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-Trouxe-lhe uma surpresa - disse Anny sorrindo.

- Adoro surpresas! Mas, primeiro... - voltou-se para o rapaz. - Aqui está, Alfonso, conforme prometi. Chegou na segunda-feira e reservei para você.

- Ótimo! - A expressão sedutora e calculada deu lugar a um riso espontâneo. - Perfeito! Arthur vai vibrar!

- O fabricante faz esses brinquedos para durar. Esta betoneira é algo para divertir uma criança durante anos, não por apenas uma semana depois do Natal. - Marichelo deu o braço a Anny e perguntou: - Já conheceu minha filha?

Alfonso ergueu o olhar do brinquedo, surpreso.

- Filha?!

Então, concluiu para si mesmo, aquela era a bailarina. Fazia sentido...

- Acabamos de nos conhecer, devido a um ligeiro acidente de trânsito - disse Anny, sempre sorrindo, mas indagou com um pressentimento sombrio: - Arthur é seu sobrinho?

- Meu filho.

- Oh!

As fantasias que já criara desvaneceram-se no ar. Que descarado aquele! Casado e flertando! E não importava quem fora que começara com a provocação, pensou. Ela não era casada.

- Tenho certeza de que vai adorar o presente - falou com frieza, virando-se para Marichelo. - Mamãe...

- Anny, estava conversando com Alfonso a respeito de sua escola de dança. Creio que gostaria que ele desse uma olhada.

- Para quê?

- Alfonso é empreiteiro. E um excelente marceneiro. Remodelou o escritório de seu pai no ano passado e vai reformar minha cozinha. Minha filha exige sempre o melhor - acrescentou Marichelo para Alfonso, os olhos sorridentes. - Portanto, é claro que me lembrei de você.

- Agradeço.

- Sou eu que fico agradecida, porque sei que seu trabalho é da melhor qualidade, com um preço justo. - A mãe de Anny apertou o braço de Alfonso. - Eu e Pedro agradeceríamos se fosse ver o prédio.

- Cheguei há dois dias, mamãe. Não vamos nos apressar. Mas encontrei alguém quando estava lá há pouco... Ficou na entrada, encantando Anita.

- O quê? Christopher?! Por que não disse antes? - Enquanto Marichelo saía quase correndo, Anny voltou-se para Alfonso.


- Foi um prazer conhecê-lo.


- Igualmente. Telefone-me caso deseje que vá ver o prédio.

- Claro! - Anny recolocou na prateleira o carrinho que ele lhe dera. - Tenho certeza de que seu filho vai adorar o presente. Só tem Arthur?

- Sim, é meu único filho.

- Deve manter você e sua esposa muito ocupados. Agora, se me der licença...

- A mãe de Arthur morreu há quatro anos. Mas, sim, ele me ocupa bastante. Cuidado para não cometer mais acidentes de trânsito, Anny - advertiu, pondo a betoneira debaixo do braço e afastando-se.

- Belo começo... - murmurou Anny por entre os dentes.

I really like youOnde histórias criam vida. Descubra agora