• Capítulo Trinta e Dois •

1.4K 151 9
                                    

Outubro, 2023


"Nem sempre estamos vendo de perto, nem sempre estamos prestando atenção, nem sempre percebemos a tempestade chegando só porque decidimos apreciar um pouco da chuva."


Katherine Treveland.

Aquele era o nome da pessoa que Ana pegou para cristo nas ultimas semanas. Ela roubava a menina do seu próprio alfa e nem ele era capaz de ir contra uma decisão de Ana.

Aparentemente apenas seu alfa mesmo era capaz de dizer "não" para ela.

Um tremendo de um absurdo.

_ Mas como assim vocês não estão se falando? Existe como você não falar com seu alfa? - Katherine perguntou.

Elas estavam no Starbucks perto da faculdade de Ana, a morena havia dispensado o alfa da loira com um olhar firme apenas, e agora ele estava provavelmente andando por aí enquanto elas conversavam "coisas de soulmate".

_ Claro que tem - Ana respondeu. - Eu não atendo as ligações, não respondo as mensagens e pronto, não estou falando com ele. Ele está na empresa, só sai mais tarde, e eu vou sair da faculdade direto para a aula de alemão, nos vemos só lá para as 21h da noite, e eu vou trancar a porta da minha varanda e minha mãe vai passar o fim de semana com Bob. Oficialmente não estou falando com meu alfa, é simples, viu?

Kate ficou a encarando, confusa, porque na verdade, não era nada simples e ela sabia por experiência própria.

A história dela e de seu marido Elliot era impressionante - pelo menos para Ana. Kate era filha de um alfa e uma soulmate, e Elliot era um alfa filho de uma linhagem antiga, a loira só tinha dezessete anos e um namorado quando o imprinting  aconteceu. Foi um caso bem complicado, ela não sentia absolutamente nada por Elliot, que era seus sete anos mais velho que ela, mas havia sido instruída sobre o que era e o que eles seriam um dia. Elliot era um alfa possessivo demais e tudo se tornou um inferno. Ela se sentia presa a ele, não conseguia criar uma conexão, e tudo começou a fazer mal a eles. Foi um daqueles episódios em que tiveram que separar o alfa de sua soulmate porque o lobo não aceitava a distancia e a rejeição dela, e chegou até atacá-la. 

Ana não conseguia imaginar nem um terço daquilo, tinha uma conexão imprescindível com Lobinho, ouvindo até o espanto na voz de Kate quando ela lhe contou sobre como eles eram um trio bem unido, sobre como até hoje ela o abraçava para dormir e até ficava confortável em seus pelinhos negros e quentinhos.

O negócio é que depois que a tempestade passou, Kate cresceu e sua mente se tornou madura o suficiente para aceitar que aquele era seu destino, ela e Elliot passaram a se dar bem, mas ela nunca chegou perto de seu lobo porque ele nunca mais se transformou. E há um anos seus pais morreram em um acidente de carro, e Elliot não se dava bem com sua família por questões de puro machismo da parte dos familiares. Um alfa não deve ficar sozinho com sua soulmate, e acabaram tendo uma sugestão de Bob, lhe dizendo como Seattle era um lugar para lobos há alguns anos, onde eles nasciam e se multiplicavam, e ele havia falado bastante sobre Ana, e como ela era uma soulmate com seu alfa e um clã inteiro a protegendo desde criança. Kate estava tão ansiosa quanto Ana para conversarem, e a morena acreditava que daquela forma também estava Elliot com Christian, porque de repente eles eram amigos também.

50 Tons de um ImprintingOnde histórias criam vida. Descubra agora