prólogo

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Aos vinte e cinco anos, já vira e experimentara mais do que muitas pessoas bem mais velhas. Enquanto as outras garotas ficavam cochichando sobre rapazes ou preocupando-se com roupas, ela já viajara para Paris e para Bonn, usando trajes glamourosos e fazendo coisas extraordinárias, já dançara para rainhas e até jantara com príncipes.

Sempre seria grata aos pais, que lhe deram a oportunidade de ter esse estilo de vida. Devia a eles tudo o que tinha e vivera. Mas chegara a hora de conseguir o que desejava com o próprio esforço.

A dança era seu sonho desde que se conhecia por gente. Segundo o irmão Christopher, era sua obsessão. Mas achava que não havia nada de errado em ser obcecada, contanto que agisse com segurança e batalhasse muito.

Anahí se dedicara muito à dança. Foram vinte anos de aulas, exercícios, alegrias e sofrimento, suor e sapatilhas de ponta. Sacrifícios também, dela própria e dos pais. Compreendia como fora difícil para eles deixarem a caçula da família ir para Nova York para aprimorar sua arte, com apenas dezessete anos. Mas eles só haviam lhe oferecido encorajamento e apoio.

Dançara como profissional durante seis anos, conhecera a luz dos refletores e a excitação de subir ao palco. Viajara pelo mundo, representara todas as grandes personagens femininas do bale: Gisele, Aurora, Julieta, dezenas de papéis, trágicos e triunfantes, e adorara cada momento, cada segundo.

Por isso, todos ficaram surpresos quando Anahí decidiu abandonar o palco. Só havia uma explicação para tal atitude: desejava voltar para casa.

Queria uma vida de verdade. Por mais que amasse o bale, não estava mais disposta a abdicar de tudo por ela. Aulas, ensaios, apresentações, viagens, publicidade... A carreira de bailarina era muito mais do que ficar na ponta dos pés sob os refletores.

Dera-lhe muita alegria, mas ela descobriu que desejava dar algo de si para as pessoas, já que recebera tanto. E poderia conseguir tudo que desejava abrindo sua própria escola de bale.

As alunas viriam, disse a si mesma, porque tratava-se de Anahí Portilla, e esse nome significava algo importante no mundo da dança e do bale.

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