— Próxima parada, Arábia Saudita. Como se sente, habibti?
Amanda tinha um misto de preocupação porque conheceria outra fração da família de Luke e mais preocupação porque lidaria depois com os Nazari — o pior da viagem.
Sentando-se em sua poltrona, a moça aguardou Luke sentar ao seu lado para segurar sua mão e respirar fundo.
— Nervosa... — Ela finalmente o respondeu.
— Tudo ficará bem! — sorriu-lhe, acariciando sua mão. — Tenta tirar um cochilo... e cuida para não pensar besteira.
A moça assentiu com a cabeça. Luke beijou o canto de sua boca e ela só conseguiu responder com um sorriso amarelo.
Foi uma viagem longa onde conversaram pouco, focando em seu descanso. Chegaram ao aeroporto internacional de Riade por volta das seis horas da noite.
Amanda pegou um lenço em sua mala de mão para cobrir os ombros, antes mesmo de sair da aeronave. Um homem, muito parecido com Ibrahim, os aguardava.
Cumprimentou-lhes com um largo sorriso e deu um apertado abraço em Luke, que os apresentou:
— Meu tio... essa é minha esposa, Amanda. — Olhando para Amanda, ele lhe disse: — Habibti, meu tio... o mais novo: Yahya.
Felizmente, o árabe da moça estava bem afiado.
— É uma satisfação, senhor. — Ela lhe sorriu.
— Temos tantos presentes em casa quanto não dá para contar. — Yahya falou num tom animado. — Estamos todos reunidos, imagino que gostará do iftar.
— É uma das poucas coisas que sinto falta em casa... um iftar com toda a família. — Luke assentiu com a cabeça.
O sorriso em seu rosto tinha nítida saudade.
— É uma pena que meu irmão não veio...
— Precisamos organizar as coisas com nossa comitiva... enviá-los ao Irã... mas, assim que terminarmos, podemos seguir viagem. — Luke cumprimentou o tio.
O homem assentiu e os acompanhou.
Averiguaram os pertences da comitiva, composta por cerca de quinze pessoas. As mulheres da comitiva se adequaram para já chegarem em território iraniano com os devidos trajes.
Todas estavam prontas, mas a cobrança de cautela em dobro era uma regra naquela viagem, dado o quão sensível o território seria para eles — considerando Farhad e os seus.
Terminado o trabalho, seguiram até a casa de Luke.
A viagem foi agradável; Amanda pôde observar e conhecer algumas muitas histórias das paisagens que viu, Yahya tinha muito orgulho e falava de sua casa com muita paixão.
Todo um quarteirão era ocupado pela família de Luke.
Felizmente, o lugar estava próximo a uma comunidade brasileira, logo, a paisagem era bem familiar para Amanda.
A arquitetura não variava tanto entre as casas na família de Luke e muitos se reuniram para recebê-lo, exigindo um longo rito de chegada com cumprimentos e apresentações.
Já era o momento de quebrar o jejum quando chegaram e uma tia de Luke foi quem lhe serviu as tâmaras e a água. Com um sorriso acanhado, ele cessou o jejum.
— Gosta, habibti? — Ele a ofereceu uma das tâmaras.
Amanda assentiu com a cabeça e aceitou o mimo.
— Ficarão conosco ou irão à sua casa? — A tal tia arguiu.
— Gosto de acompanhá-los na refeição, mas será bem agradável descansar em nossa casa. — Luke olhou para Amanda, consultando-a em silêncio.
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Para Sempre Layla
RomansaHá muitos, existiram Qays e Layla. Apaixonados desde a infância, o amor de Qays por Layla era tão forte que ele se tornou conhecido como Majnum Layla, ou louco por Layla, em todo o deserto. Julgado pela sociedade, Qays precisou se afastar do pov...