XXIX. O Retorno de um Sábio

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 — Soube do ocorrido com meu filho. — Ibrahim dizia após um gole de café. — Não poderia ter mais orgulho, apesar de saber ser haram... é impossível! — riu.

— Imagino! — Roberto riu.

Eram cerca de cinco e meia da manhã.

Roberto acordou ainda mais cedo. Passou no quarto da filha e o casal dormia, exatamente como na tarde anterior. O velho homem pediu para prepararem o desjejum e aguardou.

— É vergonhoso admitir que ainda existem homens assim... — Ibrahim suspirou. — Como ela está?

— Ficará bem... é forte! — sorriu.

— O que pretende?

— Tive muitas ideias drásticas, mas estou conseguindo me acalmar devagar... não posso agir tão emocionadamente.

— Odiaria fazer o papel de minha esposa, mas realmente não pode. Você tem uma filha... e ela casará logo — riu.

— Pois é. Ele conversou comigo... criou bem!

Masha'Allah! — bem-disse. — Com esse novo incidente, imagino que muito mudará nas relações com o grupo Nazari...

— Nem consigo mensurar! — suspirou. — Aguardarei uma decisão de Amanda. Ela é a presidente. É duro fazê-la decidir sobre os negócios nesse caso, mas ela consegue e confio.

— Se me permite sugerir, criamos uma pequena comitiva e enviamos ao Irã para ter com o antecessor do homem. Primeiro porque ele não tem qualificação; segundo para evitar que o incidente com meu filho se torne mais pessoal do que já é.

— Pode ser uma boa ideia... Hoje conseguiremos entender como ficará a temperatura. — Roberto assentiu com a cabeça. — Claro, é uma decisão que também passará por minha CEO.

— Nossa! Como diferimos! — criticou, rindo.

— Sei disso. Não decido sozinho... nem nessa casa, nem na minha empresa... nem em absolutamente nada na minha vida!

— Sem julgamentos! — deu de ombros. — A depender do que decidirem, conte com os meus para compôr sua comitiva... estamos decididos a colaborar.

— Agradecemos, Ibrahim... agradecemos muito!

— Ele está dando trabalho? — indagou com desconfiança no semblante, olhando na direção da saída do salão de jantar.

— Nenhum... Seu filho é muito comportado. Fizeram um ótimo trabalho em sua criação... nem consigo ter raiva dele por estar querendo casar com minha filha — gargalhou.

Eles terminaram sua refeição num tom muito mais casual. Conversaram algumas poucas frivolidades. Felizmente, as famílias já eram próximas e nem seria difícil aproximar mais.

Ibrahim não se demorou. Eram quase sete horas quando ele partiu, meia hora antes de Luke e Amanda descerem.

Roberto estava na sala, bebendo seu uísque.

— Bom dia, crianças! — cumprimentou-lhes. — Você não acha que está na hora de tirar esse roupa ensanguentada? — Observou Luke com uma das sobrancelhas levantadas.

— Preciso voltar para casa mesmo. — Luke assentiu.

— Não estou te expulsando, mas oferecendo banho! Devo ter algo que lhe vista no armário... peço para te entregarem.

— Eu agradeço, senhor!

Luke já se sentia incomodado com a roupa, mas não podia externalizar o que se passava em sua mente sobre suas vestes.

Para Sempre LaylaOnde histórias criam vida. Descubra agora