• Capítulo Trinta e Seis •

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Outubro, 2023

"Eu continuo me perguntando, imaginando como, eu continuo fechando meus olhos, mas não consigo tirar da minha cabeça, quero voar para um lugar onde haja somente você e eu e ninguém mais, para que possamos ser livres finalmente."

Ana ainda levou seu tempo longo abraçando sua mãe, tendo privacidade na mansão dos Grey no antigo quarto de Christian, e ali elas ficaram por quase uma hora meio a choros e pedidos de desculpas que sequer eram necessários.

_ Uma coisa que eu lembro bem era do meu avô dizendo como elas cheiravam diferente - o vovô Grey falava. - E isso é verdade, menina Ana está diferente agora. Era assim que se consegue reconhecer uma omega.

Carrick e tio Clack concordaram, e Ana fez uma careta, olhando para Christian que estava sentado ao lado dela.

Ela estava cheirando como?

Será que era ruim?

Christian, já conhecendo bem os pensamentos da garota, riu consigo mesmo.

_ É muito bom, na verdade - ele falou em seu ouvido, respondendo sua pergunta muda. - Eu achei que fosse por causa do bebê, mas é só você, parece... parece cheira a flores e as melhores coisas do mundo - tentou explicar.

Ana concordou com a cabeça e eles voltaram a prestar atenção no alfa mais velho.

_ Eu sempre soube que essa menina é especial, ninguém consegue controlar um alfa como essa garota faz com o dela, ninguém controla um lobo do jeito que ela controla. A garota tinha dez anos e simplesmente subia em cima de um animal que deveria destroçar o mundo, e brincava como se ele fosse um de seus brinquedos - o homem falou em forma de ralhação.

Nunca havia gostado da relação natural que Ana tinha com Lobinho, ele dizia que Christian tinha que impor o lobo a ela, que ela deveria ser submissa e não achar que tudo era uma brincadeira, mas desde muito novo o alfa não obedecia nenhum dos mais velhos. Ele demonstrava respeito, mas sempre deixou claro que não recebia ordens de ninguém e lidava com sua soulmate como ele achava que deveria.

_ Nenhuma soulmate é capaz de fazer isso, na verdade, a submissão é nata no momento em que se entregam para a conexão - o mais velho continuou a falar. - Meu avô dizia que as filhas da lua sempre foram controladas apenas pela lua, mas seus lobos eram uma extensão de seus alfas, tudo o que eles tinham racionalidade em não fazer, elas simplesmente faziam com a certeza de que nada era capaz de atingi-las porque seus alfas as protegeriam. Quando o nascimento de omegas começaram a diminuir, o inferno começou, os próprios que deveriam protegê-las, começaram a caçá-las porque a necessidade de continuar a espécie era maior instinto do que fazê-las felizes de fato. Mas uma omega não se deve ter um filho que não seja de seu alfa, e quando isso acontecia, ficavam fracas, e morriam, de repente elas apenas não nasciam mais, a lua não permitia, decidiu guarda-las dentro de si.

_ Vovô, acha que Ana tem uma descendente omega? - Mia perguntou. - O senhor disse que para ela conseguir ser forte desse jeito, ter sido controlada por tanto tempo mesmo tendo tido o seu alfa desde os oito anos, era porque o DNA dela já estava impregnado com nossa espécie.

_ A mãe com certeza não é o começo - Thomás, vovô Grey, apontou para Carla que estava do outro lado de Ana. - Mas ela tem o chamado no sangue. Ela ficou porque queria proteger a filha, e nenhum comum aguentaria a força imperial de uma omega como ela aguentou.

_ Mas minha vó também não é omega - Ana comentou. - Ninguém é. Só eu. Palhaçada - ela revirou os olhos, resmungando do seu jeito mimado.

50 Tons de um ImprintingOnde histórias criam vida. Descubra agora