- Oh, querida! - Marichelo começou a chorar, levantando e dando um abraço na filha. - Que maravilha! Estou tão feliz! Todos estamos! Minha caçula vai casar! - Inclinou-se para beijar Anny no rosto. - Será a noiva mais linda! Já marcaram a data? Temos tanta coisa para planejar... Espere até contarmos ao seu pai...
- Um momento, mamãe. - Rindo, Anny deixou de lado o chá e segurou a mão de Marichelo. - Alfonso ainda não me pediu em casamento.
- Mas...
- Estou certa de que um homem tradicional como ele deseja formalizar o relacionamento. Tudo que tenho a fazer é dar um ligeiro empurrão para o próximo estágio, de modo que me peça em casamento.
A preocupação substituiu o entusiasmo no rosto de Marichelo, que voltou a sentar-se.
- Anny, Alfonso não é um projeto em andamento.
- Não quis dizer isso ao pé da letra, mãe. Mas os relacionamentos têm estágios, não têm? Eles vão evoluindo, e as duas partes se esforçam para ir passando de uma fase para a outra.
- Querida - começou Marichelo, erguendo-se e sentando na beira da mesa -, eu sempre admirei a sua lógica. É uma moça prática e determinada quando decide o que quer. Mas amor, casamento e família... essas coisas nem sempre caminham ao lado do racional. Na verdade, poucas vezes isso acontece.
- Mamãe, eu amo Alfonso - retrucou Anny com simplicidade, fazendo as lágrimas voltarem aos olhos de Marichelo.
- Sim, sei disso. Já percebi. Pode acreditar, se você o quer, estou torcendo para que tudo dê certo. Porém...
- Quero ser a mãe de Arthur - cortou Anny com determinação na voz. - Nunca pensei que desejaria tanto uma coisa assim. A princípio, foi apenas um menino encantador, como você mesma disse. Gostei dele, como gosto de todas as crianças. Mas passei a amá-lo de todo coração. Adoro aquele garotinho, como se fosse da minha família!
Marichelo segurou o dinossauro e sorriu.
- Sei o que é amar uma criança que não nasceu de seu ventre. Um filho que entra na sua vida já criado e faz uma diferença enorme. Quando me casei com seu pai ele já tinha Angel, e eu a amo tanto quanto a você e Christopher. Não duvido que você ame Arthur como se fosse seu próprio filho.
- Então, por que está preocupada?
- Porque é minha filha - respondeu Marichelo, deixando o brinquedo de lado. - Não quero que seja magoada. Está pronta a abrir seu coração e sua vida, mas isso não significa que Alfonso também esteja.
- Ele gosta de mim - disse Anny, em tom de certeza, mas demonstrando uma ponta de hesitação. - É apenas cauteloso.
- É um bom homem e não duvido um só segundo que queira bem a você. Mas será que ele a ama?
- Não sei - replicou Anny, frustrada. - E talvez nem ele mesmo saiba. É por isso que tento ser paciente e prática. Porém devo confessar que estou sofrendo.
Marichelo tomou a filha nos braços e acarinhou-a como a um bebê.
- Querida, o amor não é uma obrigação.
- Posso esperar... um pouco - replicou Anny soltando uma risada. - Vou fazer com que dê certo. - Fechou os olhos com força. - Tem que dar certo!
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I really like you
FanfictionEla faria com que tudo fosse perfeito. Cada centímetro, cada recanto, cada detalhe seria elaborado do modo como desejava e visualizava, até que seu sonho se tornasse realidade. Afinal, contentar-se com menos do que a perfeição era perda de tempo. E...