Angelique Portillo Duarte arrastou a irmã até o quarto e fechou a porta com firmeza. Isso lhes daria cinco minutos de paz e privacidade, calculou.
- Agora conte-me tudo desde o início - ordenou.
- Certo. Segundo evidências científicas, tudo começou com uma grande explosão no espaço sideral, e...
- Pare com gracinhas! Estou me referindo a Alfonso Herrera - cortou Angel, oito anos mais velha que Anny, loura, e de pequena estatura, um pouco diferente com o tipo físico da irmã. - Mamãe me disse que você o tem na palma da mão.
- Alfonso não é um coelho. - Anny sentou-se ao lado da irmã na cama. - Aliás, pensando bem, não seria mau...
- Vamos lá! O que está acontecendo entre vocês dois?
- Bem, ele é viúvo e tem muito trabalho para criar o filho, apesar de fazer tudo certo. Já conheceu Arthur?
- Impossível deixar de notá-lo. Ele e Max estão entretidos com o videogame - replicou Angel, referindo-se ao próprio filho de seis anos.
- Ótimo! Assim Alfonso poderá conversar com os adultos. Acho que não teve muito tempo para isso.
- Vovô e o tio Pascual já se apossaram dele, quer queira quer não. Vi os três saindo de casa, mais não sei quantos outros, para dar uma olhada no seu prédio e opinar sobre a reforma.
- Perfeito.
- Então, é só atração física ou tem mais?
- Bem... começou com atração. Sou muito suscetível a homens fortes e altos com cintos de ferramentas na cintura.
Enquanto Angelique perdia o fôlego de tanto rir, Anny deitou-se de costas e olhou para o teto do quarto.
- Acho que pode ser algo mais profundo - continuou Anny. - Alfonso parece ser... um homem muito bom, íntegro, responsável, carinhoso... Um tipo difícil de se encontrar. E muito tímido, também, mas de modo adorável, o que o torna um desafio e tanto.
- E ninguém aprecia mais um desafio do que você.
- É verdade. Só perco para você. Mas, voltando a Alfonso, toda vez que o vejo com Arthur sinto um aperto no coração. Entende?
- Sim. - Angelique sentira o mesmo quando conhecera seu marido, Jack. - Está apaixonada?
- Ainda é cedo para saber. Mas gosto muito dele e aprecio suas qualidades morais do mesmo modo que as físicas. - Anny ergueu a perna, apontando o pé para o teto. - Ao mesmo tempo que sinto uma enorme atração física por ele, percebo que poderíamos conversar durante horas, temos afinidade. Ontem assistimos à última parte daquele filme de monstros do espaço, com um olho só.
- Sei qual é. Adoro!
- Eu também. É isso que quero dizer. Ficamos muito à vontade um com o outro e temos os mesmos gostos. - Anny espreguiçou-se, lembrando-se de como fora agradável aquela noite. - Embora sinta sempre uma descarga elétrica no corpo quando estou ao lado de Alfonso, é bom ficar sentada com ele no sofá, assistindo a filmes antigos. A maioria dos homens com quem saio sempre quer ir a festas, dançar, visitar galerias de arte... Nunca passei uma noite em casa com um namorado, vendo televisão. E adorei a noite de ontem!
- Cidade pequena, escola de balé, um romance com um empreiteiro... É bem próprio para você, Anny.
- Sim - replicou a irmã caçula, ignorando a ironia. - É mesmo.
Sumiram???
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I really like you
FanfictionEla faria com que tudo fosse perfeito. Cada centímetro, cada recanto, cada detalhe seria elaborado do modo como desejava e visualizava, até que seu sonho se tornasse realidade. Afinal, contentar-se com menos do que a perfeição era perda de tempo. E...