• Capítulo Vinte e Três •

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Setembro, 2020

"E à flor da pele existe um adeus difícil de esquecer, mas também conheço um amor que pode fazer milagres."

Ana estava tomando cerveja pela primeira vez, o gosto era horrível e o cheiro pior ainda, e ela decidiu que nem mesmo terminaria aquela garrafa, mas continuaria segurando para parecer descolada.

Ela estava com seus amigos, sendo o centro das atenções enquanto se empanturrava de pizza e dança na pista de dança improvisada, tocava músicas da Cardi B, e ela nem queria imaginar como os vizinhos lá embaixo e ao redor deveria estar achando deles.

Estava se divertindo, claro, mas seu olhos - e seu coração - não se desviavam de Christian. Ele estava do outro lado do terraço, com os amigos dele, provavelmente tentando não se mostrar muito para deixar os jovens mais livres.

Sua mente ainda girava com as palavras dele, processando cada uma delas e seus significados. No primeiro instante tudo o que Ana queria era gritar que sim, ela aceitava, era o que ela queria. Mas antes que pudesse ser tão precipitada, Mia invadiu o quarto, a puxando pela mão, falando como já estava todo mundo no terraço e ela tinha que se desgrudar de Christian pelo menos naquela noite.

Então ela estava ali, desgrudada dele, mas não conseguir parar as outras partes de seu corpo em estar "grudadas" nele, e os olhos do outro também não saíam dela. De seus olhos, de seu corpo.

Seu corpo.

Ana estava começando a ficar quente já.

Ela dançava com quem se encostasse nela, era divertido e todos ali eram amigos, e seu vestido curto começava a subir mais e sua mãos passeavam por corpos alheios.

E os olhos de Christian estavam nela. Daquele jeito. Daquele jeito que ela nunca havia visto antes, do jeito que os dela ficavam sobre ele.

"Não vai acontecer nada entre a gente enquanto você não tiver dezoito anos."

Ana bufou para si mesma.

Quem ele pensava que era? Falando daquele jeito, como se mandasse na relação!

Dezoito anos era muito tempo ainda. E o que? Ele não sentia nada mesmo? Porque não parecia.

A forma como ele ficava se impedindo de descer os olhos abaixo da cintura dela, como parecia estar ficando cada vez mais irritado.

Ana sabia o que era aquilo, ela sentia a mesma coisa.

_ Body shot! Body shot! - a gritaria começou, e Ana se esticou para saber quem estava sendo desafiado.

Havia algumas mesas espalhadas pelo grande terraço, e todas estavam abarrotadas de pizza e cerveja, ou então de bolsas dos outros, mas havia uma onde provavelmente tinham retirado tudo e alguém estava deitado em cima.

Ana se aproximou, percebendo que era Jose ali, sendo ovacionado para o primeiro body shot da noite.

A brincadeira era costumeira em festas daquele tipo, e com certeza muita gente já estava alta para começarem a desafiar um ao outro.

_ Eu acho que a nossa garota deve ser a primeira - alguém falou, abraçando Ana por trás.

A garota arregalou os olhos.

Nunca tinha feito aquilo, e para ela era uma coisa bastante... íntima. Ela nunca havia sequer tocado em outra pessoa daquela forma, não sentia o mínimo de vontade, literalmente tendo Christian em todo o seu sistema central.

_ Ana! Ana! Ana! - todo mundo começou a gritar, até Mia ao seu lado incentiva.

Traidora!

Sem muita escolha, Ana deu de ombros, tentando se lembrar do que já viu as outras pessoas fazendo e também nos filmes.

50 Tons de um ImprintingOnde histórias criam vida. Descubra agora