Porém, essa confissão também a magoava muito, percebeu, tentando ajeitar a camisa de Alfonso nos ombros. Doía demais ter a consciência de que o amava de verdade e não era correspondida. Entretanto, não significava que não fosse amá-la em breve, concluiu, esperançosa. Sorriu de leve, inclinou-se e beijou-o.- Não é um idiota. Lamento tê-lo chamado assim.
Alfonso segurou-a pelo queixo.
- Mas chamou-me de algo pior, não? Em ucraniano.
Dessa vez Anny brindou-o com um amplo sorriso.
- Talvez...
- Vou comprar um dicionário, Anny, para entender o que disse.
- Boa sorte. Vai ser difícil encontrar na praça e, mesmo assim, não publicam certas palavras e frases.
- Comprarei um, assim mesmo. - Os cabelos de Alfonso estavam despenteados, dando-lhe uma aparência muito sexy. Vestira a calça, e continuava despido da cintura para cima. - Preciso ir esperar o ônibus de Arthur.
- Parte do seu problema é esse. Equilibrar seus deveres de pai com seus desejos de homem.
- Pode ser. Sim - admitiu. - Anny, não tive nenhuma mulher desde... - Passou a mão nos cabelos, tentando ordenar as idéias. - Livia ficou doente por muito tempo.
- Não queria falar sobre aquilo, e reviver o triste passado. - Arthur passou por maus bocados. Nós dois passamos. Tudo que posso fazer é tentar compensá-lo.
- Está certo, e posso dizer que realiza um ótimo trabalho Também sou malabarista como você, Alfonso, e podemos manter a situação sob controle, enquanto o desejarmos.
- Eu quero.
Anny sentiu um profundo alívio ante aquelas simples palavras.
- Então estamos acertados. Vá buscar Arthur.
- Sim. - Alfonso relanceou um olhar para Anny, dos pés à cabeça. - Mas antes de ir devo dizer que fica linda usando só uma camisa de flanela.
- Obrigada.
- Quer carona?
- Não, tenho mesmo algumas coisas para terminar de fazer por aqui.
- Muito bem. - Alfonso inclinou a cabeça e beijou-a, afastando-se logo. - Preciso ir. - Mas depois de vestir-se depressa e alcançar a porta, virou-se. - Gostaria de sair sábado à noite?
Anny arqueou as sobrancelhas. Era a primeira vez que ele a convidava de modo formal. Sem dúvida, pensou, estavam progredindo.
- Adoraria - respondeu com um sorriso.
♥
Alfonso estava espantado. Como corria o tempo! O Natal fora no outro dia, e já era primavera. Parecia que quando era criança as férias se prolongavam mais.
Os Chaves tinham resolvido aproveitar o final dos feriados e levar os filhos para a Disneyworld. Isso causara muita dor de cabeça, porque Arthur implorara e choramingara para que fossem também.
Alfonso explicara por que não era possível viajar naquele momento, de modo paciente no início, mas logo adquirira o tom de comando paterno, ao perceber que as lamúrias não acabavam. Como resultado de tudo isso, ficara com um garotinho mal-humorado em casa por dois dias, e sentindo uma absurda sensação de remorso.
E foi com esse humor que viu-se, naquele dia, ladrilhando o pequeno banheiro do apartamento de Anny.
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I really like you
FanfictionEla faria com que tudo fosse perfeito. Cada centímetro, cada recanto, cada detalhe seria elaborado do modo como desejava e visualizava, até que seu sonho se tornasse realidade. Afinal, contentar-se com menos do que a perfeição era perda de tempo. E...