimamente era como se tudo o atraísse daquela forma, o olhar dela, um mínimo toque, o som da sua voz. Tudo.

Como um chamado incessante e impossível de ignorar, o lobo dentro de si não queria mais saber de brincadeira, ele queria Ana, e ele teria não importava mais o que Christian fizesse ou pensasse que era certo.

O alfa necessitava da ligação completa com sua soulmate, como a prova de interligar as almas, num contato tão íntimo, num clímax tão intenso que aquele tipo de ato era capaz de fazer, só aquele tipo de conexão, onde os humanos e os animais se encontravam em uníssono.

Ele precisava sentir Ana, precisava marcar sua soulmate.

Com os olhos se tornando completamente cinzentos e brilhantes, ele ficou cego por um instante, jogando o celular sobre o sofá e saindo do apartamento.

Uma coisa bastante comum na vida de Ana era Christian, ele era uma constante em qualquer momento e experiência. Assim como em todos os aniversários desde os seus oito anos. Ele era o primeiro a lhe dar "feliz aniversário", sempre a meia noite em ponto, fosse por mensagem ou ligação quando não estavam perto um do outro.

50 Tons de um ImprintingOnde histórias criam vida. Descubra agora