18_ Los Angeles?

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Nós dançamos, comemos, alguns beberam e, quando nos demos conta, já era mais de meia noite. Fomos para os carros para ir embora enquanto o bar só enchia cada vez mais de pessoas. Aquilo certamente terminaria bem tarde.

ㅡ Não quero ir embora... ㅡ Íris resmungou. Sua voz denunciava que ela havia bebido demais. ㅡ Quero dançar a noite toda!

ㅡ Você já vai ter que dançar amanhã o dia inteiro. ㅡ Segurei seu braço por cima do meu ombro enquanto Kevin destrancava seu carro. ㅡ Então é bom ir para casa e dormir bastante.

ㅡ Dormir? ㅡ Íris começou a rir. ㅡ Eu estou animada demais para dormir. ㅡ Ela tentou se soltar de mim para dançar no meio da calçada, mas assim que a porta do carro foi aberta, a coloquei lá dentro e fechei, deixando a janela aberta. ㅡ Eu odeio vocês.

ㅡ A gente sabe. ㅡ Dei dois tapinhas em sua cabeça e ela mostrou a língua.

ㅡ Vou deixar ela em casa. ㅡ Kevin abriu a porta do motorista. ㅡ Se cuidem. ㅡ Colocou um pé para dentro do carro, mas olhou para nós dois antes de entrar. ㅡ Vigia em, Trevor. Tu é grandão, mas se fizer alguma coisa com a Sophia, eu junto um bando de pra te pegar.

ㅡ Não se preocupe. ㅡ Trevor sorriu e acenou para ele. Kevin entrou no carro e logo deu partida.

Segundos depois Trevor e eu já estávamos em seu carro, voltando em direção às nossas casas.

O carro estava silencioso, o ar frio por conta do ar condicionado e as ruas quietas pela alta hora. O som do celular dele conectado ao carro me assustou quando alguém ligou para ele.

Sem se importar se eu escutaria tudo, Trevor atendeu a chamada com o celular ainda conectado e a voz de uma mulher soou.

Eles começaram a conversar em inglês e eu, por conseguir entender algumas coisas, fiz de tudo para não rir e tornar a situação constrangedora para ele. A mulher que havia ligado era sua mãe e ela era do tipo bem coruja. Faltou só perguntar se ele tinha escovado os dentes naquele dia de tão preocupada.

Trevor riu na maioria das perguntas, mas respondeu a mãe com toda educação e paciência. A mulher desligou a chamada quando se convenceu de que o filho estava se alimentando e se cuidando bem. Quando isso aconteceu, já estávamos no centro da cidade novamente.

ㅡ Me desculpe por isso. A minha mãe é... ㅡ Ele procurou uma palavra para tentar descreve-la.

ㅡ Mãe. ㅡ Respondi por ele e ele riu concordando. ㅡ Eu entendo. Minha mãe não é diferente. Nas minhas primeiras semanas morando sozinha ela me ligava a cada uma hora para saber se eu estava bem e se não estava pulando refeições. ㅡ Trevor olhou para mim com um olhar preocupado e curioso. ㅡ Eu costumava fazer isso porque era obcecada com o fato de querer ser magra. Eu nunca fui exatamente gorda, mas queria ser mais magra do que era. Eu era saudável, e acabei com a minha saúde com essa obsessão.

ㅡ Mas, hoje você se cuida direito, certo?

ㅡ Sim sim. Hoje a minha saúde é mais importante que ter uma cintura fininha. ㅡ Sorri pensando no fato de que eu tinha conseguido superar isso. Falando parece fácil, mas na época foi muito difícil.

ㅡ Onde você mora? ㅡ Olhei para a frente após ouvir sua pergunta.

ㅡ Não precisa me deixar em casa, eu já sou acostumada a andar até lá a noite. ㅡ Ele balançou a cabeça de imediato, como se eu estivesse pedindo um absurdo.

ㅡ Eu não vou deixar você ir sozinha, são quase uma da manhã. ㅡ Assenti percebendo que ele não se convenceria.

ㅡ Moro um pouco depois da sua casa. ㅡ Trevor concordou e seguiu com o carro.

Te Pedi para a Estrela CadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora