• Capítulo Trinta e Três •

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Outubro, 2023


"O que vale realmente o amor? O que gatilha um sacrifício? O que provoca uma tragédia? O que você está disposto a perder?"

Ana realmente passou todo aquele dia sem responder e aceitar as ligações de Christian, o peito arranhando e o corpo esquentando de forma estranha, mas também estava enjoada e com dor de cabeça, totalmente desconfortável, parecia doente.

_ Filha, para com essa birra, Christian está certo em não querer fazer isso agora, você é muito nova e ele também é - Carla comentou.

Ela havia ido até lá embaixo pegar um remédio de enjoo para Ana, que realmente já estava pálida e jogada na própria cama.

A garota ainda havia insistido em ir para a aula de alemão, acabando por parecer se esforçar demais com aquilo e agora parecia prestes a desmaiar a qualquer momento e que havia corrido uma maratona, suava e tinha febre.

_ Você acha que estou doente porque não uma respondia uma mensagem do Christian, mãe? - ela murmurou um pouco divertida pelo exagero. - Tudo bem que eu quero muito ele agora, mas eu não estou doente por causa disso. Deve ter sido alguma coisa que eu comi ou então um resfriado forte querendo me pegar.

Carla suspirou, pegando o termômetro que havia posto em Ana, e percebendo o grau alto demais na temperatura.

_ Tomou o antitérmico? - ela perguntou.

_ Tomei - respondeu enquanto engolia agora o remédio para enjoo. - E também tomei as duas aspirinas, minha cabeça parece que vai explodir de qualquer forma.

Carla balançou a cabeça, preocupada demais com Ana voltando a se deitar, todo suada, mas morrendo de frio, se cobrindo até o pescoço e fechando os olhos.

_ Vou buscar água, tem que beber bastante - comentou enquanto pegava a garrafinha já vazia ao lado da cama.

Ana se virou de lado quando sua mãe saiu, gemendo em desgosto por ter esquecido de pedir para apagar a luz, e ela mirou o céu escuro lá fora, os olhos vidrados na lua cheia, única luz que não fazia sua cabeça piorar.

Ela aguardava ansiosamente sua mãe voltar, já decidida que iria pedi-la para ligar para Christian, já não aguentava mais, e se aquilo fosse falta da presença dele, que seja, ela que ficasse com ele então, sem casamento, alimentando a necessidade de seu corpo e a deixando livre daquelas sensações horríveis.

A porta se abriu novamente, e ela abriu a boca para pedir seu aparelho, mas antes que voz saísse, provavelmente tudo o que comeu a semana inteira saiu por sua boca.

_ Filha - Carla correu até ela, virando mais seu corpo para que o vomito fosse para o chão. - Meu deus, Ana - suspirou.

Ela ainda teve algumas ânsias antes de seu corpo acalmar finalmente. Carla a levantou, segurando seu peso contra si, tirando o cabelo completamente encharcado de suor de seu pescoço e rosto.

_ Eu liguei para o Christian, não aguentei, ele está vindo para cá, disse que já estava te sentindo, mas que havia ido ver o avô em Port Land mais cedo. Ele está um pouco bravo com voce, disse para eu te contar mesmo com voce doente - ela comentou.

Ana bufou.

_ Idiota - resmungou pela audácia dele falando aquilo.

Ela quem está brava, heuem.

_ Ai, mae, minha barriga está doendo - resmungou dramática porque não estava doendo tanto, mas um pouquinho.

_ Oh, meu amorzinho, já vai passar.

O pouquinho se transformou em insuportável em segundos. Ela ainda processou o seu peito, o coração reconhecendo o coração de Christian que aonde ele estivesse estava completamente disparado e sentido, preocupado, desesperado para chegar até ela, provavelmente a sentindo também.

Seu corpo exausto se curvou na cama, e Carla tentou segura-la, mas o choque quando ouviu o primeiro estalo foi grande demais, deixando cair no chão ao lado da cama.

A primeira coisa foram os olhos.

Ana nem precisava se olhar no espelho para saber, os vendo refletidos nos olhos de sua mãe, que em choque, continuava paralisada.

E de repente, seus os ossos estavam se quebrando.

Ana sentiu, aquela coisa diferente dentro si, a parte fria, a força, a coragem absoluta, impiedosa, aquela que mataria qualquer um que...

Qualquer um.

Ela mataria a ameaça.

_ Sai. Mae! - ela tentou dizer.

Sua mãe pareceu acordar de um transe, levantando rápido, tentando seguir até Ana, mas a garota conseguiu ir para trás, tudo doía, machucava, e era tão forte.

_ Sai! - gritou.

Sua mae era ameaça e ela nem entendia porque, mas tinha a certeza de que aquilo a destroçaria assim que tomasse o controle.

_ SAAAI! - gritou, mas o rosnado foi o que foi ouvido.

Carla se assustou, indo contra os próprios instintos em estar com sua filha, correndo para fora do quarto, descendo as escadas, e tropeçando, os sons se misturando como se tudo quebrasse ao redor.

Quando chegou a porta, ela foi aberta no mesmo instante.

Christian.

Ai meu deus.

Finalmente.

_ O que está acontecendo? Cadê ela? - ele disparou entrando na casa.

Carla tentou falar, mas tudo parecia parado dentro de si, o coração batia tão rápido, ela tremia, se segurando no outro porque sentia que iria desmaiar a qualquer momento.

Os sons no quarto pararam, e o silencio reinou.

Os dois encararam a escada, do corredor, podia ser ouvido muito lentamente os pequenos passos, batidas no chão de madeira, tão lentos, que mais pareciam desfilar. Ou brincar.

Planejar.

Primeiro Christian reparou seus olhos, os azuis perfeitos que ele tanto amava agora embebiam toda uma íris completa, e mesmo assim ele reconheceria em um milhão de lugares e multidões. E então o corpo apareceu por completo, majestoso, enorme, de uma forma que era gritante a diferença em seu tamanho humano, os pele extremamente brancos que chegavam a cegar de tão límpidos, os dentes enormes enquanto a língua passava sobre eles como se saboreasse algo. Ou estivesse prestes a saborear.

O animal parou na escada, no topo, as patas a frente se juntando, e as detrás fincando no chão, as pernas dobrando.

Em modo de ataque.


•••


Confesso que a Ana se transformando apareceu logo a cena do exorcista para mim haha. Se eu fosse a mae dela já estava rezando o pai nosso ali mesmo. Mas enfim, eu achando que estava abalando na história, e vem voces já com as teorias tudo prontas, heuem, palhaçada, me rachando todo mundo. Mayara sua bocuda!!! Heuem!! Para de ser inteligente 😡😡😡😡 deixa eu fazer mistério

 Mayara sua bocuda!!! Heuem!! Para de ser inteligente 😡😡😡😡 deixa eu fazer mistério

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50 Tons de um ImprintingOnde histórias criam vida. Descubra agora