50_ Fugidinha

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Chegamos a pousada e paramos na recepção para que ele assinasse uns papeis. A parte da frente era como uma grande casa de dois andares com paredes em creme e detalhes em madeira. Ao passar pelo portão encontravamos uma pequena área com mesas e cadeiras e uma varanda que dava acesso a recepção. A porta que dava para a recepção era na verdade umas três portas de vidro com detalhes de madeira.

Na recepção tinham uns sofás, poltronas, jogos, como totó e vários objetivos bem praianos, como conchas e estrelas do mar nas paredes. Também tinha uma prancha encostada na parede.

Todo aquele lugar me dava tanta paz.

ㅡ Temos café da manhã também, ok? ㅡ A mulher que nos atendeu disse com um sorriso. Trevor assentiu. ㅡ Bem, temos disponíveis dois quartos no andar de cima. Um deles com uma cama de casal e o outro com duas de solteiro. O de casal está com o preço mais em conta. Qual o senhor gostaria de ficar?

Olhei para Trevor esperando o que ele iria responder. Duas pessoas passaram por nós segurando uma caixa fechada daqueles bolos de aniversário que vendem no mercado.

ㅡ Casal. ㅡ Trevor respondeu e a mulher lhe entregou a chave do quarto. Ela saiu de trás do balcão e seguiu na direção de uma escada de madeira escura. Ela subiu e nós a seguimos.

ㅡ Você? Escolhendo uma coisa mais em conta? ㅡ Fiz uma careta. Ele riu.

ㅡ Tendo a oportunidade de dormir com você, vou pagar mais caro pra dormir separado? Óbvio que não. ㅡ Senti minhas bochechas ficarem quentes e deixei que ele passasse na minha frente.

A mulher abriu uma das portas daquele corredor e Trevor entrou. Ela começou a explicar como funcionavam as coisas e as regras do lugar, mas eu me distraí com a sacada que tinha do outro lado do corredor. Também eram várias portas de vidro que davam para essa sacada. Sacada essa que tinha uma vista linda para o mar.

Desviei das cadeiras e mesas que tinha ali e segurei na grade, também de madeira. Fechei os olhos apenas ouvindo as ondas quebrando e sentindo o cheiro da água salgada. Tudo estava tão calmo por fora. Como queria que meu interior também estivesse assim e não esse caos que está.

A todo momento penso que minha mãe pode aparece de algum lugar e a cada olhar demasiado que recebo, sinto que a pessoa está zombando de mim. Parece que sempre tem algo errado comigo. Saudades da minha autoconfiança.

Abri os olhos novamente e encarei minhas mãos. Tinha um grupo de garotos voltando da praia e entrando na pousada. Eram quatro, dois deles carregavam pranchas.

Um deles, que tinha um cabelo castanho claro quase loiro, olhou na minha direção. Ele jogou o cabelo para trás com a mão, a tirando do rosto, e continuou me encarando.

Apertei o meu maxilar e me virei para trás. Era horrível pensar que qualquer pessoa que me olhasse demais estava pensando algo ruim sobre mim.

ㅡ Ei, o que foi? ㅡ Dei de cara com Trevor assim que virei. Suspirei e ele ergueu o meu rosto com sua mão. ㅡ O que foi, Sophia?

ㅡ Eu... ㅡ Bufei. ㅡ Quero descansar. Só isso. Parar de ficar... Pensando muito nos problemas. Podemos ir pro mar?

ㅡ Claro. ㅡ Ele concordou e só aí eu entrei no quarto. Era uma suíte. Grande, espaçosa ( notei isso apenas pela mania de procurar espaço para dançar em todo lugar que eu vá ), a cama de casal também era grande e ficava perto de uma janela. Tinha uma televisão, uma pequena mesa de jantar com duas cadeiras e um frigobar. Fui na direção da janela e notei que ela dava para a parte de trás da pousada, onde pareciam ter outros quartos e uma piscina.

Trevor trocou de roupas primeiro, ficando apenas com uma bermuda. Eu coloquei um biquíni, um short e deixei o meu cabelo solto, como já estava. Passei protetor solar e coloquei um chinelo nos pés.

Te Pedi para a Estrela CadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora