XXXV. Lar, Doce Lar

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 — Parabéns, amiga! — Mariana brindou com Amanda.

Luke não tinha tanta vontade de realizar alguma festividade para tornar o noivado público, mas ouviu o conselho da mãe em realizar uma simples recepção.

Convidou alguns dos colegas que tinha, também convidou amigas e colegas de Amanda; todos presentearam o casal deixando claro que já esperavam por tal união.

Alguns familiares de ambos também estavam presentes, mas os mais velhos optaram por deixarem que os mais novos lidassem sozinhos com uma ocasião tão festiva.

— Obrigada! — Amanda sorriu largo. — Você tem que estar no casamento, hein! — cobrou da moça.

— Claro que estarei... nem que seja de penetra — riu. — Vivi muito tempo torcendo por vocês para simplesmente deixar de ir à cerimônia do século!

— Ai, amiga! Não é para tanto. — Amanda riu.

— Claro que é! — brincou, abraçando-a. — Desejo o melhor! Não sei se terá buquê, mas... se tiver, joga para mim.

Ambas acabaram gargalhando.

Mariana também cumprimentou Luke, sem todo o contato que tivera com a amiga, lhe dando seus bons votos. O rapaz apenas lhe sorriu para agradecer.

Sendo uma recepção confeccionada por ele, a quantidade de bebida alcoólica era extremamente limitada e, dado o ambiente luxurioso, Luke optou por não consumir.

Foi cerca de quatro horas e o casal lidou com a despedida de todos para organizar os muitos presentes que receberam.

— Já podemos levar a nossa casa — sorriu Luke.

Amanda bateu palmas, animada.

— Temos que mobiliar tudo... o que gosta... mogno... eu já sei. — Ela nem deixou que ele respondesse. — Eu nem ligo...

— Calma! — Luke envolveu sua cintura para beijá-la. — Calma... não tem tanta pressa... destacamos um quarto e chamamos de quarto do presente até a segunda ordem — riu.

— É uma ótima ideia... mobiliar primeiro para depois guardar os presentes não é a coisa mais genial que já falei.

— Sei disso! — brincou.

A wali pigarreou para sinalizar o contato prolongado.

Mesmo sendo um mero deslize e sem considerar nenhumas ideias sexuais, Luke ainda se afastou e desculpou-se.

— Vamos! — Amanda mudou o foco de volta à casa rápido.

A propriedade que escolheram era um pouco distante do centro. Tinha um grande terreno e um sobrado de dois andares.

Algumas das grandes árvores desejadas por Luke já estavam plantadas. Tinha um espaço com piscina nas costas da casa e o estacionamento era grande e devidamente separado.

A cozinha da casa era grande e já tinha algumas das mobílias no imóvel, inclusas na compra.

O som dos saltos de Amanda ecoavam casa adentro.

— Pedi para a mãe ajudar com o dote... eu tinha ideias bem exageradas — disse Luke enquanto passeavam pela grande sala.

Ainda estava vazia e ele cuidou de abrir as largas janelas.

— Nem precisava...

— Mesmo que simbólico... o rito do dote é essencial!

— Surpreendeu com a casa. — A moça se acanhou.

— Já sabe o que vestir no casamento? — Ele a indagou.

— Ainda não... consultaria sua mãe para me ajudar.

— Ela vai adorar! — Ele riu. — Está mais ansiosa que eu... e está sendo difícil manter o coração no peito! — suspirou.

A moça acabou rindo.

Tomando o corredor, passaram por dois escritórios, a sala de jantar que ligava à cozinha e uma extensa área de serviço.

O verde do exterior já fazia do lugar naturalmente mais fresco e as largas janelas colaboravam para se ter um ambiente bem arejado — o que satisfez ambos.

No andar superior, estavam seis suítes; sendo duas bem grandes e as restantes um pouco menores. Um grande cômodo, sem banheiro, não tinha uma especificação do que seria.

O corretor chamou sala de jogos, mas o espaço era grande e genérico, logo, poderia virar qualquer coisa!

— Pensamos nisso depois, não!? — Amanda sugeriu.

— É bom deixar para depois mesmo. — Luke riu. — Usamos o espaço lá atrás para a cerimônia... vai ser importante cobrir a piscina... mas ainda deixar cheia para evitar acidentes.

— Concordo! — Amanda riu. — Sem bebida!? — Ela franziu o cenho, quase pedindo que ele deixasse ter.

— Não me incomodo que beba seu vinho... sei que seu pai também bebe... sua amiga bebe... — deu de ombros. — Se eu puder pedir para não exagerar, já fico feliz.

— Prometo! — Ela o abraçou.

— Então, estamos combinados...

— Podemos nos mudar na semana do casamento? — Ela o pediu, começando a caminhar para não olhá-lo responder.

— Depende... não é adequado dormirmos no mesmo quarto, mas podemos mover nossas coisas para não termos tanto trabalho posteriormente... considerando nossa viagem.

A moça conteve a comemoração.

— Sua mãe pode ficar conosco... assim, ela monitora com a wali. — Amanda se virou, sem deixar de caminhar. — É bom que ela já fica para me ajudar com o que vestir... tenho uma ideia e acho que você vai gostar muito.

O sorriso de canto de boca da moça fez a wali voltar a pigarrear, meramente por identificar a má intenção.

— Perdão! — Amanda se virou de novo, rindo.

Continuando a caminhada pela propriedade, conseguiram ter uma ideia dos móveis em cada lugar. O estado da casa estava ótimo, mas eles ainda queriam pintar.

Luke anotou tudo que Amanda queria mudar, já ponderando contratar os profissionais no dia seguinte.

Eram modificações pequenas: pintura, mudança de algumas portas e janelas meramente pela estética. O mais trabalhoso — e caro — seria o design do exterior.

Ainda passearam pela propriedade nua para sonharem acordados com uma casa movimentada, não somente no dia do casamento, mas muitos anos depois quando tivessem netos.

— Bom, te levarei em casa e começarei a preparar tudo. — Luke disse, pegando a moça pela cintura. — Enquanto isso, cuide bastante de si e não se deixe consumir por ansiedade!

— Ai... será difícil... mas, eu vou me esforçar! — riu.

— Você se esforça daí... eu me esforço de casa...

Zeloso, ele beijou a testa de Amanda.

Antes que a moça buscasse o beijo, após colocar uma das mãos no rosto do rapaz, a wali tornou a pigarrear e eles apenas seguiram na direção do carro.

Havia muita euforia envolvida, mesmo que uma carícia fosse meramente carregada de amor, as coisas podiam sair do controle mais rápido do que eles podiam contar.

Por isso, mesmo que às vezes ficassem contrariados, ambos entendiam que o trabalho repetitivo da moça de fazer meramente ruídos para pará-los era essencial.

— Descansa... — Luke beijou a moça na porta de sua casa. — Não se esquece que te amo... e te preciso — sorriu-lhe. — Allah há de prover bons sonhos... e um lindo despertar.

O carinhoso jeito de falar sempre a deixava sem resposta.

Salaam aleikum, habibti! — despediu-se para partir.

Como já se tornava habitual, a moça ficou parada na porta para vê-lo virar a esquina de casa com o carro e entrou em seguida. Até se acostumou com a risada do pai ao pisar na sala.

Para Sempre LaylaOnde histórias criam vida. Descubra agora