Passeio ao parque.

2.4K 163 5
                                    

Depois de pegarmos minha irmã na escola viemos direto para o parque, estamos nesse momento um sentado ao lado do outro em uma toalha xadrez vermelha que está estendida no chão. De fato trouxemos os lanches que meu pai havia comprado na padaria ( não deixei de pegar as maçãs de Abi ). 

- Pai, que bom que está passando esse tempo com nós. - Disse Abi nitidamente mais feliz.

- Sim querida, isso é ótimo e me sinto bem ao lado das minhas meninas. Tem um tempo que gostaria de fazer isso, porém, devido ao trabalho não conseguia.

- Eu sei disso, mas agora que pode quero aproveitar o máximo possível. - Disse Abi dando um generoso abraço em meu pai e me puxando junto.

- Abi, o que acha de nós duas irmos jogar vôlei? Trouxe a bola exatamente para isso. - Adoro jogar vôlei então não poderia deixar de trazer a bola para jogar.

- Bora! - Disse minha irmã.

Começamos a jogar toquesinho e meu pai a todo momento filmando e rindo já que minha irmã não tem muita habilidade em qualquer atividade que envolva bola.

- Poxa Abi, mais uma vez tocou a bola lá no cú do mundo? - Disse nitidamente cansada pois já fui e voltei umas 20 vezes buscando a bola que claramente minha irmã não sabe jogar.

- Não reclama empregadinha. Vá, vá buscar. - Disse só pra ficar tirando proveito.

-  Quando voltar irei jogar ela certeira na sua cabeça.- Disse eu virando as costas e bufando.

Quando estava indo em direção a bola eu acidentalmente trombo em duas pessoas, só não cai no chão pq braços me seguraram no ar, quando olhei pra cima eu os vi, o casal Fattinelle. Ambos de camiseta preta e calças de moletom. Aro foi quem me segurou enquanto Ravi me olhava fixamente. Eu não conseguia fazer nada além de os olhar por um bom tempo pois tamanha era a beleza daqueles dois pessoalmente. Só acordei do meu transe quando ouvi um deles me perguntando:

- Você está bem? - Percebi que era Ravi que perguntava.

- Hã, estou sim. Me desculpe, me desculpe mesmo, essa não foi minha intenção... Estava indo buscar a bola e acabei não olhando para frente, me perdoe senhores Fattinelle. - Disse que nem uma maluca falando tudo muito rápido.

- Ei, calma. Não se preocupe, acidentes acontecem e não foi nada de mais. - Dessa vez quem falava era Aro.

- Me perdoem mesmo senhores. - Disse mais uma vez.

- Tudo bem, querida. - E depois disso viraram as costas e foram embora.

E eu? Bom, simplesmente fiquei parada ali boquiaberta, sem nenhum tipo de reação.

Olhei para trás e ali estavam meu pai e minha irmã de longe me observando, certamente acompanhando tudo que aconteceu. Quando fui voltar pro lugar parecia que eu simplesmente não sabia mais caminhar.

Depois de voltar ao lugar não consegui mais jogar com minha irmã e pedi para ninguém tocar no assunto pois eu mesma ainda estava absorvendo tudo. Depois de lancharmos e conversarmos mais um tempo nós voltamos para casa. Antes de voltar olhei tudo ao redor e não os encontrei mais.

Assim que cheguei em casa, ajudei meu pai a guardar as coisas que sobraram, subi no quarto de minha irmã para ter certeza de que ia tomar banho e descansar ao invés de brincar ainda mais do que já tinha como meu pai havia pedido e depois disso fui para o meu quarto. Tomei meu banho, vesti uma roupa bem leve e agora estou deitada na cama mais uma vez pensando naquela porcaria que aconteceu hoje porque simplesmente não consigo mais parar de pensar nisso. E aí vem na minha mente a vaga de emprego. Será que vão me chamar? Será que vão se lembrar de mim? Será que vão relembrar aquele episódio meio vergonhoso para mim? De tudo, espero que apenas acontece a primeira opção, me chamar para a vaga.

Agora são 17:43 e eu estou adormecendo com esses um milhão de pensamentos. Aposto que mais tarde quando acordar para o jantar a minha cabeça ainda vai estar me matando de tanto pensar.

Adormeci.

Um trisal e tanto Onde histórias criam vida. Descubra agora