Capítulo 136💗

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capítulo novo e boa semana pra vcs! sim, estamos chegando no real final dessa história.
não esqueçam de votar.
boa leitura!!

Natália narrando:
Estaria mentindo se dissesse que não fiquei mexida vendo Jason ali no chá da Lyz. Ele tá mais magro, parece que tá trabalhando num projeto novo. Depois de um tempo escutei todo o álbum Zodíaco novamente.
Quando comecei a sentir as dores, no fundo sabia que a hora tinha chegado, mesmo sem eu nem ter terminado de arrumar a bolsa da maternidade. Tava planejando de arrumar tudo quando chegasse a 34 semanas, mas parece que alguém queria conhecer o mundo mais cedo.
Durante todo esse tempo li vários artigos sobre bebê, mergulhei de cabeça nesse mundo. Estava ciente dos riscos, já que passei parte da gestação deprimida, estressada e ansiosa. Sabia dos riscos por causa da taquicardia, por ter ingerido bebida alcoólica e ter fumado quando eu ainda não sabia que estava grávida. Me culpo muito por isso, não vou me perdoar se algo acontecer com ela, mesmo sabendo que estou em ótimas mãos.
Os "eu te amo" que Jason disse ainda agora só fizeram meu coração disparar ainda mais, então pensei em Daniel: ele me faz bem, é uma ótima companhia, mas no fundo eu sei que não é recíproco. Pensei que pudesse conviver e me acostumar com a sensação de ter ele por perto, e assim poder viver minha vida, nossa vida. Nem foi preciso de muito pra eu perceber que mesmo eu tentando, não tinha conseguido esquecer completamente aquele índio. Isso não era justo comigo, muito menos com Dan. Eu sabia o que tinha que fazer, mas não é hora pra pensar nisso.
Meus pensamentos foram afastados com as enfermeiras chegando pra me levar ao centro cirúrgico. O medo me consumia, tentei respirar fundo e me acalmar, não ia conseguir sozinha.

-Pode chamar o Jason pra me acompanhar, por favor? Eu quero ele aqui. Chama ele, por favor. -Disse tentando conter as lágrimas.

-Tudo bem, a gente vai chamá-lo. Chamem ele, preparem ele pra entrar pro centro cirúrgico. Vai dar tudo certo, Natália. -O médico apertou minha mão e eu assenti.
Entrei naquela sala gelada e clara, eu só sabia chorar, tava desesperada.

-Preciso que você vire de lado pra aplicar a anestesia. -O anestesista falou e assim fiz. -Você vai sentir uma pressão, não se mexe até eu dizer que pode.

-Ei, eu tô aqui, eu cheguei. -Jason chegou segurando minha mão com força. Fechei os olhos e segurei suas mãos enquanto era anestesiada. Foi difícil não me mexer, mas pensei que logo logo minha filha estaria em meus braços, então valeria a pena tudo isso.

-Vamos começar, tudo bem? -Assenti, segurei forte a mão de Jason. Tentei ficar calma, respirava fundo enquanto Jason acariciava minha mão. Olhei pra ele, e pelos seus olhos estreitos e cheios de lágrimas, percebi que ele estava sorrindo. Sorri de volta em meio às lágrimas que insistiam em cair.

-Vamos tirar agora, tudo bem?-O médico falou e meu coração parecia que ia sacar, só queria ouvir o choro da minha pequena.
Quando o doutor levantou Lyz em seus braços, não ouvi seu choro, e nem pude vê-la direito, as enfermeiras a levaram pra outra mesa.

-Por que ela não tá chorando? Eu quero ver como ela tá. -Me desesperei.

-Calma, vamos reabilitá-la com o balão de oxigênio. -Dr. João respondeu, olhei pra Jason e ele não parava de chorar.
Nunca pensei que ia ficar tão feliz ao ouvir o choro de uma criança. Foi forte e estridente. -Pronto, é uma menina linda! Parabéns, papai e mamãe. -Recebi minha filha em meus braços e eu não sabia se chorava ou sorria de alívio.

-Nossa filha, Jason. Você é linda! -Passei a mão pelos seus cabelos. -Eu te amo tanto, minha menina! -Chorei tudo que estava preso na garganta. Jason beijou minha cabeça e colocou o mindinho perto de Lyz, que apertou o dedo do pai.

-Você é muito linda! -Jason ria como criança olhando nossa menina.
Levaram-na para limpar, enquanto terminavam minha cirurgia. Eu estava cansada, mas aliviada de que tudo estava ficando bem.

Depois de um tempo fui levada para o quarto e meus pais já me esperavam por lá.
-Oi, meu amor. Tá bem?- Minha mãe veio ao meu encontro, beijando o topo da minha cabeça.

-Tô bem, deu tudo certo. -Respondi. Sabia que meu processo de recuperação iria ser bem doloroso e lento, mas ia valer a pena.

Ficamos conversando um pouco, até que chegaram com Lyz toda arrumadinha, limpinha e cheirosa.
-Gente, quanta força! -Senti ela pegando forte em meu seio. Era um pouco desconfortável, doía um tanto, mas era suportável.
Jason pegou ela no colo e ficou cantando "Partilhar" até ela dormir. Aquilo era lindo, sorri involuntariamente. Quando ela dormiu, percebi o quão cansada eu estava.

-Você precisa dormir também. Hoje foi muita correria. -Jason sentou perto de mim.

-Sim, acho que vou tentar dormir um pouco. Minha mãe tá resolvendo os papéis, mas ela volta já. -Ele assentiu.

-Relaxa, eu vou ficar aqui. Pode dormir, eu cuido dela. -Pegou minha mão e beijou. -Ela é linda, puxou a você. -Sorri.

-Ela é muito linda mesmo. -Respirei fundo.

-Se você quiser, posso ir pra sua casa todos os dias te ajudar. Neném recém nascido dá um pouquinho de trabalho e você não pode se movimentar muito por causa dos pontos. -Propôs.

-Relaxa, eu tenho a minha mãe, ela vai tirar férias pra ficar comigo os primeiros meses. E tenho a Júlia também, a Rosa que trabalha lá em casa vai cuidar só de mim e da Lyz. Não precisa se preocupar. -Respondi.

-Mesmo assim, eu quero estar todos os dias com vocês, posso trabalhar daqui mesmo, tô resolvendo isso com o pessoal da gravadora. -Concordei com a cabeça.

-Quando sai seu novo projeto? -Perguntei.

-Viajamos pra Cancún em agosto. Queremos passar o mínimo de dias lá. Diminuí também minha agenda de shows pra ficar mais tempo com vocês. -Ele disse passando a mão no cabelo, depois no bigode.

-Não precisava fazer isso, eu entendo sua vida corrida. -Respondi e ele balançou negativamente a cabeça.

-Não, eu quero ficar mais tempo possíveis com vocês. -Ouvir isso me fez ficar meio boba, bem no fundo mexeu muito comigo.
Não queria pensar nisso agora, tentei me distrair e ficamos conversando sobre coisas banais. Não fazia ideia do tamanho da saudade que eu sentia disso. Saudade de simplesmente ouvir as histórias que ele tinha pra me contar, dos planos futuros pra carreira, de tudo.


notas:
meudeus alguém junta logo esses dois aaaaaaa

Uma Linda Mulher 2 |Xamã|Onde histórias criam vida. Descubra agora