( Narrado por Trevor )
A Sophia me perecia um enigma. Um enigma que eu gostaria muito de desvendar. Parte dela era uma garota enérgica que vivia dançando, falando e rindo, o sorriso dela costumava iluminar todo o ambiente por onde ela passava. Porém, as vezes ela parecia alguém que carrega algo tão sombrio dentro de si.
Os olhos dela mudaram no instante em que começou a chorar e eu senti que não era somente pelas postagens daquele perfil. Ela havia passado por alguma coisa, eu só não sabia o que.
A deixamos no quarto sozinha para descansar, mas não consegui voltar para o andar debaixo com o resto do pessoal. Vi que tinha uma poltrona no corredor bem de frente para a porta do quarto dela e preferi ficar ali para me certificar de que ela estaria bem.
Quando ela saiu, depois de algumas horas, pareceu surpresa ao me ver ali. Não me importei de dizer que estava preocupado. Eu não sei pelo que ela passou, então acho importante deixar claro que me importo.
Mais que ninguém sei que o passado pode machucar, e muito. As vezes parece que o passado nos atinge tão em cheio que a dor é quase a mesma. Não conheço a Sophia a tanto tempo, mas algo em mim se sente melhor quando ela está por perto. Não sei se ela sente o mesmo comigo, mas, se sim, quero estar por perto para que ela se sinta melhor.
Nós dois descemos para que ela comece alguma coisa. Já era noite e os avós do Patrick haviam saído.
ㅡ Desculpa, gente. ㅡ Sophia disse com as pernas encolhidas em cima do sofá. Já estava meio frio, então ela vestia um moletom roxo um pouco maior que ela com a touca na cabeça.
ㅡ Desculpar o que, amiga? ㅡ Íris a abraçou de lado. Estávamos todos sentados na sala, a televisão estava ligada numa novela que eu não conhecia.
ㅡ Estávamos todos animados para passar o fim de semana aqui e eu estraguei tudo com aquele climão. ㅡ Sophia fez um bico e abraçou as próprias pernas, se encolhendo ainda mais.
ㅡ Ah, gata, que isso. ㅡ Patrick balançou a cabeça. ㅡ Não foi culpa sua e o fim de semana está só começando. Podemos fazer algo para levantar os ânimos de novo.
ㅡ Que tal assistirmos ao jogo de hoje? Hoje é final da libertadores. ㅡ Kevin se levantou e esticou os braços para cima.
ㅡ É uma boa ideia. ㅡ Patrick concordou com a cabeça. ㅡ Se eu não me engano, tem um bar aqui por perto onde o pessoal da região gosta de ir assistir televisão e, certamente, vão assistir ao jogo. Podemos ir ver. ㅡ Ele olhou para as meninas.
ㅡ Eu topo. To com fome, lá tem coisa pra comer, né? ㅡ Íris perguntou e Patrick confirmou. ㅡ Ótimo, vai ser legal. Anima, Sophia?
ㅡ Não sei se estou no clima. ㅡ Ela murchou no sofá.
ㅡ Vamos, amiga. Você vai se animar. Bebe alguma coisa, come, vê o jogo. Estamos a quilômetros de distância da cidade grande, deixa os problemas lá e só respira. ㅡ Sophia acabou aceitando e subiu com a amiga para se arrumar.
ㅡ Gosta de futebol, playboy? ㅡ Patrick se sentou perto de mim.
ㅡ Não sou muito de assistir, mas talvez eu goste. ㅡ Sorri. ㅡ Você torce pra qual time?
ㅡ Fluminense. A final hoje é contra o Flamengo. ㅡ Ele fez um sinal da cruz na frente do rosto. ㅡ Mas, me conta aí... ㅡ Ele chegou um pouco mais perto e falou um pouco mais baixo. ㅡ Tu ta afim da Sophia, né?
Sua pergunta não obteve uma resposta minha de imediato. Eu não estava esperando por aquilo. Cresci numa cidade onde as pessoas não são tão abertas. Para eu contar ao meu pai sobre a primeira garota que eu estava gostando foi um custo porque não somos tão diretos. Pk perguntou na maior facilidade como se perguntasse isso para todo mundo o tempo todo. Talvez pergunte né, eu não sei...
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Te Pedi para a Estrela Cadente
Romance" Era brincadeira, né? Só podia ser coincidência um cara de um estúdio de dança da Califórnia aparecer no estúdio que eu faço Ballet, logo após eu pedir para uma estúpida estrela cadente que o meu amor apareça logo! " Sophia está na melhor e mais or...