71_ FIM!

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Eram quase sete horas. O céu já tinha escurecido e a temperatura caído. Aquela noite de outono não estava tão frio como as outras, então decidimos servir o jantar no jardim de trás.

A mesa já estava no seu lugar, com as cadeiras em volta. Meu pai tinha feito questão de pendurar umas luzes pelo quintal para iluminar melhor, o que deixou o lugar ainda mais bonitinho e aconchegante.

Trevor corria de um lado para o outro atrás de um gato que meu pai achou na rua e trouxe pra casa. Minha mãe estava na cozinha terminando o jantar, meu pai estava tomando banho e eu estava terminando de por a mesa.

O misto de sensações que eu estava sentindo era tão estranho. Eu estava morrendo de felicidade porque as coisas estavam dando certo. Porque eu conheceria e moraria em Nova York. Mas, ao mesmo tempo, era difícil me despedir de tudo aqui. Eu cresci nessa cidade, e mesmo que parte da minha vida aqui não tenha sido boa, aqui estão os meus lugares e pessoas favoritas.

Suspirei me sentando numa das cadeiras.

ㅡ Você não devia estar dançando ou coisa parecida? ㅡ Minha mãe se aproximou segurando os copos de vidro.

ㅡ O que? ㅡ Ri da sua pergunta.

ㅡ Você sempre dança quando está feliz. Mesmo que seja uma dancinha singela. ㅡ Ela parou na minha frente e puxou uma cadeira. ㅡ Não está feliz?

ㅡ Sim, muito. ㅡ Sorri fraco. ㅡ É só que... Vou sentir saudades. ㅡ Senti meus olhos lacrimejarem.

ㅡ Ah, Sophia... ㅡ Ela se levantou, puxou minha mão e me abraçou. Ali eu chorei. Não fiz questão de segurar o choro enquanto ela passava a mão atrás da minha cabeça. ㅡ Também vamos sentir saudades. Queríamos poder estar sempre perto de você, mas você precisa crescer. Precisa viajar, explorar, se descobrir, se divertir. Criamos você sabendo que um dia você seria uma estrela cadente que brilharam por aí.

A observei enquanto ela secava minhas lágrimas.

ㅡ Obrigada. ㅡ Pisquei fazendo novas lágrimas escorrerem por meu rosto. ㅡ A senhora é a melhor mãe que alguém pode ter.

ㅡ Eu que agradeço, Sophia. Deus não me deu filhos de meu próprio ventre, mas me deu você. E você é uma menina muito especial. Sei que passou por muita coisa, coisas que ninguém merece passar, mas você foi forte e superou tudo. É uma honra pra mim que me chame de mãe. ㅡ A abracei novamente e chorei mais um pouco. Ia ser tão difícil ficar longe de todos, ficar longe dela.

ㅡ Sophia? ㅡ Ouvimos a voz do meu pai e olhamos para a porta da cozinha. Ele estava prendendo o cinto na calça que, obviamente, não cabia mais nele. Meu pai parecia aqueles senhores barrigudos que ficam em bares, a diferença é que ele não bebe. ㅡ O Trove chegou.

Minha mãe riu dele tentando colocar a calça e eu ri do apelido que o Trevor ganhou depois daquele churrasco.

ㅡ Deixa eu te ajudar. ㅡ Minha mãe foi até ele e eu limpei o meu rosto molhado. ㅡ Vai receber o seu namorado, filha.

Coloquei os últimos copos no lugar e corri para a sala para abrir a porta. Quando abri, não só Trevor estava ali, como também Íris, Kevin e até PK.

ㅡ Minha mãe mandou pavê. ㅡ Íris sorriu mostrando uma travessa de vidro.

Dei espaço para eles entrarem e fechei a porta logo depois.

ㅡ Vou colocar na cozinha. ㅡ Íris saiu da sala.

ㅡ Eu trouxe suco. Ia trazer refrigerante, mas lembrei que você não bebe. ㅡ Kevin mostrou a sacola com uma garrava de dois litros.

Te Pedi para a Estrela CadenteOnde histórias criam vida. Descubra agora